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Citando-me a mim próprio:
VALONGO EM ‘FIM DE CICLO’
Não levou muito tempo para que todos os valonguenses que acreditaram que com a saída de Melo, por declarado esgotamento da sua capacidade de ‘gostar de ser presidente’, Valongo entraria numa espécie de IV República à escala local, se começassem a confrontar com a incontornável realidade de um claro fim de ciclo que o vice submisso de Melo e agora presidente, protagoniza.
Recorrendo a uma expressão popular ele é do género cada cavadela cada minhoca em tudo o que se envolve e numa espécie de déjà vu, lá temos a reacção em vez da imprescindível acção, a fuga para a frente, o atirar a primeira pedra sem para isso estar devidamente habilitado, espécie de rosnar acanichado que já nem as criancinhas com resistência congénita à sopa convence.
Na última Assembleia Municipal extraordinária, veio à baila um infomail de João Paulo Baltazar – ‘na qualidade de presidente da Câmara’, inicialmente distribuído nas freguesias de Campo e Sobrado obviamente, mas depois alargado às restantes três, em que diz, entre outras coisas, sempre ter estado contra a agregação das freguesias de Campo e Sobrado, terminando com duas escassas linhas para desejar um bom Natal a todos. Disponibiliza ainda na capa, os contactos da Câmara e direto (e directo) ao presidente.
(Parênteses para dizer que não é inteiramente verdadeira esta sua recente militância anti agregação, como já uma vez lhe disse e ele negou mas agora volto a reafirmar, à luz de novas informações que me chegaram e que talvez numa próxima Assembleia ordinária poderei, nessa sim on the record, confirmar. Talvez quem sabe, possa até contar com uma ajuda inesperada vinda da Mesa. Fecho parênteses)
Pois bem, quando um Deputado lhe imputou – eu próprio o fiz cá atrás off the record, que a sessão era extraordinária e o on foi só para os eleitos – um pecado de despesismo árido e inútil esbanjando dinheiros públicos numa descarada acção de propaganda claramente formatada para o período de pré campanha em que já se encontra envolvido, eis que ele salta a terreiro, brandindo a espada da Justiça, perdão, uma factura do PSD, para provar que afinal não foram só os valonguenses a pagar o desmando, mas sim todos os portugueses.
Deixou-nos na verdade um pouco menos aflitos em relação à despesa, mas foi sol de pouca dura, porque logo a seguir, anunciou uma acção judicial contra o autor on the record da acusação que ele, mecenático e solidário, declara que caso a ganhe oferecerá o dinheiro a uma instituição de solidariedade.
Isto é, dá (daria) com uma aquilo que tiraria com as duas mãos, mas mesmo que em teoria se pudesse admitir a hipótese solidária, então, deveria ir um pouco mais longe, abrangendo a minha afirmação em off feita cá atrás – se pretender, até lhe arranjo testemunhas do meu ‘crime de difamação’.
Isto é, não foi o PSD coisa nenhuma a pagar a factura e pior do que esta lamentável mistificação que põe em causa a dignidade de um grande Partido que muitas vezes não se revê na pequenez dos seus dirigentes, é que na sala estavam pessoas que sabem que aquilo é mesmo uma mistificação. Deixemos isso porém para quem há-de fiscalizar as contas do PSD e dos outros Partidos e que, se os registos forem fiáveis e não do género daquele contribuinte do CDS/PP que se chamava Jácinto Leite Cápêlo Rego, seguramente encontrará mais fluxos de entrada ainda que encapotados, oriundos do prédio da 5 de Outubro do que de saída no sentido inverso!
Celestino Neves