CÂMARA DE VALONGO - O 'PENTE FINO' DO TRIBUNAL DE CONTAS...

Acho que foi por ter escrito neste blog sobre a corrupção que existe em Valongo - coisa que a ninguém surpreendeu excepto a Fernando Melo - que fui constituído arguido em resultado da queixa que o homem mais impoluto do nosso Concelho resolveu apresentar contra mim no Ministério Público.
Nem de propósito:
Cá está uma boa oportunidade para vermos por dentro a excelência da gestão da nossa autarquia, através da auditoria determinada pelo Tribunal de Contas cujos pormenores vale a
pena consultar na versão integral cuja ligação coloco mais abaixo.
Vão ser seguramente interessantes os resultados finais, os quais concluirão com toda a certeza, que quando eu falava em corrupção em Valongo, isso era apenas porque num momento de loucura despesista, felizmente não muito habitual em mim, tinha acabado de emborcar uma unidade de 'Barca Velha' ao módico preço de €375,00 (com desconto...) - depois envio a conta da publicidade à Casa Ferreirinha - quando acusava Fernando Melo e quem com os seus votos no Órgão colegial que é a Câmara ou no Órgão deliberativo municipal que é a Assembleia sempre o apoiou, de gestão danosa estava obviamente ainda sob os efeitos da dita- e como tal, tudo o que pudesse ter dito e que os tenha ofendido, deve ter em consideração esse momento de insanidade.
A honra dos homens pode ser ofendida e isso eu nunca o fiz - nem com 'Barca Velha' pelo meio - já quanto à dos políticos, era-me materialmente impossível fazê-lo - mesmo sob os efeitos da dita - porque em Valongo pelo menos ela (a honra política) é uma pura abstracção para a 'maioria da maioria'!
Mas será que é isso que a auditoria vai mesmo apurar - no nosso e em mais 11 outros municípios onde o descalabro financeiro deu demasiado nas vistas?
Ou o TC vai concluir simplesmente que não houve nenhum descalabro, que não houve gestão danosa, que os 'ajustes directos' foram a melhor forma de salvaguardar o interesse público, que não houve jantares, lanches e almoços pagos e não documentados, que o cartão de crédito de Fernando Melo, era apenas para dar nas vistas quando abria a bolsinha e não para o usar efectivamente?
Mas há um pormenor interessante a reter na leitura das 9 páginas designadas pelo TC de 'Auditoria orientada ao endividamento municipal': a possibilidade da responsabilização individual de todos os detentores de cargos políticos dos dois Órgãos atrás referidos. Por isso o Juiz relator pede a identificação de todos os abrangidos pelo período a auditar (01-01-2007 e 31-12-2011) - membros da AM, da Câmara, ROC, advogados ou escritórios de advogados com poderes para representar a Câmara.
Tenho um vago pressentimento de que após esta auditoria, nada será como dantes: na altura de levantar a mão à velha maneira de sempre, os eleitos, sobretudo os que apoiam as maiorias no poder, vão pensar duas vezes - pelo menos - antes do 'SIM'...
Segue-se um recorte do ofício enviado pelo TC à Câmara e Assembleia e AQUI, a versão integral do documento de 9 páginas já referido: