ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE VALONGO - DOS 'MORTOS' NÃO REZARÁ A HISTÓRIA....
E tal como era de prever - às vezes as previsões falham mas desta vez a realidade esteve em linha com elas - hoje o presidente da Câmara de Valongo desistiu - temporariamente? - de fingir de 'morto'.
Foi na segunda parte da Assembleia Municipal de Valongo que ontem/hoje decorreu em Sobrado - na continuação da reunião do dia 30 de Junho.
Tudo foi feito para tentar contornar o mais que visível incómodo que a Democracia causa ao presidente socialista, mas apesar dos esforços, a 'barragem de fogo' lá foi vencendo paulatinamente as 'tímidas defesas' do reduto e acabou por atingir plenamente o alvo e os objectivos propostos: tudo que merecia ser aprovado obteve a necessária maioria da oposição e a lamentável minoria do grupo do PS com uma ou outra ajuda esporádica mas insuficiente para inverter os números.
Destaques:
- A necessidade de repensar as 'ARU's' com vistas a uma melhor distribuição dos fundos comunitários e que a Câmara alocou apenas a Valongo, propondo-se que seja feito um levantamento cuidado e em articulação com as Juntas no sentido de alargar estas áreas de reabilitação urbana às outras freguesias - propostas concretas de Arnaldo Soares e Luís Ramalho;
- A exigência de atender ao pedido formulado através do abaixo-assinado dos moradores da Rua Nossa Senhora do Amparo em Alfena que querem explicações sobre o arranjo do troço da mesma entre a Codiceira e a plataforma logística da JM e que o presidente se recusa a levar por diante - aqui o Bloco de Esquerda esteve ao lado do PS mas não foi suficiente para fazer maioria;
- A recomendação (apresentada por mim) de que seja presente à Assembleia um aditamento ao contrato de Urbanização com a JM depois de aprovado em reunião de Câmara e validado pela CCDR-N, relativamente ao arranjo do referido troço e que deverá ser dotado do perfil urbano adequado;
Portanto...
Apesar do presidente do executivo hoje ter desistido de fazer de 'morto' e até ter reagido em versão 'honra ofendida', apesar de à margem do Regimento e contando com a habitual complacência do Presidente da Assembleia ter tentado já fora de tempo desactivar alguns dos argumentos mais incómodos, a verdade é que a sua posição - hoje deu para ver isso - já não é maioritária sempre que estão em causa os justos e legítimos anseios da população.
Para 'memória futura' fica a atitude (algo) pusilânime do do grupo municipal do PS na Assembleia, que não conseguiu ser 'nem carne nem peixe antes pelo contrário'.
Os tempos que correm não são de hesitações: quem não está com os justos interesses dos eleitores está contra eles e mais tarde ou mais cedo será confrontado com o preço dessa opção e o PS de Valongo já deveria ter aprendido com alguns erros do passado recente, que hoje a melhor atitude teria sido aquela que fez maioria e que vai no sentido diametralmente oposto ao de José Manuel Ribeiro.
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PS:
Quando escrevi este 'post' - no dia 5 de Julho à 1:36 da manhã - vinha ainda com a cabeça quente dos trabalhos da Assembleia Municipal e 'esqueci-me' de uma precaução que costumo recomendar vivamente a todos os meus amigos: contar até 10 antes de reagir a qualquer acontecimento menos agradável.
A autocrítica é um exercício salutar que costumo praticar sem nenhum problema e na referência concreta que faço ao grupo municipal do Partido Socialista na Assembleia Municipal de Valongo - no qual estive integrado antes de me zangar com José Manuel Ribeiro e onde sempre me senti 'um entre pares'- fui algo injusto.
Ninguém me pediu para editar este artigo mas sinto-me na obrigação de o fazer, porque o líder do grupo, o meu amigo Miguel Cardoso, disse tudo o que devia ser dito, ou seja, a verdade sobre a posição do grupo relativamente à discriminação de que tenho sido alvo por parte do presidente da AMV, o Dr. Vilas Boas. Ou seja, a situação lamentável que se arrasta há mais de 2 anos e que me tem coartado direitos que eu tenho e dos quais não abdico, pode e deve ser corrigida!
O Dr. Vilas Boas preferiu 'entender' a posição do grupo à sua maneira, isto é, em sentido absolutamente inverso àquele que foi referido pelo Miguel e insistir numa discussão estéril à 1 hora da manhã, massacrando os escassos resistentes sobradenses ainda presentes, em torno de duas 'verdades' das quais apenas uma o era, não fazia qualquer sentido.
Classificar de 'pusilânime' essa atitude de respeito do Miguel para com os munícipes presentes - e também para com os deputados já esgotados depois de duas sessões de trabalho - foi obviamente um excesso de linguagem.
O Miguel sabe que eu nunca o classificaria dessa formal mas mesmo assim aqui fica dito - 'preto no branco'...