“O erro não se torna verdade por se difundir e multiplicar facilmente. Do mesmo modo, a verdade não se torna erro pelo facto de ninguém a ver”. (Mahatma Gandhi) “O que se pretende é que a Assembleia Geral venha a ratificar uma decisão há muito tomada. Essa Assembleia Geral, é, pois, uma fraude”. (Extracto do Manifesto dos fundadores da Coragem de Mudar contra a Assembleia Geral extraordinária de 16 de Março (para debater a proposta de um acordo pré eleitoral com o PS). Talvez esta Assembleia Geral tenha sido de facto uma fraude, mas não pelas razões invocadas, como a seu tempo se verá. A intenção era proporcionar uma reflexão tão alargada e tão viva quanto possível sobre este e único ponto da ordem de trabalhos. Seria um debate com um ponto de partida, mas sem antecipados pontos de chegada e acreditávamos que todos os que ali comparecessem, fossem de mente aberta embora com todo o direito, armados de espírito crítico e preparados – eles e nós – para uma discussão viva e acalorada. Só não nos passou pela cabeça sermos ‘atropelados’ por um mini autocarro de arruaceiros dispostos a acabar com os trabalhos a todo o custo. Era um cenário mau demais para sequer o anteciparmos. A verdade, é que – e uma jornalista presente pôde confirmá-lo - quase existiram enfrentamentos físicos. Mas, e porque é relevante o pormenor, não podemos deixar de o destacar: quem deu o mote para esse tipo de alinhamento e nele foi actor principal, é alguém que deveria dar, pelas funções que desempenha, um exemplo de compostura - Pedro Panzina, segundo vereador eleito pela Coragem de Mudar. Como disse um associado revoltado, ‘fretaram o autocarro à pressa’ - e vieram apenas para silenciar a democracia, acrescentamos nós – o que no caso de Pedro Panzina nem surpreende, porque lhe está no ADN. Tropeçaram porém sem darem por isso, nesta pérola esquecida na rota que ali os conduziu: “Por isso não há, nem tem de haver, qualquer ponto de contacto entre a Associação e os eleitos, que apenas respondem pelo programa eleitoral sob o qual se apresentaram a eleições, e que também ele se esgotará no fim deste mandato” . (Extracto de um e-mail que me foi dirigido por Maria José Azevedo – que pairou, mas não esteve presente). Que foram então lá fazer – naquela Associação onde não se revêm? Ao que parece, (apenas) pagar cada um, as quotas do respectivo grupo e depois, darem seguimento ao (triste) espectáculo. Sob a batuta do pequeno títere, a malta arrebanhada à pressa, disse rapidamente ao que vinha: ‘REQUERIMENTO: Que com prejuízo de todos os inscritos (e tinha falado apenas o presidente da direcção e um associado) se passe imediatamente à votação do ponto único da Ordem de Trabalhos’. Como na votação se veio a verificar, do lado do obscurantismo estavam 19 votos e do lado da luz, apenas 9 (mais duas procurações que não foram sequer utilizadas). Porquê então a arruaça se podiam resolver o assunto democraticamente? Porquê a pressa em encerrarem os trabalhos se nem a meio do tempo previsto nos encontrávamos? Resposta simples: Por medo de que a discussão pudesse convencer alguns dos 19 (porque manda a verdade que se diga, nem todos estavam do lado da arruaça!). Por receio de que os ‘contratados a termo certo’ se fossem embora perante uma discussão demasiado prolongada e que nada lhes dizia! Porém e por muito que isso possa surpreender as suas mentes limitadas, ‘afinal ela (a direcção) move-se’! (E enquanto isso, ‘o mundo pula e avança, como bola colorida, entre as mãos de uma criança’). As notícias sobre a nossa morte (portanto) são obviamente exageradas.
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