A VALA COMUM
A arte de coveiro (segundo o wikcionário, indivíduo que abre as covas no cemitério e dá sepultura aos cadáveres) parece estar a entrar em decadência...
Sem pretender entrar aqui num registo algo tétrico, o governo do País que (ainda) temos parece ter optado por uma solução mais económica para nos enterrar:
Ao contrário do referido profissional que ainda por cima é um funcionário público, logo só passível de ser admitido através de um concurso público que como se sabe, exige uma série de procedimentos - nomeação de um júri, apreciação dos currículos, prestação de provas, classificação dos candidatos e eventual apreciação de reclamações por parte dos preteridos - o ministro V i t o r G a s p a r decidiu agilizar o processo optando pela vala comum, com as vantagens óbvias daí resultantes:
Possibilidade do uso de uma máquina pesada, capacidade para 'alojar' os milhares de desempregados, verdadeiros mortos vivos a viver a maior parte deles uma vida claramente vegetativa e que assim se libertam - de uma forma radical é certo - do seu atroz sofrimento.
Mas ao optar por este sistema inovador da vala comum e pese embora o facto de contribuir, ainda que de forma residual apenas, para o aumento da taxa de desemprego dos coveiros, o governo inovou ainda numa outra área que tem sido motivo de acaloradas discussões que se travam há imenso tempo e um pouco por todo o lado, sem que se preveja que a sociedade venha a chegar a algum consenso nos anos mais próximos - a eutanásia:
De forma expedita, decide ele por nós, pondo termo a esta discussão 'estéril' que vamos tendo, às vezes em plena borda do precipício, mas sem força anímica para dar o passo em frente!
A seguir, é só terraplanar e plantar umas árvores ou umas flores, ou então, na opção mais barata, semear apenas relva.
A notícia que se segue, dá-nos conta de mais uma abertura de uma dessas valas. Só ficaremos à espera é do ´sorteio' para decidir quem a há-de encher.