NADA É TÃO DECEPCIONANTE COMO A 'PEQUENEZ INTERIOR'!
Manifesto da “Coragem de Mudar” (*)
Há quatro anos, um grupo de cidadãos livres, que não se revia no pior de algumas práticas dos partidos políticos, entendeu romper com essas práticas e abraçar o projecto de uma candidatura independente à Câmara de Valongo. O entusiasmo então gerado fez crescer, de tal forma, esse grupo, que permitiu que viesse a protagonizar, também, candidaturas a todas as freguesias. Candidaturas apresentadas por cerca de seis mil cidadãos, que as propuseram sob o nome de Coragem de Mudar.
(...)
Este é um excerto do miserável opúsculo redigido por aquela parda eminência que os valonguenses se habituaram a conhecer desde 2009 nas reuniões públicas de Câmara a debitar eloquência como quem distribui pérolas aos... pobres.
Sabemos (vemos) o deleite que sente por se ouvir, por imaginar relevante o contributo com que nos premeia a partir daquele patamar um pouco mais elevado do salão nobre da pouco nobre Câmara e onde pequeno que é, se imagina maior que a plebe cá ao fundo, mas onde de facto o vemos - porque o 'fundo' não fica assim tão longe no nobre mas pequeno salão - do tamanho que é e com a dimensão que tem.
Pedro Panzina construiu em 2009 em regime de compropriedade, uma 'marca' que imaginou capaz de galgar aquela escadaria da inestética torre de 5 de Outubro e após convencer aquela que estrategicamente passou a designar como 'alma mater', porque lhe emprestava a credibilidade que a ele lhe faltava - lá tratou de promover a 'vaquinha' que lhe permitisse encher o depósito com o 'combustível' indispensável para o seu funcionamento.
A 'alma mater' ainda a lamber as feridas da peleja fratricida em que se havia envolvido com 'familiares políticos' de sempre, prestou-se a esse papel e lá organizaram a festa, encomendaram o andor sobre o qual acomodariam os respectivos traseiros e trataram de arregimentar os transportadores - eu fui um deles - para a subserviente tarefa.
Tão convincentes foram, que acreditamos!
E de tal forma e com tanta fé se entusiasmou o 'voluntariado', que a Câmara se transformou de repente num objectivo demasiado pequeno para tamanha ambição. E o 'sonho' - como se o sonho pudesse ser aquela junção de dígitos que lhes sobravam nas mentes - alastrou, disseminou-se, contagiou as freguesias que se agregaram à festa.
E pronto, veio o dia seguinte e a decepção de verem o altar ocupado pelos do costume, com a agravante de se verem naquele degrauzito mais baixo do mesmo.
Restou-lhes pois a tribuna mas não os proventos e por isso trataram de desmobilizar o 'voluntariado' do qual já não necessitavam e de deixar bem claro que 'a partir daí, seria cada um por si e eles por eles'.
A decomposição do volumoso resultado da imaginada soma, tinha dado 'resto zero' e por isso, cada qual que se amanhasse com os respectivos avanços pecuniários solicitados e prontamente satisfeitos, porém agora esquecidos no esfumar dos últimos resquícios do sonho:
'Boa sorte Alfena, Campo, Ermesinde, Sobrado, Valongo! Façam o melhor que souberem e puderem pelos vossos conterrâneos, que nós prometemos festejar convosco os vossos êxitos. Porém não nos peçam ajuda para os alcançar nem responsabilidades por não os conseguirem obter'!
O recorte acima referido diz tudo sobre o mentor deste projecto - ter-lhe-á fugido a boca para a verdade sem que disso se tenha apercebido? - e sobre o carácter eminentemente pessoal do mesmo e a que todos nós, dezenas e dezenas de apoiantes e activistas da Coragem de Mudar, ingénuos como só os puros de coração sabem ser, convencidos de que integrávamos um colectivo verdadeiramente diferente e regenerador relativamente à parte má - ou menos boa - da praxis partidária, ajudamos a dar corpo.
O conteúdo do tal 'manifesto' não acrescentou nada àquilo que já sabíamos. Foi apenas uma espécie de 'anti-crisma', isto é, a confirmação na 'não fé' nos ocupantes do andor.
Mas mesmo assim, haveria ainda espaço para a falta de decoro do seu redactor chefe que conseguiu descer um pouco mais na sua já paupérrima cotação de mercado, ao colocar como subscritores do mesmo, pelo menos duas pessoas que para tal não se disponibilizaram.
Também aqui nada de surpreendente neste comportamento do 'pequeno vereador'. Apenas se manteve fiel ao seu 'ADN...
(*) Este não é obviamente um 'manifesto' da Coragem de Mudar!
A Associação Coragem de Mudar, é uma associação cívica independente com existência legal, com Estatutos e um Regulamento Interno legalmente aprovados (por 'acaso' propostos pelos fundadores) e esteve para 'morrer de morte natural' em Dezembro de 2010, quando os 'donos' a foram colocar num saco cheio de papéis junto à mesa daquela sala em Valongo, dizendo que afinal já não a queriam para nada.
Não morreu, cresceu em idade e discernimento e pelos vistos, voltam agora, quais progenitores arrependidos, a tentarem recuperá-la junto dos actuais 'pais'.
Como se constata, a falta de vergonha, para algumas pessoas não tem limites!