Se a actual gestão camarária acreditasse nas pessoas do Concelho de Valongo já teria avançado há muito com os orçamentos participativos, envolvendo os cidadãos nos assuntos municipais. Infelizmente quem nos governa a nível local, à semelhança do Governo do país, não acredita nas pessoas da nossa terra, e o plano e orçamento da Câmara Municipal para 2013 é disso mesmo prova cabal, com a agravante de ser a primeira vez em muitos anos que o município não apoia financeiramente as freguesias do concelho, sinal preocupante de centralização que seca tudo à sua volta. Vinte anos depois o nosso Concelho continua a jogar no campeonato dos últimos na Área Metropolitana do Porto, como todas as estatísticas oficiais bem demonstram, o que prova que temos tido muito azar nas pessoas e nas politicas que têm guiado o nosso município metropolitano. Apesar desta insofismável realidade, assistimos hoje a todo o tipo de manobras de diversão, festas e festinhas, e dispendiosas operações de cosmética, com o objectivo eleitoralista de criar a ilusão à população que não houve grave irresponsabilidade financeira na Câmara Municipal de Valongo nos últimos 20 anos. Mas a verdade é sempre mais forte do que a mentira, e os cidadãos de Valongo terão dois caminhos muito distintos pela frente, ou fazer de conta e manter tudo como está ou ter a coragem de mudar profundamente uma Câmara Municipal que presta “serviços mínimos” à população. E presta serviços mínimos devido à má gestão, que foi de tal ordem que se viram na necessidade de pedir um resgate para pagar os pesados "calotes" acumulados, tendo para isso contraído um empréstimo de mais de 16 milhões de euros, que todos teremos que pagar nos próximos 14 anos. A actual gestão camarária está convencida que a Câmara Municipal de Valongo é propriedade sua, mas esquecem-se que são meros inquilinos e que por isso mesmo estão de passagem, porque os cidadãos do Concelho não se deixam enganar! Apesar desta triste realidade temos que olhar em frente, porque temos tudo para ser diferentes: pessoas, localização e tradições, e só necessitamos de definir uma estratégia e um rumo com o envolvimento esclarecido de todos os cidadãos, melhorando o que está bem e corrigindo o que está mal, para fazermos da nossa terra um exemplo de progresso e de esperança no país. Atravessamos uma época muito difícil e perigosa, em que todos teremos que saber dar mais esperança às pessoas, acreditando no seu valor e na sua capacidade, mas adoptando uma nova atitude de maior respeito pelas pessoas e colectividades. As pessoas fazem a diferença e por isso temos que fazer diferente, com mais transparência, maior sustentabilidade, rigor e solidariedade. Pelos sinais que nos chegam acreditamos que em Outubro de 2013 chegará ao fim o atual ciclo de poder que já dura há 20 longos anos, sempre com os mesmos e com os mesmos vícios.
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