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A TERRA COMO LIMITE...

UM ESPAÇO ONDE ESCREVEREI SOBRE TUDO, SOBRETUDO, SOBRE TUDO QUE SEJA CAPAZ DE CAPTAR A MINHA ATENÇÃO. UM ESPAÇO ONDE O LIMITE NÃO LIMITA - APENAS DELIMITA.

A TERRA COMO LIMITE...

UM ESPAÇO ONDE ESCREVEREI SOBRE TUDO, SOBRETUDO, SOBRE TUDO QUE SEJA CAPAZ DE CAPTAR A MINHA ATENÇÃO. UM ESPAÇO ONDE O LIMITE NÃO LIMITA - APENAS DELIMITA.

QUE SE LIXE A TROIKA! QUEREMOS AS NOSSAS VIDAS!

Hoje foi o 'dia nacional da indignação'!

Melhor dizendo, paradoxalmente, hoje foram 'dois dias': o já referido e cumulativamente, o 'dia nacional da vergonha'.


Passos Coelho costuma dizer que dorme bem, que não precisa de calmantes, blábláblá, mas hoje não sei se conseguirá dispensar os químicos.


E já agora - como não há duas sem três - hoje foi também o 'dia do vernáculo' adoptado pelo Povo como forma de expressar a sua indignação - por palavras, em cartazes improvisados, em embalagens transformadas em suporte visual de expressões de protesto muito violentas.


O governo hoje ouviu de viva voz ou em imagens empunhadas por quem as escreveu ou pintou - hoje não houve lugar às encenações dos partidos, movimentos organizados, sindicatos - os nomes que o Povo lhes chama há nuito em 'ruidosa surdina': "xulos, ladrões, filhos da puta, gatunos" e outros mimos, que 'correspondendo embora à verdade sentida por cada um e por todos', não é habitual serem-lhes literalmente cuspidos nos respectivos focinhos.


É a diferença para melhor, entre os protestos organizados - contra os quais digo já que não tenho nada contra e os espontâneos, que não estão sujeitos a nenhuma forma de auto censura ou autocontenção.


Coelho passou hoje de nome de pessoa a espécie cinegética e ficamos a saber, que 15 de Setembro passará também a ser o dia da abertura da respectiva caça - como vi escrito num cartaz de papelão em letras grosseiramente pintadas, na manifestação da Avenida dos Aliados no Porto, onde estive.


(Já agora, abro um parênteses para dizer que já assisti a muitas manifestações naquela 'sala de visitas' do Porto - algumas em momentos bem quentes da vida do País - mas a de hoje foi, senão a maior, seguramente uma das maiores de sempre).


Coelho, de nome de primeiro ministro de Portugal a quem noutras circunstância, até poderíamos oferecer um cravo, afinal 'fica melhor com um ramo de alecrim e cozinhado à caçador' como rezava outro cartaz.


Coelho pessoa (ainda) primeiro ministro de Portugal, ouviu hoje o que nenhum outro primeiro ministro de Portugal ouviu e não pôde fazer nada, porque ele sabe que já só é segura a sua protecção desde que a pague e a maioria dos polícias, são hoje  tão espoliados como o resto do Povo.


Assim vai ser difícil andar na rua, porque nem tudo o que faz pode ser feito dentro de um carrão blindado, nem todas as visitas que vai ter de continuar a fazer vão poder entrar pela 'porta do cavalo' - como  aconteceu na fábrica de chocolates Imperial em Vila do Conde.


Ele nem sonha o poder destruidor da retaliação que os seus actos podem estar apenas a começar a desencadear e devia saber. Afinal as televisões servem para isso: para mostrar o que em circunstâncias idênticas outros ditadores, por actos semelhantes, já tiveram de passar - e muitos não viveram para o contar.

 

Pinheiro de Azevedo disse um dia no decurso de uma manifestação hostil idêntica às de hoje "o Povo é sereno" e até foi mais longe perante um epíteto quase amigável de 'fascista' se comparado com aqueles que hoje ouvimos em Lisboa, Porto, Coimbra, Leiria e em muitas outras cidades de Portugal: "bardamerda para o fascista" e o Povo não foi então mais longe, do que uns quase amigáveis apupos.


Nos dias que correm, já é necessário corpo reforçado de 'gorilas' - para os membros do governo e respectivas consortes -  carros blindados com vidros à prova de projécteis e qualquer dia, assistiremos aos pobres dos ministros envergando coletes à prova de bala, a saírem dos mesmos e atravessarem a rua em zig-zag, utilizando técnicas evasivas de defesa para entrarem nos ministérios.


Impensável neste Portugal que é (ainda) a coutada do Coelho, mas que não tardará muito, se nada for feito por quem tenha mais juízo e obrigação de impor ponderação, se transformará em zona de caça livre. E isso é que é verdadeiramente preocupante, porque as revoltas populares são como os incêndios: começam com um pequeno foco e quando se descontrolam, levam tudo a eito - o mato que não faz falta e até seria bom que ardesse, mas também as árvores de que precisamos e às vezes, até as casas e as pessoas...



publicado às 21:24

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