CÃMARA DE VALONGO - A REUNIÃO A JACTO...
Começa a ganhar contornos de normalidade o 'formato' das reuniões públicas do Órgão executivo : 'a jacto', independentemente da aparente densidade de assuntos em agenda - e hoje eram 20 os pontos em discussão.
Bem... em discussão é exactamente o busílis da questão, porque por um lado, a 'palha' do recheio não a suscita - à discussão - e por outro, a oposição ou anda pouco inspirada, ou então, o que é pior (no caso do 'coração doce' é mesmo por aqui) enveredou pela postura 'post-it'.
A única excepção à árida agenda de hoje, foi o ajuste directo do serviço de varredura das ruas do município até final do ano, devido ao atraso no concurso público que está a decorrer - atraso por culpa de quem? - e por um preço de 904 mil EUR.
João Paulo Baltazar lá foi explicando, à guisa de tranquilização do vereador menor que perguntou sobre isso, apenas para não ter de votar sem colocar nenhuma questão, que este o custo está ligeiramente abaixo do duodécimo da actual concessão.
(Pudera! quem ganhar estes meses não precisará de fazer investimentos nem apetrechar-se com os meios necessários a uma concessão alargada no tempo!)
Curiosamente - ou não - o PS e também o independente Afonso Lobão, mantiveram a questão de princípio de sempre, de que este tipo de serviço deveria ser sempre que possível, assegurado com meios próprios da Câmara, tendo-se abstido na votação.
Os 'independentes' do coração doce, esses, tal como os post-it já referidos, aderiram à ideia da Câmara, votando a favor - o que também só espantará os menos atentos às últimas movimentações.
Destaque para um 'fait-divers' protagonizado pelo vereador menor:
Falava o presidente da Câmara nada incomodado com um segredar (normal) e em registo muito discreto cá atrás, entre mim e o meu amigo Fernando Monteiro, apoiante do Bloco de Esquerda:
"Desculpe senhor presidente - interrompeu o vereador das 'tamancas' - importa-se de falar mais baixo para não incomodar a sala?".
Ao contrário de outros tempos, João Paulo Baltazar 'desculpou', permitindo a alarvidade - porque foi disso que se tratou!
Como também permitiu o comentário final - mesmo isso, comentário final - à questão por mim apresentada no ponto das intervenções do público: procurei indagar sobre se o aparente abuso do presidente da Câmara consubstanciado no envio ao Órgão Assembleia Municipal através do seu presidente e para distribuição (!) da moção irrelevante apresentada pelos vereadores 'post-it' na última reunião de Câmara acerca dos comportamentos eleitorais dos diversos intervenientes no processo em curso.
Perguntei se este envio visou criar 'jurisprudência', sendo que a partir de agora todas as moções ou propostas aprovadas em reunião de Câmara, ainda que irrelevantes como é o caso desta, não pela origem mas pelo seu conteúdo, vão passar a ser remetidas à Assembleia Municipal.
Resposta(?) de João Paulo Baltazar: "apenas aquelas que eu decidir" (sic)
Complemento final do vereador das tamancas - numa altura em que eu já não poderia comentar: "como proponente da moção, considero que irrelevante é a pergunta" - e deu aquele característico jeito ao pescoço, um tic que indicia no caso do vereador menor, que gostou muito de se ouvir
Não estava no entanto presente o 'espelho seu'...
(Encerramento)