Manifesto “mentiroso” A direcção da “Coragem de Mudar” começa por dizer que o manifesto tornado público não teve a concordância de sete membros anunciados, mas sim de cinco. “Pelo menos dois dos nomes indicados como assinando o manifesto não deram qualquer consentimento para ele e, aliás, contactados, nem sequer o conheciam”, refere a direcção. Depois, os actuais responsáveis negam que o acordo com o PS para as próximas eleições autárquicas já estivesse concluído. “Estes ‘donos’ da Associação sabiam isso perfeitamente. Porém, precisavam de um pretexto para levar a cabo a estratégia há muito montada e que consistia e consiste em atingir três objectivos: primeiro, impedir que a Associação chegue a um acordo com o PS para as próximas eleições autárquicas, que poderia ajudar à vitória deste e à manutenção da representatividade da Associação; segundo, reapropriar-se da Associação a fim de se servirem dela, como fizeram em 2009, para os seus fins eleitoralistas pessoais; terceiro, impedir por todos os meios que o PS ganhe a Câmara, assim apoiando objectivamente o PSD, que sempre disseram combater, pelos malefícios produzidos em 20 anos de ruinosa gestão camarária”, defende a direcção. Chamando-lhes ironicamente “donos” e “proprietários” da “Coragem de Mudar”, a actual direcção do movimento acusa também os subscritores do manifesto de terem efectuado uma “golpada legal” ao ter impedido a discussão de um eventual acordo com o PS. “Esta golpada legal está perfeitamente dentro das tradições dos partidos, mesmo dos partidos mais radicais, que estes senhores dizem repudiar, mas que têm o despudor de praticar alegremente quando lhes convém”, lê-se no comunicado. Por fim, a direcção da “Coragem de Mudar” alega que “esta miserável ‘golpada’ e esta ‘edificante’ actuação têm um lado positivo: mostram à saciedade o ‘elevado’ perfil e o cunho profundamente oportunista e antidemocrático destes “donos” da Associação, que, insistindo hipocritamente no carácter cívico da Associação e no “projecto, de mulheres e homens livres e independentes, que lhe está subjacente”, tentam camuflar que o que está subjacente ao projecto deles é, antes de mais, o ódio profundo ao PS e ao líder concelhio (que, aliás, nunca esconderam), que vem dos tempos em que quase todos foram militantes socialistas”. |