A LEBRE REFUNDADORA...
D. Januário Torgal Ferreira mais uma vez 'sem papas na língua'!
Ele é uma voz incómoda no seio de uma igreja (incluindo o seu Cardeal Patriarca) demasiado comprometida com este poder iníquo que nos governa, mas que apesar disso, sem dar origem a nenhum cisma, consegue traduzir o sentimento crítico de todo um Povo em revolta.
Foi hoje no Jornal da Manhã da TVI a propósito da vilania desta governação, que faz previsões diárias e que diariamente as 'corrige' - obviamente no pior sentido.
Anunciam-se objectivos com base em 'modelos à escala'- aquela com que trabalham 2/3 dos idiotas da Tróika que por aí circula qual lobo no interior do redil (quem é que disse que o FMI era o pior de todos os males? É que neste momento ele consegue a proeza de ser um 'factor de equilíbrio' no meio daqueles mentecaptos todos) e depois, reformula-se a escala 'refunda-se' a matemática, martelam-se os números à custa de sucessivos enxertos arrancados à magreza da carne do Povo faminto e carente de quase tudo, para que no fim de tudo, tudo se equilibre - ou não!
"Estabelecem-se horizontes e depois as pessoas olham para a esquerda e para a direita e são surpreendidas por uma 'lebre' que de repente quer refundar tudo (eu acho que D. Januário aqui, confundiu as espécies cinegéticas e se queria referir à que é designada por 'Orictolagus' a que pertence o Coelho europeu)
A interpretação é minha, mas ao falar na 'refundação' inventada pelo Oryctolagus de Portugal saída talvez de uma noite de copos com o 'ideólogo' do governo, mestre em várias ciências, incluindo doutorais equivalências e que tal como Sócrates, o dispensaram da maçada de romper os fundilhos pelas cadeiras universitárias, perito em privatizações e também conhecido (no Brasil) como 'o amigo português', D. Januário estava seguramente a referir-se ao roubo, aos assaltos aos subsídios e às indemenizações por despedimento sem justa causa, à transformação radical de toda a legislação de trabalho que permita acabar definitivamente com os contratos sem termo, passando todos os trabalhadores, por uma 'questão de justiça' à situação de precários.
Desgraçado País este governado por esta cáfila, esta nova 'mafia lusitana' profundamente empenhada em mudar a terminologia dos conceitos legais, julgando que por essa via e num simples passe de mágica, todos estes roubos deixarão de o ser: riscam a palavra (roubo) substituem-na por outra ('refundação) que por enquanto apenas existe no dicionário privativo da 'coelheira nacional' e pronto - julgam eles - caso resolvido!
Nada mais enganador e o que ontem aconteceu em frente à Assembleia da República começa a indiciá-lo.
E não adianta que o ministro do Norte com casa em Lisboa e a receber subsídio de residência venha dizer que se tratou de acções de meia dúzia de profissionais da violência!
Pareceu-me uma meia dúzia grande demais e também deu para ver, que (ainda) existem polícias que aceitam ser 'a voz do dono', carregando indiscriminadamente sobre o seu Povo - os que atiravam pedras e aqueles que apenas gritavam a sua revolta, os que tinham um comportamento menos adequado e aqueles que apenas faziam uso do seu direito à revolta.
Estes polícias esquecem-se que tal como aconteceu com os seus antigos 'colegas' da PIDE, o Povo terá para eles no momento adequado - e talvez mais próximo do que pensam - um tratamento eventualmente equivalente ao que agora adoptam, quiçá até um pouco mais musculado. Depois não se queixem nem chamem pelos colegas mais comedidos, pois pode bem acontecer que já se tenham passado para o lado certo da barreira!