MOMENTO ÍNTIMO...
Amor dor amor prazer
Dor de te não ter
Por auto imposição
Por abdicação
Prazer
Se às convenções disser não
Se escolher a emoção
Amor dividido
Entre o amor proibido
E o que nos é permitido
No contrato promessa
Assumido na pressa
De fotógrafos apressados
Da gula dos convidados
Mas amor que fosse
Naquela modorra doce
De mel apelidada
Onde a lua é invocada
Inevitável
A geometria variável
Do coração
Aos costumes dirá não
Reconquistarei o passado
Ou presente adiado
E juro
Que o farei futuro
Sem fotógrafos apressados
Nem gula nem convidados
Amor prazer
Por te voltar a ter
Breve desresponsabilização (citando um fragmento de Autopsicografia de Fernando Pessoa):
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.