ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE VALONGO - DISSERTAÇÕES SOBRE PHOTOSHOP JURÍDICO...
Volto à primeira sessão (extraordinária) da Assembleia Municipal de Valongo, iniciada ontem e que terminou já hoje já muito próximo da uma da manhã, para deixar mais vincada a 'preocupação' que já deixei antever no post anterior:
Parece que o novo presidente de Câmara e os eleitos nas listas do PS, que ganharam (ganhamos) como todos sabem as últimas eleições, começam a evidenciar uma clara - e parece que preocupante para alguns - tendência para falarem verdade, respeitarem compromissos, recusarem fazer hoje o contrário daquilo que durante a campanha eleitoral prometeram que fariam.
A primeira a aperceber-se desta 'preocupante' tendência foi a deputada Rosa Maria, ex líder do grupo municipal do PSD no mandato anterior - e parece que agora arvorada de um novo estatuto de 'líder emérita'.
Disse ela a propósito da proposta ontem aprovada, sobre a redução da taxa de IMI - no seu douto entendimento, profundamente ilegal e mesmo inconstitucional na respectiva formulação - que "as coisas podem ser ilegais, desde que exista um cuidado na sua formulação que disfarce essa ilegalidade" (explosão de gargalhadas na sala...) e pelos vistos nesta proposta não houve esse cuidado - pois não, confirmo eu - para camuflar a tal 'ilegalidade'.
Ainda bem que ela descobriu sem ajuda aquilo que foi uma intenção de quem redigiu o documento: Na câmara (actual) não se recorre ao photoshop para enganar ninguém!
Mas seria interessante que a deputada Rosa Maria tivesse sido mais clara - com um pouco mais de tempo além do muito que usou teria sido possível - na tal técnica de mistificação.
Não que o presidente da Câmara, os vereadores e deputados municipais - socialistas e independentes que aceitaram de alma e coração integrar este projecto de mudança - estejam interessados em saber como é que se enganam os Órgãos de fiscalização ou o Tribunal de Contas jogando com o português, mas enfim, sempre seria mais um para a vasta colecção de 'tesourinhos deprimentes' com que nos tem vindo a mimosear ao longo dos últimos anos como deputada.
Já agora, relembro à ilustre deputada e ao seu 'fiel escudeiro' Daniel Torres, que em situações idênticas à da votação do documento do IMI, não precisam de abandonar a sala para se desresponsabilizarem: basta que recorram à figura do 'voto de vencido' e podem continuar confortavelmente(?) sentados nos seus lugares!