DE VALE DE PORCOS À FONTE DA PRATA VIA RIBEIRO DA JUNCEDA...
Historicamente interessante este recorte de notícia...
Na Fonte da prata, onde prata nunca existiu mas ouro (fora) de lei de repente brotou da terra antes infértil e eucalitada, predizem alguns geralmente bem informados que nascerá pão, leite e mel e tudo o resto que o merceeiro-mor maior do País e arredores promete que fará nascer.
Na Fonte da prata, onde Prata já não há, nem água que se veja que possa alimentar a fonte, emergiram dos recônditos do entubado ribeiro de Junceda, vindos de terras de S. Bento no reino vizinho, hectares e hectares de pepitas do vil metal - muito vil por sinal - que já alimentaram muitas carteiras e hão-de alimentar ainda muitas mais, se para tanto houver engenho e arte. Pelos artistas em palco, arte será coisa que não faltará...
Antevemos, com toda a euforia que essa antevisão induz em nós, que na domus municipalis, onde não havia sequer forma de mandar cantar um cego, que a despensa se encherá de enchidos - quiçá também de nabos e nabiças, grelos e afins.
Alfena terra de sonhos já pode sonhar - pelo menos os vendedores de sonhos asseguram que desta vez os sonhos não são contrafeitos.
Por mim e até prova cabal em contrário, eu acho que será mais um daqueles sonhos de uma noite de verão - do verão passado por exemplo...
De um amigo destas guerras chegou-me a propósito do meu post anterior, o comentário que se segue.
A. da Vicência, deixou um comentário ao post VALONGO - SONHOS E PESADELOS DE UMA NOITE DE VERÃO... às 11:51, 2014-07-05.
Comentário: Meu Caro, há muito que deixou de haver lugar para sonhar, estamos em tempo só de pesadelos, bem pesados, por sinal. A água de cu lavado tem muita força, tem poderes inimagináveis, e, se os mânfios do bloqueio central são useiros e vezeiros a ajustar os queixos ao bordo do penico, não há surpresas, portanto, já tal não esperava do "camarada", pelos vistos, terá emborcado, talvez, com sofreguidão, dado o provável jejum, um bom trago do líquido orgânico miraculoso. E, ainda há por aí uns incréus que não acreditam em milagres... O destino da Fonte da Prata há muito que está traçado, desde que os sonsos, todos, da vereação anterior foram responsáveis e cúmplices pelo crime ambiental da construção ilegal da Chronopost em área da REN, que funcionou como "cavalo de Tróia", com o entubamento e respectivo aterro do vale do ribeiro de Junceda. Entretanto, os terrenos de Vale de Porcos, cerca de 24 hectares, pertencentes a Água Longa, situados entre o limite com Alfena e a A41, passaram para a união das freguesias de Campo e Sobrado, há quem diga que por artes de magia de burocratas dos lados da foz do Ave, com a prestimosa colaboração dos serviços de topografia da C.M. de Valongo, com estudos técnicos, que não conseguiram explicar, apesar de solicitados. Mas, nós explicamos, tem a ver, com as Bugiadas. Conta-se que os Sobradenses andavam desgostosos com o facto de a sua monumental Igreja paroquial, de que muito se orgulham justamente, não poder ser admirada por estar situada longe da estrada, fora da vista dos passantes, decidiram, então, deslocá-la para melhor lugar, bem junto da estrada. Se assim o pensaram, rapidamente o fizeram, toca de juntar todos os novelos de lã havia, e com eles construir uma comprida e grossa corda capaz de envolver a Igreja e atrelar todas as juntas de bois da freguesia. Pelos relatos que ouvimos a pessoas mais antigas, inicialmente acreditaram que a Igreja se deslocou logo aos primeiros impulsos das juntas de bois e até pararam para festejar o feito, espalhafatosamente, à boa maneira de Sobrado. Reiniciada a operação, breve constataram, para tristeza de todos, que aquilo que pensaram ter sido a deslocação da Igreja não fora senão o esticar da corda, devido à elasticidade da lã . Operação falhada, portanto, a Igreja de Sobrado continua e muito bem, no exacto local onde foi há séculos construída. Falhada, porem, não foi esta operação de arrastar os 24 hectares de terrenos de Vale de Porcos, de Água Longa para o lugar de "Sobrado da freguesia de Sobrado", desta feita, sem cordas de lã nem juntas de bois. Uns, juram que o fracasso da operação da Igreja se deveu à falta de lubrificação, ao contrário desta, onde foram devidamente aplicados os lubrificantes mais eficazes, nas bolsas (de óleo) certas. Outros, talvez por razões toponímicas, afirmam, sem quaisquer dúvidas, que se trata de negócios (de) porcos. Vá-se lá saber quem tem razão. Tem alguma razão meu Caro, a vida não pode ser só pesadelos, tem de haver lugar para os sonhos. Vamos fazer por isso.
Um abraço do A. da Vicência