TERRORISMOS - O PERIGO DAS GENERALIZAÇÕES...
Hoje 'digeri' com acrescida dificuldade alguns nacos intragáveis dos vários telejornais - com alguns flashes de Relvas, algumas pérolas do omnisciente professor Marcelo e coisas do género pelo meio. Nada de muito diferente em relação à generalidade dos dias que nos atormentam há dias demais, mas a dado momento da minha 'autoflagelação' registei um facto preocupante que por enquanto vou manter sob atenta vigilância - não sou daqueles que ao menor sinal suspeito em relação à sua saúde (neste caso mental) vão logo a correr para o especialista.
Enquanto o meu apêndice auditivo da direita ouvia as várias asneiras dos governantes, comentadores e afins sobre a crise, sobre as razões da mesma e as hipóteses de cura que no entender deles, todos escolhidos a dedo e portanto, todos muito entendidos na matéria, existem e vão começar a curto prazo a ser aplicadas aos doentes - podemos portanto começar a falar com o cangalheiro - o apêndice esquerdo começou a ouvir em fundo aquele barulho característico dos muitos aviões que costumam passar lá muito em cima, mas mesmo assim por cima da minha casa (a rota do Aeroporto Sá Carneiro é mais ou menos por aqui).
Sem dar por isso, o conteúdo visual que ia passando no LCD da parede em frente, na minha sala de jantar, passou a 'OFF' e comecei a 'ver' em diferido aquela cena do ataque às torres gémeas naquele fatídico 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos.
Uma ideia ganhou consistência na minha mente - que só mais tarde descobri, se tinha deixado adormecer: E se naquelas torres não estivessem cidadãos anónimos, trabalhadores, empresários honestos, chefes de família exemplares, crianças, elementos válidos da sociedade americana, mas apenas políticos corruptos, profissionais da guerra e do terrorismo de Estado, torturadores legais, 'lobbystas' da indústria de guerra, organizadores de golpes de Estado em países 'inimigos', tudo 'espécies' que na América abundam, como todos sabemos?
Será que este acto - o mesmo acto, com os mesmos executores, os mesmos aviões e as mesmas torres - seria mesmo assim um horrendo acto terrorista?
Depois, como é normal que aconteça com uma mente adormecida, comecei a imaginar os nossos governantes todos e mais a catrefada de boys, consultores, consultores dos consultores, corruptores e corruptos que proliferam à sua volta e com os quais interagem - sem esquecer os equiparados anteriores, que nisto da alternância, a única coisa que costuma mudar são as 'moscas' - todos enfiados num daqueles paquetes grandes, o maior de todos e ao qual tivesse sido 'desaparafusado' o fundo para que conseguisse flutuar apenas até ao mar alto, onde os deixássemos como uma espécie de miminho para os tubarões degustarem.
Será que esta imaginada (sonhada) acção alguma vez tivesse a hipótese de ser executada, seria classificada como 'horrendo acto terrorista'?
Teremos então por absurdo, de considerar que existem em Portugal cerca de 10 milhões de terroristas e que as vítimas - aquelas a quem seria devido um qualquer monumento de homenagem (em alto mar não iria ser fácil) - seriam os tais milhares de facínoras atrás referidos?