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A TERRA COMO LIMITE...

UM ESPAÇO ONDE ESCREVEREI SOBRE TUDO, SOBRETUDO, SOBRE TUDO QUE SEJA CAPAZ DE CAPTAR A MINHA ATENÇÃO. UM ESPAÇO ONDE O LIMITE NÃO LIMITA - APENAS DELIMITA.

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VALONGO - NOTAS SOBRE O NAUFRÁGIO DE UMA 'BARCAÇA DE LARANJAS'...

De um tal 'lobo marinho', alguém que conhece o meu e-mail e a quem agradeço esta partilha, recebi o texto que se segue e que coloco online - com a devida vénia - sem qualquer edição.

Ele retrata de forma acutilante e perspicaz o desnorte que campeia no 'laranjal' valonguense, 'claque dos júniores' incluída.


 

 

 


O naufrágio do Vitória de Todos

 

O mais belo paquete do nosso concelho, o Vitória de Todos, naufragou no passado dia 29 de Setembro algures entre Valongo e Alfena, numa noite que indiciava em termos climatéricos ser de bonança, mas que, por variações súbitas e repentinas se veio a revelar fatal para a já histórica embarcação.

O vento começou subitamente a soprar mais forte, o mar ficou revolto, encrespado e a jovem tripulação, mal preparada, não conseguiu manter à tona a velhinha e desgastada embarcação e deu-se o desastre. O navio foi ao fundo!

Afundou-se o navio e com isso também o respectivo capitão, que se transformou no mais recente náufrago político de Valongo. Surpreendido e aturdido pelas circunstâncias, desnorteado e desorientado, procurou desenfreadamente uma qualquer bóia ou pedaço da embarcação a que se pudesse agarrar para assim flutuar e manter-se à tona. E eis que encontra, na confusão do naufrágio, perdido no porão do navio prestes a submergir, um velhinho bote salva vidas, onde ele, mais os seus três Imediatos se conseguem, a custo e apertadinhos, albergar.

Agora, perdido no meio do oceano, dependente dos ventos e marés, sem rumo ou destino e sem conhecimentos na arte ancestral de marear, fica à mercê das forças da natureza… Enquanto não encontra o caminho para casa, vai tentando contar com a ajuda do resto da sua tripulação que ficou em terra… jovens marinheiros, aspirantes de qualquer coisa e que, tal como o capitão, viram os seus sonhos e planos desfeitos pela crueldade fortuita das forças da natureza.

Impulsionar o resgate daquele bote salva vidas não vai ser tarefa fácil, pois estes jovens marinheiros não completaram a sua formação na matéria. Ainda não sabem diferenciar uma nau de uma caravela, não sabem o que é navegar à bolina, o que é um astrolábio, onde fica o bombordo e o estibordo do navio…

Os meninos que aspiravam a qualquer coisa, que já sonhavam com a descoberta de novas terras e com a conquista de muitas riquezas vão ter de perceber que o sonho poderá ter ficado fatalmente adiado e que, ou se dedicam ao estudo das técnicas de navegação, tarefa que obriga a muito trabalho, esforço e dedicação, ou terão de mudar de actividade… (As novas oportunidades ainda não têm cursos nestas matérias...)

Tentar agradar ao timoneiro de outrora, nas condições actuais, não é fácil!

As restantes barcaças que ficaram ancoradas, têm muitos buracos e remendos que os ainda jovens maçaricos não conhecem, e é vê-los agora, no ancoradouro, que nem perdidos, a tentar meter os barcos na água, içar velas, ler os mapas, pegar nos remos...

A confusão é total, mas ainda são os primeiros dias do desnorte, temos de os compreender, afinal são jovens….

Seguramente que assim vai ser muito difícil promover o resgate dos preciosos náufragos…

Mas a verdadeira questão consiste em saber, se daqui por uns tempos, ainda haverá alguém disposto a tentar resgatar aqueles náufragos.

 

publicado às 15:22

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