CRÓNICAS DO 'SUBÚRBIO' DE SEMPRE E DOS NEGÓCIOS DO COSTUME...
'Take' 1:
Após um intervalo de algumas sessões em que decidi dar uma prioridade a mim próprio, lá fui hoje de novo à reunião pública de Câmara...
Pensava eu, na minha eterna e incorrigível ingenuidade, que José Manuel Ribeiro tivesse crescido e que a configuração destas reuniões já tivesse atingido um estádio de desenvolvimento tal que não déssemos pelo tempo passar e mais do que isso, que no fim das mesmas saíssemos todos a 'salivar' já em relação à próxima - independentemente das cores políticas de cada um...
Era assim - embora pelas piores razões - no tempo de Fernando Melo.
Agora e por melhores que sejam as razões que nos possam arrastar até ao 'condomínio' da Avenida 5 de Outubro, não há força de vontade que resista à 'conversa redonda' do nosso edil.
Pergunta-se-lhe sobre alhos e ele responderá por certo com bugalhos, isto é, responderá se não se enredar entretanto num dos muitos floreados em que se perde de si próprio e do sentido da pergunta que lhe é feita.
Com algum esforço de memória de cada um de nós, lembrar-nos-emos certamente de lhe andarmos a fazer a mesma pergunta meses a fio e recebermos a resposta 'chapa 5' do costume... Parece que funciona basicamente em 'modo offline': basta ir aos 'favoritos' - neste caso 'favoritas' - 'clicar' e... voilà!
Como diz o outro, "nem o pai morre nem a gente almoça"!...
As vezes que eu já lhe ouvi 'aquela resposta' sobre a situação dramática do Ermesinde e da 'acção de despejo' do seu Estádio dos sonhos - hoje mais uma vez...
As vezes que eu já lhe ouvi 'aquela resposta' sobre os requerimentos dos vereadores da oposição que não são respondidos: "Claro que vai ter uma resposta. Vou ver o que se passa" - hoje mais uma vez...
"Vamos lá ver", como dizia o cego - com todo o respeito...
As vezes que eu já lhe ouvi 'aquela resposta' sobre os gastos com festas, festinhas e 'forrobodós' num Concelho onde falta (quase) tudo que é essencial e onde a 'prata da casa' (os funcionários do Município) foi preterida em benefício dos 'amigos dos eventos', das 'Xanas toc-toc' e artes afins...
Bem, em relação a este último 'item' acho que ele hoje nem sequer 'aquela resposta' conseguiu articular...
Por estas e por outras é que a presença dos cidadãos na quinzenal reunião pública de Câmara é cada vez mais um acto de dura militância e por isso mesmo também, cada vez menos participado.
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'Take' 2:
É por demais conhecida a ternurenta cumplicidade que liga o presidente socialista da Câmara de Valongo ao presidente 'amarelo' da Junta de Alfena...
- Arnaldo Soares conseguiu - sabe-se lá com base em que 'moeda de troca' - impor a José Manuel Ribeiro na campanha eleitoral de 2013, limites às críticas em contexto alfenense...
- Por outro lado, Arnaldo Soares conseguiu o que Rogério Palhau e a AVA já tinham tentado sem sucesso: transformar o antigo Jardim de Infância de Cabêda num 'centro de negócios eleitorais', uma espécie de 'IPSS de aviário' onde a caridadezinha é basicamente uma forma de gerir os votos futuros à custa dos dinheiros públicos do presente. E tudo isto sem cuidar do justo equilíbrio 'custo/benefício' - porque dinheiro é coisa que estranhamente parece não faltar para as bandas da 'IPSS' de Arnaldo Soares...
(Abro aqui um parêntesis para fazer umas contas de cabeça que me limito a partilhar sem comentários com quem me quiser acompanhar:
- Uma técnica superior que era da AVA - AVA entretanto 'corrida' do Centro Cultural e da Plataforma Solidária - para apoiar 85 famílias quase todas anteriormente sinalizadas pela mesma AVA: 1500€x14 meses;
- Uma secretária permanente na Plataforma Solidária: 600€x14 meses;
- Um 'programa ocupacional' para a loja social: 200€x14 meses;
- Um 'programa ocupacional' para o condutor da carrinha Hyundai de 9 lugares nas recolhas de ofertas: 200€x14 meses:
- Um 'programa ocupacional' para a motorista do autocarro (transportar 'meia dúzia' de utentes da Escola Sénior para a piscina, discotecas, ver os cavalos da GNR, etc): 350€x14 meses;
- Animador musical dos Séniores (Sr. Agostinho) - o anterior (Sr. Ilídio do Rancho Folclórico) era voluntário e foi afastado por Arnaldo Soares: 450€x14 meses;
Como dizia o Guterres, "é só fazer as contas", mas acho que ronda os 36 mil € - fechar parêntesis).
Talvez por causa destas contas é que o presidente da Câmara ainda não respondeu a um requerimento - sim, formalmente apresentado como REQUERIMENTO - que lhe enviei há mais de 1 mês, no sentido de me informar em que moldes são divididas as despesas relativamente às Escola e Academia Sénior (a primeira da Junta e a segunda da Câmara)...
Comentário final:
Quando percebermos melhor as 'variáveis' desta 'equação contra-natura Junta/Câmara/negócio da esmolinha', entenderemos melhor também muitas outras coisas que se passam no 'subúrbio' e mesmo à frente dos nossos olhos...