APANHADOS DE VALONGO E ALFENA - TAKE # 1
Ora bem...
Valongo não tem de copiar tudo o que se faz no País - ainda que em muitos casos até aconteça ser o País a fazer bem o que aqui se faz mal - porque Valongo faz desde há 20 anos a esta parte, do direito à diferença no sentido mais negativo do termo, o seu principal paradigma.
Só a título de exemplo, a nossa autarquia pertence ao grupo restrito dos 'fora da lei', um grupo onde as decisões dos Tribunais já transitadas em julgado, são questionadas de forma indirecta, mas nem por isso menos displicente.
Um exemplo concreto:
"Uma vez que o futuro PDM (aquele que há-de sair no próximo século) poderá alterar as regras que determinaram a demolição (três armazéns ilegais pertencentes à 'empresa amiga' Marcelo, Peixoto & Irmão) solicitamos ao Tribunal que se pronuncie".
E pronto, 'bola ao ar' e siga o jogo!
Mas se mal pergunto, o Tribunal não se pronunciou já há muito e à luz do único contexto em que o deveria fazer, isto é, do actual PDM?
É que se todos os criminosos condenados fizessem o mesmo - pedissem ao Juiz que esperasse por uma nova lei a publicar eventualmente num futuro mais ou menos próximo - as cadeias estariam vazias...
Mas mesmo nos casos em que não existe sequer margem de manobra para pedir informais 'aclaramentos de sentença' e a autarquia se vê obrigada a reconhecer no imediato, razão aos muitos lesados por prevaricadores que contam com a clara conivência dos serviços camarários e de quem os superintende, lá se lança então mão do argumento ridículo e anedótico de sempre: a falta de meios para proceder às demolições(!).
Como se Valongo não fosse o Concelho dos ajustes directos e como se neste caso, as despesas não fossem pagas por quem é intimado a cumprir a lei e não cumpre e não pela Câmara!
Este é apenas um de muitos apontamentos que pretendo desenvolver, nesta época de promessas eleitorais, de juras sobre transparência no exercício do poder, de isenção e tratamento igual de todos os cidadãos.
Em futuras intervenções, trarei aqui outros exemplos de claro compadrio entre a Câmara e alguns cidadãos, que talvez por serem (alegadamente) contribuintes líquidos para as despesas das campanhas dos 'candidatos do regime' conseguem passar pelos intervalos do PDM vigente ou então contornar as mais elementares regras do urbanismo.
Este não é apenas o tempo de fazer promessas. É também - ou principalmente - o tempo de explicar porque se não cumpriram as mil vezes feitas num passado mais ou menos recente!
Valongo e Alfena são, infelizmente, um alfobre inesgotável de casos malcheirosos onde quanto mais mexemos mais nos surpreendemos!