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A TERRA COMO LIMITE...

UM ESPAÇO ONDE ESCREVEREI SOBRE TUDO, SOBRETUDO, SOBRE TUDO QUE SEJA CAPAZ DE CAPTAR A MINHA ATENÇÃO. UM ESPAÇO ONDE O LIMITE NÃO LIMITA - APENAS DELIMITA.

A TERRA COMO LIMITE...

UM ESPAÇO ONDE ESCREVEREI SOBRE TUDO, SOBRETUDO, SOBRE TUDO QUE SEJA CAPAZ DE CAPTAR A MINHA ATENÇÃO. UM ESPAÇO ONDE O LIMITE NÃO LIMITA - APENAS DELIMITA.

A CÂMARA DE VALONGO E A "ÁGUA DO CU LAVADO"...

Hoje foi votado na reunião de Câmara o famigerado contrato de urbanização entre a Novimovest, a JMR(Jerónimo Martins) e a Câmara de Valongo.

 

Famigerado sem "aspas", como não tardará a confirmar-se...

 

A única diferença em relação à descolagem abortada há oito dias atrás, é que hoje foi primeiro decidida politicamente a questão e só a seguir se fará a assinatura com os 'mecenas de Alfena' como chegou a estar marcado na quinta-feira passada.

 

Vamos lá a ver...

 

A gente percebe que muitas das coisas que se decidem em muitas autarquias - e na de Valongo também - são o resultado de cuidadosas negociações no seio das máquinas partidárias...

 

Sabemos que a Novimovest - protuberância do Banco Santander - que tem toda aquela imensidão de terrenos vulgarmente conhecidos como 'aeroporto internacional de Alfena' ilegalmente transformados de área florestal com classificação REN em área urbanizável sem protecção de nenhum instrumento legal, sem nenhuma decisão validada pelo poder autárquico, ou seja à revelia da Lei, precisa de transformar em 'el contado' os 20 milhões virtuais com que foram registados "naquela segunda escritura pública realizada uns minutos depois da primeira que rendeu aos proprietários pobres apenas 4 milhões"...

 

Sabemos ainda, que António Vitorino não é propriamente um 'pé rapado' no aparelho socialista e também sabemos o cargo que desempenha no Banco Santander...

 

E não vou colocar mais itens nesta coisa imunda que é a negociata dos terrenos da Fonte da Prata e que agora foi varrida estrategicamente para debaixo do tapete pelo PS e pelo PSD - hoje na reunião de Câmara - porque o que agora escrevi, mais o muito que já aqui publiquei noutras ocasiões, é mais que suficiente!

 

Quem cumprimenta mãos conspurcadas - ainda que seja um simples 'aperto de mão social' sem tomar precauções, dificilmente sairá com as próprias limpas e o presidente da Câmara podia ter evitado expor-se a esse risco - contrariando embora as eventuais ordens de alguns aparelhistas influentes e/ou dirigentes igualmente influentes do Santander.

Sei que a referida conspurcação não terá sido pretendida - faço essa justiça ao actual presidente da Câmara - mas é o que acontecerá efectivamente.

 

Só para terminar este desabafo sobre a vergonha de hoje, que como já disse, significa um profundo desrespeito para com os munícipes que estão na recta final da discussão pública do PDM e que - muitos deles pelo menos - ainda acreditavam ser uma discussão séria onde tudo podia estar em causa, até mesmo o chumbo da proposta tal como é apresentada, deixo em jeito de conclusão este reavivar de memória:

 

Até àquela ida à Azambuja (no mandato anterior) para visitar a plataforma do 'merceeiro-mor', o PS foi sempre bastante crítico em relação a esta negociata - porque é disso que estamos efectivamente a falar.

A Coragem de Mudar (Maria José Azevedo e Pedro Panzina) na altura também oposição na Câmara ao lado do PS, optou em coerência por não integrar a caravana e fez bem. Manteve-se livre de contaminações desnecessárias.

 

Para os que fizeram o caminho de ida tolhidos por muitas dúvidas - não era o caso obviamente do PSD - o merceeiro-mor tinha reservados alguns garrafões de "água do cu lavado" que lhes amenizou o caminho de volta e os muitos meses (anos) que se seguiram. Até à reunião de hoje.


Nota explicativa sobre o significado da frese popular "água do cu lavado":

 

(1) No Porto, quando um cônjuge ou um namorado se embeiçava por outra mulher e fazia tudo o que esta queria e dizia, atribuíam este procedimento ao facto da amásia lhe ter "dado a beber água de cu lavado"(2). 

(2)Esta expressão deriva duma antiquíssima costumeira "que consistia em dar desta água às crianças, nos primeiros dias de nascidos, para que lhes não tardasse a fala" - Gomes Monteiro e Corta Leão, "a Vida Misteriosa das Palavras", Portugália Editora, Lisboa, 1944, p.18.

 

publicado às 23:33

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