O DESGRAÇADO ESTADO 'DE DIREITO' E A DESGRAÇADA III REPÚBLICA...
Hoje - a contra gosto, devo dizê-lo - lá fui ouvindo o debate na Assembleia da República, com a cambada que manda no País a falar, falar e não dizer nada e a oposição, que deveria ser a voz crítica desse mesmo País, a dizer, a dizer e a não fazer nada...
Uns e outros, demasiado previsíveis, nesta espécie de democracia encenada com base num guião ao qual já não prestam - uns e outros - a atenção que seria de esperar, um guião que uns, por óbvias razões tentam reescrever e outros por razões óbvias, vão brandindo de forma inconsequente, porque uns e outros, já o reescreveram, já lhe foram infiéis alguma vez - ou não defendessem todos eles a alternância, ou não integrassem parte deles, o grupo dos partidos do 'arco do poder'.
Perante tantas barbaridades que fomos ouvindo saídas da boca do cretino que nos governa, perante o lavar de mãos da figura de cera daquele que jurou jurou ser o garante da Constituição e do regular funcionamento das Instituições mas que está tão enterrado como os outros no lodo que tudo mina e tudo põe em causa, porque tão corrupto como os restantes, porque de mãos tão conspurcadas como os outros todos que deveria demitir - o BPN, os lucros contra a corrente que engrossaram a sua conta bancária e da sua filha não são abstracções, Dias Loureiro e Oliveira e Costa não são figuras de ficção - a oposição só tinha uma coisa a fazer, uma coisa que nunca foi feita, mas que por isso mesmo, ganharia ainda mais impacto: abandonar aquele debate miserável em que se falava de matar pessoas à fome , de abreviar a vida de pessoas frágeis - milhares e milhares de reformados - como se estivessem a falar de coisas menores, como se estivessem a debater a 'mortalidade dos frangos de aviário'!
Quem aceita debater a possibilidade de decidir sobre a vida e a morte de seres humanos, quem aceita debater tudo e mais alguma coisa, fazendo de conta que não vivemos num Estado de Direito, está a aceitar tudo isso e mais alguma coisa, de forma tácita!
Porque isto de decidir se matamos (apenas) 10 mil portugueses, ou se devemos ser mais ambiciosos e subir a parada até aos 30 mil ou mais, não se reduz a uma mera questão de números. É em si mesma, uma questão de Direitos Humanos e esses não se debatem com ninguém que (apenas) está disponível para não os cumprir.
O Holocausto não se debate com aqueles que se propõem praticá-lo - quando muito, debate-se com os Juízes que se proponham julgar Paços Coelho e Cavaco Silva!
Hoje, foi uma manhã/gota de água no meu 'copo' de paciência que transbordou!
Hoje deixei de poder ouvir o PS, O PCP, os Verdes, o Bloco de Esquerda - porque eles, não deviam ter ficado neste debate até ao fim!