FEITOS HERÓICOS OU... MILAGRES?
D.José Policarpo queixa-se de que "o Estado convive mal com a Igreja" - a propósito da discrição com que os governantes têm tratado a questão da canonização de D.Nuno Álvares Pereira, hoje consumada em Roma.
Ora bem, como em outras ocasiões tem acontecido, mais uma vez D.José Policarpo não tem razão...
O Estado e os cidadãos, devem procurar sempre enaltecer os seus heróis (os genuínos) - passados e actuais. Claro que optam quase sempre por fazê-lo quando os mesmos já morreram, o que não deixa de constituir de certa forma e em si mesmo uma injustiça, mas enfim, mais vele tarde do que nunca...
Com D.Nuno Álvares Pereira esse reconhecimento também tem vindo a ocorrer. É consensual entre os portugueses, que ele desempenhou um papel importante na nossa história. Mas se foi herói, foi-o por feitos concretos, como ser humano, como estratega militar e não por quaisquer outros em que apenas acredita quem quer, mesmo que não comprovados de forma credível.
Porque a fé é um estado de alma deve ficar com cada um e não ser impingida a todos - mesmo aos que recusam partilhar esse estado de alma.
Por isso, o Estado e os seus governantes fizeram bem em não se envolver nesta questão comezinha dos "salpicos do óleo de fritar" que roubou temporariamente visão à D.Guilermina de Jesus...