VALONGO - AS PRIORIDADES TROCADAS E A TUTELA 'ECLESIÁSTICA' SOBRE A CAMPANHA ELEITORAL...
Cheguei a casa há cerca de duas horas, após mais uma reunião 'a jacto' da Câmara.
Ora se foi 'a jacto', isso significa que além da 'palha' habitual, não existiu quase nada de relevante - com excepção relativa, por razões diferentes, de dois assuntos:
O primeiro tem a ver com a deliberação sobre a permuta de imóveis entre a Câmara e a empresa IMOSÁ, proprietária do estádio dos Sonhos em Ermesinde, com valores que rondam um encargo de cerca de 300 mil euros: a Câmara fica com a posse do dito estádio e entrega o campo de jogos dos Montes da Costa, ficando ainda com a responsabilidade (e com o encargo) de proceder à recuperação do primeiro espaço.
A vantagem de ser independente, é de poder dizer o que penso sobre este assunto sem me preocupar com o 'politicamente correcto' e neste caso, o que penso, é que quando há tanta gente a passar por dificuldades no nosso Concelho, quando existem carências de todo o tipo, incluindo alimentares, quando existem problemas por resolver a nível dos transportes escolares, quando assistimos inclusivamente ao agravamento dos casos de emergência social e as IPSS do Concelho reivindicam há muito o reforço das ajudas por parte da Câmara, ao gastar todo este dinheiro (apenas) porque se tinha prometido construir um estádio de futebol em Ermesinde e esta é a forma mais 'económica' de cumprir essa promessa, em vésperas de eleições a Câmara (e o candidato do regime) estão a ofender todos aqueles que passam fome!
Que me perdoem os praticantes de desporto que eu respeito muito, os jovens que reivindicam melhores condições para o praticarem de forma saudável e que têm sido esquecidos ao longo dos vários mandatos de Fernando Melo e João Paulo Baltazar, mas no estado actual do País e das finanças da Câmara - que não tem dinheiro para 'fazer cantar um cego' - primeiro deve estar a emergência social!
Atentemos no Brasil, um País onde o futebol tem muita força, mas onde as pessoas neste momento contestam o dinheiro que se esbanja com o mesmo!
O outro assunto, foi um proposta verdadeiramente abstrusa e inconsequente da Maria José Azevedo e do vereador menor: 'apelando a todos os candidatos e seus apoiantes para que adoptem uma postura de elevação e respeito mútuo' - já a formiga tem catarro, digo eu... e para que a Câmara se arrogue o direito de tutelar a campanha eleitoral - apelando à 'vigilância dos serviços jurídicos para que reportem o ministério público sobre eventuais abusos ou situações que possam configurar a prática de ilícitos criminais - por parte de titulares de cargos públicos, de candidatos, de cidadãos?
O vereador menor parece desconhecer que, ao contrário do Tribunal Eclesiástico, neste caso nem a Câmara nem os seus serviços jurídicos podem exercer qualquer tutela sobre acções de campanha - ainda que as mesmas possam de alguma forma 'ofender' os direitos dos candidatos que ele e a antiga 'alma mater' da Coragem de Mudar decidiram apoiar!
Aqui a tutela cabe à Comissão Nacional de Eleições e também ao ministério público - mas nunca por iniciativa da Câmara ou dos seus serviços.
Como diz o Povo, "não vá o sapateiro além da chinela..." - e o pequeno 'sapateiro' hoje tentou tocar rabecão...