SUBNUTRIÇÃO MENTAL...
A princípio, comecei por ouvir fragmentos da co-entrevista dada ao Jornal da Noite da SIC Notícias desta terça feira dia 6 de Novembro pela presidente do Banco Alimentar contra a Fome, Isabel Jonet. Não apanhei o essencial dos disparates.
Depois, li algumas partes de notícias publicadas em vários jornais e também me escapou a parte mais relevante - em termos de asneiras.
Foi quando deparei com o clip vídeo da entrevista, que alguém partilhou no Facebook e com a onda de reacções de revolta que a mesma desencadeou e então decidi: "tenho de interromper o que estou a fazer para aprofundar o assunto e formar uma opinião suportada por uma análise próprio, antes de me deixar 'formatar' por opiniões de terceiros".
(Parênteses para dizer que desde aquele episódio lamentável de 2009, em que madame Jonet mandou uns ilustres advogados - pagos do bolso dela? - para ameaçar uma organização similar que adoptou uma designação semelhante, mas vocacionada para a Ajuda Animal, o Banco Alimentar Animal - BAA, ameaçando-a com os tribunais se dentro de um determinado prazo não mudassem de nome deixei de lhe reconhecer dimensão para preencher o lugar onde se encontra e não sei bem porquê, mas comecei mentalmente a associá-la àquelas 'tias queques' que se reúnem para o jogo da canasta e o chá das cinco...).
Pois bem, depois ver o vídeo, nada mais será como dantes na atitude da minha família alargada e dos meus amigos mais próximos, em relação ao Banco Alimentar Contra a Fome de Isabel Jonet - sim, porque falo apenas da Instituição enquanto presidida por ela.
A solidariedade não pode servir para a exibição de vaidades pessois ou para discursos intelectualoides de pseudo analista política, que entre uma dentadinha na torrada e o gole discreto do aromático chá, lá vai soltando uns biotites sobre os pobrezinhos que têm de aprender a gostar de o ser e os que não o sendo ainda completamente, se têm de ir preparando para 'regressarem à adequada dimensão' do País do terceiro mundo onde vivem.
A 'tia' não sabe o que diz!
Eu e algumas centenas de milhar de portugueses da erradamente designada 'classe média' nunca vivemos acima das nossas possibilidades!
Compramos os bens que temos fazendo contas ao que podíamos pagar, porque nos disseram que as pensões e reformas eram uma espécie de seguro garantido com um fundo de reserva constituído com os descontos proporcionais aos ordenados que fomos recebendo ao longo dos anos de trabalho, que a segurança social tinha esses fundos aplicados de forma segura em património e poupanças de retorno seguro, mas depois, viemos a descobrir que nos tinham andado a enganar o tempo todo: andaram a jogar na bolsa com essas poupanças, perdendo entre uma e a jogada seguinte uma parte significativa das mesmas, pagaram pensões de regimes não contributivos sem compensarem essas saídas com transferências do Orçamento geral do Estado, fizeram trinta por uma linha e nós é que vivemos acima das nossas posses?
Disseram-nos - aos pensionistas e aos trabalhadores do activo - que teríamos direito, além dos doze meses do ano, a um subsídio de férias e outro de Natal, depois roubaram-no-lo!
A seguir, vendo que isso aida era escasso para alimentar o sorvedouro do Estado-predador, roubaram mais uma fatia em cada um dos doze meses que nos deixaram e um dia destes, nem isso teremos, pelo que nos restará talvez a caridadezinha da tia Jonet e da sua sopa levezinha mas aconchegadora.
'Tia' Jonet, aceite um conselho que não me pediu, mas eu lhe dou mesmo assim: regresse às lides do lar, entregue a gestão da grande Instituição que não é sua mas sim daqueles que a alimentam com as suas dádivas e aos muitos voluntários que de forma altruísta e sem exibicionismos bacocos ou entrevistas a atirar para o parvo, asseguram no dia a dia o seu funcionamento, quando não, todos aqueles que vivem da ajuda dos milhões de 'mecenas', correm o risco de ver essa ajuda comprometida pelo somatório de disparates que a 'tia' Isabel vai debitando.
Deixe lá o sapateiro tratar da chinela, porque comentadores políticos são coisa que não falta neste País de terceiro mundo...