PONTAPÉ NO EGO...
Pois é…
Por mais precavido que sempre procure estar, por mais que tente antecipar os imponderáveis e por mais velha e conhecida que seja a rábula em que se baseia o episódio que se segue, nem por isso deixei de cair na “esparrela”:
Passeio agradável com a Tucha (a minha caniche mini) agora alcandorada - após a morte da nossa outra "menina querida", a Lara - ao estatuto de "filha única" da família... para estrear a trela extensível nova, comprada pelos donos. A certa altura, vejo o trio das teenagers surgir na curva do passeio, pasta dos cadernos escolares apertada entre a mão esquerda e a respectiva mamita direita, telemóvel na outra mão, “engatilhado” para o próximo SMS…
Pelo olhar da que aparentava ser a líder do grupo, antecipo mentalmente a provocação que se seguirá – só não adivinho os contornos da mesma…
- Que lindo cãozinho!”
- É “cãozinha” – rectifico eu tentando fazer humor.
- Ah! - solta a líder do trio avançando (aparentemente receosa)a mão do telemóvel para uma festinha. Morde? - pergunta levantando os olhos para mim
- Claro! Respondo eu cá “do alto” dos meus 60 anos de experiência de vida, com o sorriso trocista adequado à situação.
- Que pena! E a cadelinha, também?
Dito o que, aceleram o passo por entre sonoras e cristalinas gargalhadas de puro divertimento!
Travo às seis "rodas"(as minhas e as da Tucha)e fico a vê-las afastarem-se - correndo talvez o risco de dar a ideia de ter ficado de "boca aberta" com o juvenil bambolear das ancas das "piquenas"! Mas não... Fico apenas a remoer o pontapé no ego que as "pitas" acabam de me infligir… Como é que me pôde acontecer uma coisa destas? – Logo a mim que até já conhecia a anedota...