PENA DE MORTE EM PORTUGAL?
Em contra ciclo com o mundo civilizado (com excepção evidentemente, dos Estados Unidos da América...) parece que tem vindo a crescer em Portugal nos últimos tempos, o número de pessoas a defender a pena de morte(!)
Gente do PS, do PSD, do PCP, do CDS/PP, do BE, sem Partido, católicos e de outras confissões (e até sem confissão nenhuma).
(São os defensores do SIM, na visão apocalíptica dos defensores do NÃO...)
Na ânsia de levarem a água ao seu moinho (o dos defensores do NÃO...) tudo lhes serve - até as imagens choque que às vezes criticamos quando as vemos em spots publicitários nas televisões, a propósito de causas bem mais nobres...
Parece no entanto que as coisas se estão a complicar um pouco nos últimos dias para essa gente que, carente de um tecto seguro e estável, se procurou acolher desde o início sob o amplo abrigo proporcionado pela Hiererquia da Igreja Católica portuguesa:
Pelos vistos, o tecto não vai ser tão amplo como inicialmente previam, a ajuizar pela posição intelectualmente honesta do Cardeal Patriarca de Lisboa, que defendendo embora claramente o NÃO, optou por não der cobertura a radicalismos e aconselhou mesmo quem tivesse dúvidas a optar pela abstenção!
É obvio, que ninguém imaginará D. José Policarpo a aconselhar a abstenção perante a ameaça da instituição em Portugal da pena de morte!
Como ninguém acreditaria que se essa ameaça pesasse sobre os portugueses, o Papa teria aconselhado a Igreja portugesa a manter o assunto do Referendo fora das Missas!
E fê-lo - embora tenha sido desrespeitado em muitas igrejas...
Convenhamos senhores do NÃO, que pena de morte - de facto - é manter as coisas como estão, com os abortos clandestinos de que não há números, mas que toda a gente sabe que são elevados, com o risco de vida para as mulheres que os praticam e na maioria dos casos, quando sobrevivem, deixam sequelas tão graves, que mesmo querendo, já não podem voltar a ter filhos!
Em vez da vossa militância irracional contra a Despenalização do aborto, porque não optam por uma militância racional e efectiva contra as causas que lhe estão na origem?
Se assim fosse, poderíamos estar todos do mesmo lado e todos ficaríamos a ganhar com isso!