ALFENA E AS OBRAS CAMILIANAS - 'VARANDAS DO CAMELO'...
Em 8 de Outubro de 2013 escrevi aqui sobre as "construções camilianas" referindo-me no caso concreto às denominadas "Varandas do Camelo":
(...)
"A construção da emblemática obra à esquina do burgo, denominada 'Varandas do Camelo' lá retomou neste início de semana a velocidade de cruzeiro.
Entre as 9:00 horas de ontem e as 17:30 de hoje, colocaram aproximadamente uma tábua e meia e mudaram um lote de material 10 cm para nascente, por forma a libertar espaço para a próxima travessa que prevêem colocar durante o dia de amanhã.
Dizem os especialistas na arte da construção tipo deck que a este ritmo é bem possível que durante as cheias do próximo a seguir ao próximo inverno (2014/2015) já seja possível aos alfenenses tomarem ali o 'Leça Azul' até Monte Córdova ou até Leça da Palmeira.
Antes disso, irá estar disponível o serviço de ferry boat que ligará Alfena a Valinhas, com inauguração prevista para 8 de Setembro de 2014, dia da festa anual.
Tenho dúvidas, mas também não insisto...
Quem parece não estar nada satisfeito com o avanço da construção é o lavrador do campo em frente que me abordou com um ar profundamente zangado, num dia em que andava por ali a bater umas fotos:
- tem lá algum jeito! Uma pessoa vem para aqui logo de manhã cedo e a bexiga não aguenta até à hora do almoço! Onde é que nos vamos aliviar, com as pessoas a tirar-nos as medidas lá de cima?"
(...)
Ora bem...
Todos nos congratulamos na altura com o espírito visionário do promotor de tão importante empreendimento que se adivinhava poder vir a influenciar significativamente num futuro muito próximo o turismo fluvial do nosso querido Rio Leça, permitindo levar até Valinhas paletes de parolos, bilontras e outras espécies autóctones.
(Constou-se até que estaria a ser preparada em absoluto segredo uma dupla e justa homenagem (dois bustos em xisto da zona do Barreiro) aos patrocinador e ao projectista do magnífico espaço virado para lado nenhum).
Imagine-se por isso o desânimo que se abateu sobre mim e todos quantos ontem ouvimos na reunião pública de Câmara o senhor presidente da Câmara afirmar - a uma pergunta minha sobre a factura do empreendimento - que a obra não tinha pai conhecido e também não se lhe conhecia a mãe, para além de não existir também qualquer registo de nascimento lavrado no 'cartório camarário'.
Podem não acreditar, mas no regresso a Alfena, eu forcei-me a mim próprio a alterar o percurso normal para passar pelo sítio a ver se o 'cais fluvial' ainda lá estava - é que já há uns tempitos que não passava por aquelas bandas e podia dar-se o caso de ter sido desmontado sem eu saber.
Ufa! Que alívio! Afinal continuava ali, imenso, útil, aprazível, pronto para ser fruído...
Porque tenho a absoluta certeza de que os alfenenses são pessoas agradecidas e não ficarão descansados enquanto não puderem prestar o merecido tributo aos tímidos mecenas, irei requerer à Câmara nos próximos dias, uma informação vinculativa sobre quaisquer registos, contactos, licenciamentos e tudo aquilo que se possa relacionar com a obra e se nem assim conseguir chegar aos progenitores, então só me restará recorrer ao Ministério Público para os encontrar.
Não é justo que uma 'belezura' daquelas seja filha de pais incógnitos!