A CÂMARA DE VALONGO E A OPOSIÇÃO LARANJA - 'ETICA E BONS COSTUMES'...
Começa a dar demasiado nas vistas - quase no sentido literal da expressão - a postura de João Paulo Baltazar nas reuniões públicas da Câmara de Valongo e na que hoje teve lugar, não houve lugar à excepção...
(E quando digo sentido literal é porque 'areia para os olhos' mesmo que pouca incomoda sempre e João Paulo Baltazar não costuma poupar na dose).
Hoje destaco duas tiradas que tivessem elas outra paternidade e até poderiam ser relevadas com alguma bonomia, mas com ele não!
Tirada #1:
Criticou João Paulo Baltazar a entrevista do presidente da Câmara à revista Visão, porque "ridiculariza o Concelho"...
(Destaco o título da VISÃO: "VALONGO - PAGAR A LUZ DE UM BAR E METER ÁGUA". Escrevi sobre essa entrevista AQUI)
Começou logo por dizer, que "durante 20 anos os jornalistas andaram pelos gabinetes e pelos corredores da Câmara (a gravar entrevistas ou a escrever notícias encomendadas por Melo e por ele próprio) - a parte entre parêntesis sou eu a dizê-lo - e nunca se atreveram a colocar fotos como a que aparece na notícia".
Nunca João Paulo foi tão transparente - e tão pouco cuidadoso também - como nesta abordagem às memórias dos 20 anos de desastre que conduziram Valongo à situação em que se encontra.
Desde logo, deixou claro que jornalista que aceitasse escrever sobre a Câmara ou fotografar algum do seu recheio, estava à partida limitado à 'versão melhorada' sobre o assunto que lhe era fornecida pelo poder.
Na dita entrevista, José Manuel Ribeiro falava em meter água no sentido literal, como se pode perceber pela fotografia em que aparece a olhar para a goteira que desagua sobre um conjunto de baldes colocados num dos corredores e não aparente fazer humor com a situação da Câmara.
Eu vou mais longe: A Câmara andou durante 20 anos a meter água no sentido literal e também no figurado e quem o tenta negar é que cai no ridículo.
Foi o caso de João Paulo Baltazar hoje.
Tirada #2:
A segunda 'mão-cheia' de areia de João Paulo Baltazar foi a crítica relativamente à questão dos protocolos com as IPSS para o fornecimento da alimentação escolar e o facto de o presidente se referir à intenção de avançar com um concurso público que possibilite à Câmara poupar cerca de 370 mil Euros anuais como um dado adquirido.
Segundo o ex-presidente, "o executivo está a dar como certa a aprovação em reunião de Câmara onde a questão terá de ser ainda apreciada (mas isso é o que vamos ver)" - novamente esta parte é da minha lavra.
Sobre a apropriação ilícita de um diferencial (53 cêntimos por refeição) entre o valor do protocolo com as IPSS e o valor por elas subcontratado com uma empresa de catering, uma espécie de 'ajuste directo' encapotado e uma subversão clara das regras da concorrência - para não falar já na clara descriminação das restantes IPSS que honestamente consideraram não ter condições para assegurar o fornecimento das refeições - sobre tudo isto, João Paulo Baltazar nada disse.
Ou recorrendo a um conhecido chavão da área jurídica talvez mais adequado aos contornos do negócio que beneficia sobretudo a parceira ADICE, João Paulo Baltazar'aos costumes disse nada'... - aos bons costumes, acrescento eu.