ALFENA - 'A VERDADE DA MENTIRA'...
A estrutura dos Blogs obriga a que os comentários fiquem normalmente na zona do 'rodapé' e mesmo assim, às vezes apenas parcialmente visíveis - o que não é justo, quando o comentário suplanta em profundidade, o próprio post comentado.
É o caso deste, do meu amigo Sr. Silva Pereira, a propósito dos 'pontos nos ii' que tentei ontem colocar sobre a megafraude da Quinta do Bandeirinha.
Só vejo uma maneira de ser justo: puxá-lo cá para cima, para a zona mais visível do blog.
Talvez assim o nosso homem de leis se capacite de uma vez por todas, de que o facto de falar como se tudo aquilo que afirma passasse de repente a constituir 'jurisprudência' é uma 'realidade' que apenas ele consegue enxergar.
A sua verdade colide quase sempre com a nossa, por uma razão simples: ele omite muito do que sabe e nós sabemos muito mais do que aquilo que ele e os seus amigos e ex amigos julgam que nos sabemos!
O comentário que virou post:
(...)
"A - Quem, atentamente, tenha lido os vários postais que, sobre o assunto, foram, recentemente, colocados neste blogue sobre esta "coisa" a que, pomposamente, passaram agora a chamar de "Parque Vale do Leça/Corredor Ecológico de Alfena", facilmente reparará na estreita ligação com as fases do loteamento da Quinta das Telheiras. Os dois presidentes, da Câmara e da Junta, podem vir com os chavões do costume (o interesse do município, da população, a qualidade de vida, a preservação e a reabilitação dos recursos, a revitalização do ambiente, enfim, "a chapa 5" habitual), que já não conseguem disfarçar os múltiplos interesses que estão por detrás. Esta é mais uma situação em que se invertem as premissas, apresentando-se a Câmara como interessada num terreno que, por mero acaso, é a cedência que o promotor do loteamento deveria fazer. A última vez que tal aconteceu, por estas bandas, foi com o terreno para o Centro de Saúde, onde se premiou o prestável benemérito com um loteamento gratuito e à medida.
Esta e outras histórias vêm de longe, de quando alguns, sedentos de dinheiro, se juntaram a outros, sedentos de poder e de dinheiro.
Só mais uma achega: como se recorda, o loteamento da Quinta das Telheiras foi objecto de várias intervenções, quer em reunião de Junta, quer em Assembleia de Freguesia (nesta, não só por parte da oposição, mas até mesmo pelo Grupo no poder). Lembro-me, aliás, numa reunião de Junta, logo no início do mandato, do Dr. Rogério Palhau ter anunciado que os promotores do loteamento tinham feito entrega de uma cópia do processo. Por "estranha coincidência", um pouco menos que "os cinco ou seis anos atrás" referidos pelo Dr. Rogério. Quem não quiser entender, que não entenda!
B - O Sr. Presidente da Junta, Dr. Rogério Palhau, gosta muito de falar e, ainda mais, de se ouvir a si próprio convencido que está da sua hipotética superioridade intelectual. Por mim, pode fazê-lo à vontade, embora, acho eu, não devesse, enquanto autarca, referir assuntos alheios à sua função.
As referências que, uma vez mais, faz à Quinta do Bandeirinha, são da "versão oficial", assaz divulgada por Arnaldo Soares et alii. Já agora, aproveito para deixar umas notas sobre o assunto:
1. Conheci o Dr. Rogério Palhau, era ele, ainda, Presidente da Assembleia de Freguesia e me visitou em Alfena propondo-me a compra da Quinta. Convenho que a resposta negativa tenha contribuído para a sua recorrente má-disposição em relação à minha pessoa;
2. O acordo - houve, efectivamente, um acordo - era mais do interesse da firma construtora do que, propriamente dos herdeiros. Sei porquê, mas não vou aqui dizê-lo;
3. Já agora digo que fui relutante em relação ao acordo e que lamento não ter ido até ao fim. Tinha as minhas razões, mas também não as digo. Cedi, a pedido da Família.
C - Alfena ainda não saiu de um longo e penoso período da sua história, durante o qual tem vindo a ser descaracterizada e destruída na sua identidade para satisfação da ganância de uns poucos, que, por cá apareceram, convencidos de que tinham descoberto o "eldorado". Tenho esperança de que esse ciclo termine muito em breve e, se possível, nunca mais volte. Assim os alfenenses o entendam e o queiram."
(...)