ALFENA E VALONGO, VALONGO E ALFENA - O PARADIGMA DE SEMPRE...
Ontem foi dia de Assembleia de Freguesia em Alfena.
Ordem de trabalhos (quase) consensual - apenas com alguns votos contra de parte dos Unidos por Alfena que são contra a responsabilidade da Junta no que tem a ver com a vigilância nos Cemitérios onde há pouco - num deles - aconteceram actos de vandalismo e roubo.
Pouco mais que mereça especial destaque.
Ou melhor, destaque até houve pela negativa, na parte referente à intervenção do público, onde estava inscrita apenas uma alfenense, a braços com uma situação igual a tantas outras, isto é, com 'cheiro a corrupção que tresanda'.
Não vou referir nomes - nem da queixosa nem do prevaricador - por razões óbvias, mas tenho obrigatoriamente de mencionar três pessoas/entidades inequivocamente envolvidas - com graus de responsabilidade diferente, é verdade - mas envolvidas!
(Abro um parêntesis para criticar mais uma vez, a demasiada subserviência do Presidente da Assembleia em relação ao executivo, nomeadamente ao presidente da Junta.
Divididos que eles andam, nem precisaria preocupar-se muito com essa assertividade demasiado marcada e também, como não havia mais nenhum cidadão inscrito para falar, não precisava de ter interrompido a senhora, impedindo-a de concluir a sua intervenção, 'obrigando-a' a ler à pressa a 'ultima linha' do texto que trazia escrito).
Voltando ao assunto, do que se tratava - do que se trata - é de mais um episódio de corrupção, relacionado com a construção de um armazém e da apropriação abusiva por parte de um cidadão, de uma rua pública, onde existem infra-estruturas de saneamento, de águas pluviais, etc.
Até aqui, nada de muito relevante, porque apenas mais uma situação de ilegalidade igual a tantas outras, que a Câmara resolveria facilmente - se não deixasse entar pela 'porta lateral' de sempre, o tráfico de influências e a corrupção pura e dura que bem conhecemos, desta vez - e aqui a parte lamentável de tudo isto - apadrinhada e patrocinada pelo advogado Rogério Palhau.
Só que Rogério Palhau é também - para quem não saiba - o presidente da Junta de Freguesia e o único argumento que encontrou para 'atirar' à cidadã como resposta - e também a todos nós ao fim e ao cabo - foi que 'trabalho é trabalho, conhaque é conhaque'!
Ficamos sem saber qual é mesmo a parte do 'conhaque'...
Porém ficou visível para todos - menos para o visado - que o problema não é só da Câmara onde ele vai, assessorado tecnicamente e com regularidade, como advogado (ou como presidente de Junta?) para tentar 'negociar' uma saída que corresponda aos interesses do seu cliente (ou simples freguês?).
Pelos vistos, o presidente Rogério Palhau nunca ouviu falar em 'conflito de interesses' e o advogado com o mesmo nome também não.
Acontece que o presidente da Junta de Freguesia, a tempo inteiro, acompanha o advogado em regime livre, sempre que os 'dois' se deslocam à Câmara - que como se sabe, não funciona para além do horário de expediente...
Pelos vistos, o 'último' não se apercebeu ainda que pode vir a ter uma problemazinho, se a cidadã que está a ser prejudicada pelos 'dois' resolver apresentar uma queixa na Ordem dos advogados.
Por razões semelhantes, outros têm visto a sua carteira profissional suspensa!
Já quanto à Câmara, enquanto finge que está a tratar do problema pelas vias legais, avança com o argumento de sempre: posse administrativa, mas sem dinheiro para executar a Lei!
Acho que já ouvi esta desculpa vezes demais nos últimos tempos e a propósito de outros casos. E é pena, porque se esperava algo de diferente, depois de algumas mudanças ultimamente operadas a nível da responsabilidade pela Divisão dos Assuntos Jurídicos, Contencioso e Fiscalização, Informação e Apoio a Munícipes.
Uma Câmara onde a falta de Orçamento nunca foi um problema para executar obras por ajuste directo, vir agora de repente invocar a falta de dinheiro para executar uma pequena demolição - que até vai ser paga pelo cidadão que cometeu a ilegalidade - soa no mínimo, a desculpa de 'mau pagador'!