DESPENALIZAÇÃO OU "LIBERALIZAÇÃO"?
Com a profunda revolta de quem, considerando ter um nível de inteligência dentro da média padrão, assiste nos últimos dias - e a propósito do próximo referendo sobre a Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez - a um autêntico massacre por parte de alguns pseudo- fazedores de opinião, vejo-me obrigado a regressar a um tema, sobre o qual eu julgava já tudo ter sido dito e só faltasse decidir em consciência...
É que a INTELIGÊNCIA senhores, é um bem a preservar e os vossos ataques demagógicos e manipuladores da verdade, exigem por parte daqueles que como eu não aceitam de forma pacífica a excisão da mesma, a adopção de contra-medidas defensivas!
Ouço-vos falar em liberalização do aborto, e revolto-me por nos tentarem vender a ideia, de que - caso vença o SIM - as mulheres que não querem ter filhos, se calhar porque é melhor para a saúde, vão deixar de tomar a pílula, usar o tampão ou o preservativo e vão passar - pasme-se! - a fazer abortos (sei lá, tipo aí um por mês, talvez...)
Utilizam a palavra liberalização e não DESPENALIZAÇÃO: são foneticamente semelhantes e por isso mesmo, utilizam essa artimanha como forma de mais facilmente atingirem o vosso objectivo.
Existe no entanto um facto relevante nesta matéria, de que não se lembraram na preparação da vossa campanha: É que a mulher é dotada intrinsecamente de instinto maternal e não vai seguramente aceitar que tentem vender essa ideia, sem reagir!
É claro que estamos todos de acordo, em que devem ser dadas todas as condições - e ajuda - às mulheres que tendo ficado grávidas sem o desejarem, pretendam apesar disso, levar por diante essa gravidez !
Mas também é necessário que não se penalizem aquelas que, quantas vezes na sua solidão e sem o apoio de quem mais devia apoiar - o homem - decidem que o melhor é interromper!
E depois, ouço-vos ainda dizer - pasme-se! - que o Estado não pode apoiar esta atitude nem estas mulheres...
Mas o Estado não somos todos nós - e também essas mulheres?
Com franqueza, apetece-me por uma vez, fugir ao meu padrão e terminar de forma menos conveniente:
Se a liberalização de que falam tivesse existido aqui há uns quantos anos, provavelmente não estaríamos agora a ser bombardeados por tantos demagogos!
E agora que fui de facto INCONVENIENTE - foi uma espécie de grito de revolta... - peço-vos desculpa!