O PAEL E O NOVO PARADIGMA DE VALONGO...
Vamos por partes - a ver se consigo colocar aqui o que penso em termos entendíveis:
Começo por uma declaração prévia sobre a Câmara de Valongo e como uma coisa tem a ver com a outra, também sobre quem a gere - agora formalmente e de facto - que não é de todo comparável em termos de trato, ao seu antecessor.
Estas coisas têm a importância que têm e às vezes é muito pouca, mas mesmo assim, vale a pena destacá-la: até há uns meses atrás, chegava-se mais facilmente à fala com um secretário de Estado ou até com um ministro, do que com o então presidente da Câmara de Valongo. Com João Paulo Baltazar, as coisas são mais informais, o que é positivo.
Sobre a administração propriamente dita, é que já não há assim tantas diferenças como os valonguenses esperavam que viessem a ocorrer e isso é mau. E pior ainda, é quando se transformam coisas negativas - resultado de uma gestão desgraçada de quase duas décadas - em 'inevitabilidades' que só nos caíram em cima por causa da crise.
'Bendita crise' que se tornou de repente no único álibi dos ineptos, dos incapazes de realizar obra e no caso de Valongo, nos 'padre nossos' da absolvição dos criminosos que por aí se pavoneiam ainda, assobiando para o ar para disfarçarem as malfeitorias praticadas.
Ontem no Facebook, constatei uma ocorrência verdadeiramente deprimente - na página do grupo 'Valongo sou eu és tu' (https://www.facebook.com/amovalongo?fref=ts) - a propósito de uma fotografia do presidente a assinar o PAEL em Lisboa.
Como é que os donos da página podem negar o by-pass à Câmara, quando se dão ao trabalho de fazerem eles a promoção de um acontecimento negativo e que só ocorre pelas razões - em Valongo pelo menos - que todos conhecemos e não dizem nada sobre essas mesmas razões?
Como é que o chefe de gabinete do presidente aproveita logo a boleia para fazer partilhas às dezenas e depois se mobilizam - os telemóveis são uma invenção maravilhosa que só deixa rastos quando estão sob escuta por suspeita de algum crime - dezenas de 'puxa-sacos' - reconheço que é um brasileirismo pouco simpático, mas escrevi, está escrito - para comentarem elogiosamente o acontecimento e 'parabenizar' - outro brasileirismo que me escapou - o Senhor Presidente pelo relevante acontecimento?
Então e sobre as razões que nos conduziram a esta desgraça, nada?
E sobre as consequências futuras que ela representará para os valonguenses, nada também?
É que mais de 16 milhões de Euros vão ter de ser pagos e os juros também! E para além disso, continuamos a ter o 'serviço da dívida' de longo prazo!
Será que vai sobrar alguma coisa para a Câmara trabalhar e fazer as obras que Valongo necessita?
Ou será que pelo contrário tudo se vai resumir a uma postura minimalista vulgarmente designada de 'sempre em festa', onde passaremos a ver constantemente o presidente e os seus mais directos colaboradores a posar para memória futura? Associações não faltam e oportunidades para promover a imagem também não, com vantagens para aquelas: realizam eventos de forma baratinha bastando que a Câmara lhes conceda a modesta ajuda do costume através dos múltiplos protocolos que com elas tem vindo a celebrar e os 'ilustres convidados' ajudarão a encher a fotografia que depois se mandará encaixilhar para colocar lá nas paredes de Sede do Clube, da Associação, do Grupo...
Mas Valongo sobreviverá durante mais de uma década, apenas com este paradigma?
Eu que tenho origens e princípios católicos, mas que por contingências e razões várias que não vêm para ao caso, deixei praticar há bastante tempo, apetece-me 'regressar às origens', erigir um pequeno oratório num qualquer recanto da casa onde me possa recolher com uma fotografia na mão - que não digo de quem é, nem que me torturem - para apelar até à exaustão: "Deus livrai-nos 'deste' mal" - e da desgraça de termos de hibernar nos longos invernos que se avizinham!
Fernando Melo apesar de tudo, era um 'mal menor'.
Porque mais previsível, mais selectivo nas suas aparições públicas, por não entrar em qualquer tasquinha nem ser tão espontâneo a tirar o casaco e a enfiar a t-shirt - como faz o actual detentor do cargo, se achar que daí advirão mais vantagens que sacrifícios.
João Paulo Baltazar é um 'homem do Povo' e a História está repleta de 'homens do Povo' que foram verdadeiras personificações do mal.
Talvez seja algo exagerado conceder-lhe para já esse 'estatuto', mas é, de todo avisado mantê-lo 'sob vigilância apertada'!