REUNIÃO DE CÂMARA DE VALONGO - 'CONVERSA REDONDA' E... PROBLEMAS DE 'COLUNA VERTEBRAL'...
Fui hoje à 'reentré' da Câmara de Valongo - a primeira reunião pública depois das férias - e francamente, não gostei do que pude testemunhar e que aqui partilharei com mais detalhe quando a acta da reunião estiver aprovada e me for fornecida uma cópia certificada.
O vereador da CDU Adriano Ribeiro, hoje mais comedido no uso do tempo, foi bem incisivo em relação a alguns aspectos que colocou no período de 'antes da Ordem do Dia', sendo que a principal crítica tem a ver com a ânsia exagerada de protagonismo do presidente que faz com que às vezes confunda a Câmara ele próprio e se esqueça,nos actos oficiais que organiza, que a mesma é composta por 9 vereadores.
Foi o caso da recepção aos ciclistas da União Ciclista de Sobrado, vencedores da Volta a Portugal que ele fez questão de receber no Salão Nobre da Câmara, antes de ir de férias, cerimónia que podia - e devia! - ser integrada numa reunião extraordinária de Câmara.
Não fez isso, preferiu ir para a mesa acompanhado do vereador do desporto e do presidente da Junta de Sobrado/Campo, esquecendo-se de respeitar o protocolo e deixando cá atrás no lugar do público os vereadores que quiseram estar presentes - parece que no momento, apenas Adriano Ribeiro da CDU, uma vez que Nogueira dos Santos do PSD já se tinha ausentado.
Uma outra questão - esta sim com uma ENORME RELEVÂNCIA - foi levantada pelo vereador João Paulo Baltazar e tem a ver com uma proposta apresentada por Adriano Ribeiro há cerca de 6 meses, sobre a necessidade de uma rigorosa auditoria à Câmara.
Justificando a questão que levantou com o "quem não deve não teme" João Paulo Baltazar quis saber em que pé está a dita auditoria.
Pasmemos então com a resposta do presidente da Câmara - o mesmo que em todas as sessões públicas da sua campanha, sobretudo aquelas mais participadas não se cansou de garantir que seria a primeira coisa que faria, até porque "queria conhecer o ponto de partida, para poder ser responsabilizado pelo ponto de chegada" e que foi mais ou menos a seguinte:
"Nós somos uma Câmara intervencionada por força do PAEL e portanto, tudo está sempre sob completo escrutínio. Além disso, temos na Câmara há meses, uma equipa da IGF (Inspecção Geral de Finanças) e no fim veremos. Se acharmos que se justifica a auditoria colocaremos a questão à Câmara. Temos a noção de que sendo os custos de uma auditoria muito elevados, era quase certo de que não apuraríamos nada que não saibamos. Mas eu vou consultar empresas credíveis nesta área e logo que possível, trarei aqui o assunto" - fiz um esforço de memória e acho que o citei quase fielmente...
É verdadeiramente inacreditável que se diga uma coisa destas e com esta total ausência de decoro - 'não apuraríamos nada que não saibamos'!
Mas na campanha eleitoral, já o PAEL tinha caído em cima da Câmara e de todos nós, logo, o escrutínio já era o que é agora e apesar disso justificava-se!
Parafraseando a conhecida frase, "das duas... duas": ou a 'corrupção e a gestão danosa dos últimos 20 anos' estão tão bem disfarçadas que não são detectáveis, ou então não existem, mas tudo deve ser feito para que a dúvida persista e se evite que o Povo descubra que afinal "o rei ia nu"...
Não alinho por nenhuma das hipóteses e arrisco uma terceira:
José Manuel Ribeiro nunca esteve interessado em partilhar os segredos cabeludos que se escondem nos 'armários dos esqueletos' da Câmara, interessando-lhe isso sim e sobretudo, manter em lume brando o seu mandato, sem fazer demasiadas ondas, que a sua genica como nadador não vai além da zona da rebentação.
Mas se José Manuel Ribeiro sabe mais do que aquilo que filtra para os ouvidos do Povo, então é bom que tenha a noção de que o Povo mais tarde ou mais cedo vai descartar o 'filtro' e vai querer beber directamente na fonte - que a Lei do Acesso aos Documentos Administrativos ainda não foi revogada!
Ou foram meras 'girândolas' atiradas para o ar para animar o habitual folclore da campanha, as acusações sobre a 'corrupção e a gestão danosa dos últimos 20 anos'?
E acima de tudo, é com esta displicência que se trata uma proposta do vereador da CDU - mas aprovada pela Câmara por unanimidade - metendo-a na gaveta, só porque apeteceu ao presidente "não a levar a sério"?
