ALHEIRA COM... DIOXINAS!
A dioxina é um organoclorado altamente tóxico, carcinogénico e teratogénico. É um dos poluentes orgânicos persistentes sujeitos à Convenção de Estocolmo.
As dioxinas são subprodutos não intencionais de muitos processos industriais nos quais o cloro e produtos químicos dele derivados são produzidos, utilizados e eliminados. As emissões industriais de dioxina para o meio ambiente podem ser transportadas a longas distancias por correntes atmosféricas e, de forma menos importante, pelas correntes dos rios e dos mares. Consequentemente, as dioxinas estão agora presentes no globo de forma difusa. Estima-se que, mesmo que a produção cesse hoje completamente, os níveis ambientais levarão anos para diminuir. Isto ocorre porque as dioxinas são persistentes, levam de anos a séculos para se degradarem e podem ser continuamente recicladas no meio ambiente (Wikipédia).
É um aborrecimento pegado! Ele é a gripe das aves, a doença da língua azul, a doença das vacas loucas... e agora levamos com as dioxinas da Irlanda na carne de porco!
Também com o Planeta poluído como está cada vez mais, qualquer dia para termos alimentos em condições - sejam de origem animal, sejam vegetais, a própria água - vamos ter de recorrer ao seu processamento em espaço protegido...
Valha-nos ao menos a providencial ASAE que embora a jusante do processo lá vai bisbilhotando nas prateleiras, nos congeladores, nos armazéns, para nos dar alguma tranquilidade!
Mesmo assim, dei hoje por mim a olhar desconsolado para a famosa alheira de Mirandela deliciosamente esparramada no meu prato e confesso que me "cortei"...
(Raio da notícia tinha logo que passar na TV no momento em que eu começava a dissecar a dita! Eu até já me tinha esquecido...)
Fiquei-me pois pelo esparregado de legumes e pelo arrozinho branco que completavam o acompanhamento, fingindo uma falta de apetite que não correspondia de todo à verdade..."Não estava a seu gosto? Quer experimentar umas fatiazinhas de entrecosto de porco grelhadas que estão uma delícia?" - pergunta-me simpático o dono do restaurante..."Não! Não!" (quase grito). "Estou mesmo sem apetite, obrigado!"
(Possas! que situação mais embaraçosa... Será que não tinha outra alternativa sem dioxinas para me oferecer?)