VALONGO - A SOLIDARIEDADE EM PRIMEIRO LUGAR E AS BOAS PRÁTICAS… TAMBÉM!
Na última reunião de Câmara, a vereadora Maria Trindade assumiu as 'dores' das IPSS, pelo facto de a Câmara ter decidido 'avançar para um concurso público' para a contratação directa do serviço de refeições escolares.
Este serviço está actualmente contratado com as IPSS, mas as mesmas - com excepção da ADICE, que é um 'tubarão' no meio do 'peixe miúdo' - porque não tinham capacidade instalada, resolveram subcontratar o mesmo a empresas de catering, curiosamente por um valor mais baixo do que aquele que recebem da Câmara...
Ora bem...
Esta questão do relacionamento da Câmara - tal como as Juntas de Freguesia também, aliás - com as IPSS, tem mais tarde ou mais cedo de entrar num patamar diferente - substancialmente diferente, digo eu - daquele que tem prevalecido até aqui.
Não é concebível que as mesmas - e falo genericamente sem referir nenhuma delas em concreto - pretendam manter ou mesmo reforçar a sua colaboração com a Câmara, recebendo em contrapartida as ajudas equivalentes, para depois não seguirem os mais elementares princípios das boas práticas, da transparência, da apresentação de uma situação social consolidada e de acordo com a Lei - corpos sociais constituídos, funcionamento dos Órgãos de acordo com os respectivos Estatutos, prestação de contas em dia...
É claro que se percebe - e se aceita - que o novo executivo numa primeira fase não tenha 'entrado a matar' neste campo, até porque os 'danos colaterais' seriam imensos como se imagina, mas esta é uma situação que não se pode prolongar por muito mais tempo.
As IPSS têm de uma vez por todas, de interiorizar que quaisquer meios financeiros - ou ajudas em espécie - que a Câmara lhes forneça, são bens públicos e por isso incompatíveis com a 'informalidade' com que estas por vezes 'justificam' a sua utilização e os associados por outro lado, devem também eles, como parte interessada na continuidade do trabalho destas Instituições, exercer a necessária e positiva pressão junto das respectivas direcções, para que não venha a ser necessário preceder à interrupção das referidas ajudas ou protocolos de colaboração.
Como bem disse Paulo Morais há tempos, embora num outro contexto, em Portugal existe um negócio da fome - e Valongo não foge à regra...