A NOVA (CÂMARA DE) VALONGO DE JOÃO PAULO BALTAZAR...
É feio 'bater em mortos', dizem-me sempre que resolvo abordar algum assunto que tenha a ver com os 20 anos de 'atrocidades' cometidas pelo velho dinossauro agora 'embalsamado', contra o Povo de Valongo.
Vendo bem as coisas, têm alguma razão os autores destas críticas, ou melhor, têm até mais razão do que aquela que invocam: a força do hábito leva-nos por vezes a criticar a gestão de Melo no seu todo, quando todos sabemos que os últimos anos foram já de gestão pura e dura de João Paulo Baltazar, ainda que uma parte em formato de 'sim senhor ministro'.
João Paulo Baltazar está em tudo aquilo que nos últimos anos possa configurar suspeitas de corrupção: nos ajustes directos, no favorecimento de amigos e familiares em questões de urbanismo - não é por acaso que mantém ao serviço um arquitecto condenado por corrupção a mais de 3 anos de prisão - no preenchimento de lugares de relevo dos quadros da autarquia recorrendo à família próxima ou alargada, na instauração de um clima interno onde se gere e manipula o medo dos colaboradores e onde o mérito passou a ser eventualmente o último item a justificar algumas admissões, promoções ou nomeações, porque as competências específicas de cada colaborador, muitas até adquiridas já ao serviço da autarquia, não são aproveitadas ou são mesmo ostensivamente colocadas de lado sempre que o interesse daqueles a quem se deseja colocar nos lugares de destaque o exija.
Para os mais capazes, acrescentou-se espaço na prateleira do costume e qualquer dia - se em 29 de Setembro não erradicarmos esta gente da gestão da nossa autarquia - seria mesmo necessário acrescentar mais espaço para acomodar os que vão sendo preteridos em favor do primo, do primo do primo, do filho do barbeiro do presidente, do merceeiro e de todos aqueles que no dia a dia vão bater à porta do 'dono' da Câmara com as pontas dos sapatos - porque ocupadas as mãos com o óbolo' habitual.
Claro que João Paulo Baltazar tem a seu favor(?) a questão formal de muitas das decisões terem sido 'tomadas' por Fernando Melo e este já não correr o risco de perder o mandato, mas ainda que aceitemos como válida esta 'almofada atenuadora' de responsabilidades referente ao período de 'yes minister', o herdeiro tem vindo a acumular já na 'era pós Melo', um número tal de situações condenáveis semelhantes, que por bem menos, outros no 'País local' têm sido alvo de 'impeachment'
Não está obviamente só nesse 'risco', dado que sobre alguns dos que o acompanham na sua 'monárquica' lista, pendem factos e acusações igualmente graves. Apenas a óbvia falta de tempo para uma decisão da Justiça que pudesse ter um efeito prático sobre o próximo processo eleitoral o liberta dessa imediata preocupação.
A não ser que, por uma questão de inócua coerência, alguém se resolva a iniciar mesmo assim o íngreme percurso da Justiça.
Pensemos nisso...