VERDADE OU INCONSEQUÊNCIA
Há demasiado ruído à minha volta: Há vozes que fingem dizer algo, mas apenas conseguem falar... Há outras vozes que dizem algo, conseguem falar, mas não conseguem fazer -se ouvir - no empastelamento provocado pelos que fingem dizer algo e também pelos que apenas tentam fazer com que ninguém diga nada!.. E há ainda pessoas em bicos de pés imitando pessoas grandes, sem conseguir no entanto, ir além da mediania - e ficam contentes se olham à volta e vêm algum anão... - São apenas grandes entre os pequenos!.. E nesta confusão de ruídos ruidosos, de vozes inaudíveis, de sons empastelados, de pessoas em em bicos de pés (fingindo ser grandes) e de pessoas naturalmente pequenas (sem o tentarem esconder) paira esvoaçando qual manto diáfano, a VERDADE de que todos dizem ser pais, mas que está para além deles, acima deles e que na sua limpidez, parece querer desmentir categoricamente a paternidade comprometedora que invocam!
Porque a VERDADE às vezes é apenas a soma de muitas verdades por exclusão das várias inverdades! Porque a VERDADE não é ministrada como qualquer sacramento, não se aprende nos livros, nem advém de nenhum direito natural (como os títulos da nobreza)! Além do mais, a VERDADE (ao contrário dos dogmas) só o é, se for EXPLICÁVEL!