AS 'ANGÚSTIAS EXISTENCIAIS' DE UM DEPUTADO MUNICIPAL DE VALONGO...
Na qualidade de deputado municipal eleito pelos valonguenses, existem duas atitudes com as quais eu antipatizo de forma quase visceral e das quais nunca me acusarão.
A primeira de todas, é a de fingir que estou por dentro de todas as decisões importantes que se vão tomando (ou se vão adiando) no meu Concelho.
A outra, não menos lamentável e que decorre da primeira, é não estar de facto informado sobre muitas matérias relevantes sobre as quais seria suposto (pelo menos para quem me questiona) eu estar informado e ficar a carpir mágoas por esse facto.
Depois, ainda resta aquela reacção nem sempre muito agradável de constatar em muitos dos que me abordam e que consiste em interpretarem a minha reserva - porque eu sempre prefiro começar com alguma reserva inicial - como um 'sinal' de que o mais provável é que eu saiba muito mais do que aquilo que deixo transparecer, "porque durante a campanha eleitoral eu me transformei numa peça fundamental do núcleo duro do actual presidente da Câmara e sempre demonstrei (?) que estava por dentro de tudo e muito bem informado sobre quase tudo..." - acho que transcrevi quase literalmente dois ou três reparos perfeitamente explícitos feitos muito recentemente e em discurso directo, por cidadãos do meu Concelho...
Que fique porém completamente claro:
Eu não me considero com direitos ou prorrogativas especiais relativamente a quem quer que seja e talvez por isso, também nunca fiz 'marcação cerrada' ao poder no sentido de integrar qualquer 'concelho de estado' ou 'task-force' - estes sim 'geralmente bem informados' - no sentido de obter protagonismo.
Mas tal como as moedas, também esta atitude tem um reverso e que é o de não me sintir vinculado a qualquer tipo de gestão de silêncios estratégicos ou de conveniência...