A última questão relevante - prometo mais detalhes quando tiver a tal da acta - tem a ver com as questões que agendei para o período reservado ao Público e que relembro:
- Espaço multiusos sob a A 41 em Alfena;
- Protocolo para o funcionamento da Plataforma Solidária em Alfena;
- Varanda em 'deck' junto ao Leça em Alfena (construída antes das eleições);
- Estacionamento junto aos estabelecimentos comerciais próximos da
rotunda de Alfena (restaurante 'o Teles', 'bibó Porto', 'cafetaria
Gomes', entre outros);
- Sinalização em Alfena (limites territoriais);
- Protocolo para a exploração da cafetaria - onde se situa a conhecida 'Sala da Lareira' (Nova Vila Beatriz) (*)
(*) Este último ponto foi deliberadamente omitido por mim, dado que vou transformá-lo num Requerimento para acesso a dois Protocolos: o da dita cafetaria (Vila Beatriz) e o da área de Restauração do Parque Urbano de Ermesinde. Quero compará-los ao detalhe e eventualmente voltar ao assunto em tempo oportuno.
- Sobre o espaço multiusos, o presidente (que tinha prometido a inauguração para Abril - ver AQUI) respondeu... nada! "Precisa de instalações sanitárias e talvez lá para o final do ano possa estar pronto".
Pois... estou a ver... na altura da 'promessa dos dois meses' os alfenenses não 'mijavam'!
Porque será que Arnaldo Soares anda (agora) tão calado - sobre este e outros assuntos?
- Sobre a Plataforma Solidária de Alfena - protocolo entre a Câmara, a Junta de Freguesia e a AVA - esta última entrou em ruptura com a Junta - o presidente respondeu... nada! "O protocolo foi assinado pelas três entidades e a Plataforma vai avançar. Ainda ontem - salvo erro - tivemos uma reunião com a presidente da AVA que se mantém no projecto".
Será? E logo com Arnaldo Soares na liderança? Vou esperar para ver...
- Sobre a varanda em 'deck' construída no cruzamento das Ruas de S. Vicente e da Várzea, na margem direita do Leça, o vice-presidente confirmou: "Não existe nenhum projecto, até porque se existisse teria de ser acompanhado de autorizações do IEP (Instituto das Estradas de Portugal) e APA (Agência Portuguesa do Ambiente). O dono ameaçou demoli-lo se a Câmara não pagasse. Não vamos pagar, até porque não podemos. O dono deve demoli-lo, até porque se não o fizer terá de ser a Câmara a fazê-lo, imputando-lhe custos".
Pois... estou a ver... e já agora, ninguém vai preso? E a Câmara já está assim tão desafogada de finanças que consegue abdicar das multas?
- Sobre o estacionamento - e os constrangimentos - junto ao Restaurante 'O Teles', respondeu ainda o vice-presidente que concordava com as críticas, mas que "ninguém será multado por não respeitar as marcações. Se o carro não cabe, ocupa-se metade do outro. Disse ainda que estava inteiramente de acordo com a possibilidade de se alargar a oferta de estacionamento".
- Sobre uma alínea que eu acrescentei já fora dos 3 dias de antecedência que obriga a uma resposta na hora - o terreno municipal localizado mais à frente e resultante de cedências no âmbito daquela Urbanização - terreno que poderia ser utilizado exactamente para aumentar os lugares de estacionamento e para garantir uma saída alternativa para a Rua 1.º de Maio, evitando a ida à rotunda para vir para o centro de Alfena, acabando ainda com os incidentes na passagem privada ali existente, o presidente fez a habitual saída pela 'esquerda baixa': "como a questão foi colocada já depois do prazo dos 3 dias, não será respondida agora".
Pois... entretanto, pode ser que o estudo que está a ser feito pelos serviços na sequência do pedido de Arnaldo Soares para que o terreno seja cedido aos Motard's de Alfena, já esteja concluído...
- Sobre a sinalização de direcção de Alfena para quem sai da auto-estrada e que deveria ser 'Alfena centro', por exemplo e ainda sobre o sinal indicador de início de Alfena existente já depois da segunda rotunda junto à clínica Veterinária e ao Tavares dos tubos e torneiras - pelos meus cálculos, o Teles deve estar quase no Alto da Maia - o vice-presidente disse... nada! Acha que "tudo está bem, a sinalização deve ser meramente indicativa e sempre foi tratada em colaboração com a Junta".
Pois... e isso à partida é garantia de qualidade! Estamos esclarecidos.
Ah! E já agora, o Teles paga as licenças em Valongo ou na Maia?