VALONGO EM STAND BY - O FIEL ESCUDEIRO...
Apesar da 'revisão em baixa' da opinião que os portugueses têm vindo a formar sobre os políticos, questão transversal que abarca todo o leque partidário e não apenas aqueles partidos genericamente designados como do 'arco do poder', ainda podemos constatar alguns bons e honrosos exemplos de independência face às 'máquinas', sobretudo a nível do poder local, mas também na educação, na saúde e noutras frentes onde aqueles que mexem de uma forma mais próxima com as questões do dia a dia dos cidadãos que de algum modo representam ou servem, não hesitam nem por um momento em afrontar os interesses instalados, colocando sempre em primeiro lugar os dos seus representados.
Sempre que vemos uma referência a um desses casos, renasce em nós uma renovada confiança na democracia - uma sensação apesar de tudo dolorosa, por resultar de 'mortes e ressurreições' demasiadamente repetidas. Por isso é que nos desgosta, nos revolta, nos força por vezes a acentuarmos um pouco além da conta a truculência com que transpomos para a forma escrita, aquilo a que com desgosto vamos assistindo no dia a dia.
O caso de Valongo é paradigmático:
O comportamento subserviente, engajado, cumpridor de todas as ordens que vai recebendo dos que mandam a partir de Lisboa, por parte do novo presidente da Câmara contrasta de forma demasiado evidente com os casos exemplares - dentro do seu próprio Partido - a que já fizemos referência. Ele aceitou com demasiada facilidade ser um 'Fernando Melo II', não tendo a coragem de fazer o que se lhe exigia, de limpar o que se impunha, de afrontar os interesses instalados que todos conhecemos. Temos portanto um presidente clonado do anterior com todos os 'handicap' que a clonagem acarreta, mas encontrando mesmo assim e curiosamente, ânimo e falta de decoro bastantes, para se atrever a propor aos valonguenses que acreditem que está com eles e que devem votar no seu projecto em 2013!
Mas qual projecto?
Um presidente que garante aos valonguenses que a urgência do seu hospital não vai fechar e não apresenta nenhuma garantia nesse sentido - fala na palavra do ministro, mas desde quando é que a palavra do ministro vale alguma coisa? - não merece crédito! É que bastará um simples gesto dos 'governantes de facto' vindos de terras longínquas, para que o carrasco do Serviço Nacional de Saúde se 'esteja lixando' para o que quer que seja que tenha prometido! Aliás, tenho dúvidas de que Paulo Macedo saiba sequer onde fica Valongo, a não ser que um secretariozito de Estado que por lá anda a prazo, chamado Marco António Costa lhe tenha feito um boneco a explicar...
Um presidente que vai para os jornais exigir que a ARS-Norte desminta imediatamente o encerramento da Urgência e depois 'fica sentado à espera', limitando-se apenas a 'exibir como garantia' as suas próprias convicções tresanda a 'vendedor de banha da cobra' por todos os poros!
Um Presidente que não é capaz de afrontar o bando de 'afilhados de perfilhados e equiparados' de Fernando Melo e que este lhe deixou como herança inalienável e recomendação peremptória para que fossem tratados como sempre o foram no seu reinado, não merece sequer o benefício da dúvida!
Em 2013, não queremos clones de ninguém - sobretudo de alguém que marcou Valongo pelas piores razões!
Em 2013, temos de transformar a Câmara numa Instituição credível - e 'gerível' - libertando-a de quem apenas ocupa espaço tão necessário àqueles que trabalham - sim, porque na Câmara de Valongo há muita gente capaz, muita gente com vontade de fazer mais, mas confinada à minúscula 'prateleira' onde Fernando Melo normalmente arrumava aqueles que lhe estorvavam os movimentos e os negócios!
E entre todos esses, não está seguramente João Paulo Baltazar, ele que anda por ali desde 1993 como oficial às ordens ou fiel escudeiro do homem 'alegadamente mais corrupto' para cá do Rio Douro!