EM ABRIL (aumentos das) ÁGUAS E QUEIXAS MIL - EM VALONGO...
Ontem foi dia de Assembleia Municipal cá no subúrbio...
Uma sessão quente embora a noite lá fora estivesse frescota e algo desagradável em que mais uma vez veio à tona a lamentável gestão eleitoralista de José Manuel Ribeiro, agora em contexto endinheirado.
Um efeito semelhante àquele que a 'troika' teve para o País tem sido gerado pelo PAEL (Plano de Apoio à Economoa Local) provocando a quase total estagnação do investimento público municipal - "não fazemos porque não há verba" é capaz de ser a frase mais repetida pelos últimos presidentes da Câmara de Valongo, até para justificar o arranjo do simples buraco no alcatrão da rua ou no cimento do passeio...
Mas como diz o ditado, "não há mal que sempre dure" e o PAEL no papel de 'mau da festa' aliado ao investimento da Jerónimo Martins - um filho que caíu nos braços do actual presidente da Câmara já desmamado e com o subsídio de paternidade na alcofa - serviram às mil maravilhas para possibilitar a artimanha do costume - e não apenas em Valongo: não se fez nada nos três anos e meio de mandato e de repente aparecem do nada (?) 3,9 milhões de euros para darem luz e cor ao último meio ano de mandato através de uma 2.ª revisão orçamental!
Detalhando um pouco o que foi a discussão (antes da Ordem do Dia) do último episódio de vitimização de José Manuel Ribeiro, na sequência da última reunião de Câmara e dos comunicados vários publicados nos jornais, distribuídos pelas caixas de correio do burgo e pagos com o dinheiro de todos nós:
Nos tempos de Fernando Melo era habitual empolar os Orçamentos muitas vezes para além do imaginável - quem não se lembra por exemplo das avaliações do famoso edifício Faria Sampaio em Ermesinde (onde está agora a Loja do Cidadão) que sempre que a manta das receitas se afigurava curta para o que faltava fazer era esticado até ao limite do ridículo para permitir despesa?
Pois bem, agora em em tempo de vacas um pouco mais gordas, eis que se evidencia em Valongo e com José Manuel Ribeiro uma outra - e igualmente lamentável - faceta dos autarcas manhosos que vivem três anos e meio a dizer que não podem fazer isto, aquilo e aqueloutro porque 'não há verba' e a meio ano das eleições põem aquela música de fundo dos ilusionistas baratos e tiram da cartola um anafado coelho de 3,8 milhões de euros surgidos do nada...
Do nada?
O coelho esteve sempre ali, escondido debaixo do tapete da engenharia financeira de que ontem muito se falou na Assembleia Municipal.
É claro que esses 3,8 milhões de euros têm agora de ser incorporados (através de uma 2.ª Revisão Orçamental) e foi aí que na última reunião de Câmara o caldo se entornou.
José Manuel Ribeiro, qual 'Rei Sol' da história queria fazer tudo sem discussão e sem qualquer preocupação de consensualizar com a maioria da Câmara - 'esqueceu-se' que tem 4 votos em 9 e que neste contexto, a sua ambição de 'quero posso e mando' não tinha pernas para andar.
Ver mais detalhes sobre esta situação, neste artigo do Verdadeiro Olhar
Daí ao desvario dos comunicados em que não hesitou sequer em meter o 'Partido Socialista de Alfena' que ele ajudou a destruir e a transformar no que hoje é de facto, isto é, quase nada, na sua guerra pessoal.
O comunicado metido nas caixas de correio de Alfena, imprimido em papel de qualidade é o exemplo disso.
Mas é tão mais lamentável quanto se vê à vista desarmada que Luís Fernandes não seria capaz de escrever aquilo. Luís Fernandes aceitou apenas ser - desculpa lá caro amigo Luís mas tenho de o dizer - uma espécie de 'boneco' de ventríloquo, sem qualquer conotação ofensiva - do ventríloquo Zé Manel.
Espero ouvir nos próximos tempos a tua própria voz e a de alguns socialistas de Alfena ajudando a esclarecer de forma inequívoca de que lado está o PS por estas bandas, se com Alfena se com José Manuel Ribeiro - porque neste caso não é mesmo possível estar dos dois lados!
Arnaldo Soares disse-o ontem na Assembleia ao denunciar esta situação e ao falar do quanto Alfena tem sido prejudicada por esse 'enorme vulto' do socialismo valonguense e alegado 'pai' de Alfena cidade que é José Manuel Ribeiro.
Basta pegar nas contas do Município e fazer as contas...
Mas ontem também se falou no 2.º aditamento ao contrato de concessão da BeWater, uma concessão ruinosa para o Município, muito contestada noutros tempos por José Manuel Ribeiro mas agora agora considerada a melhor concessão do País - vice-presidente Sobral Pires dixit...
Segundo ele, este processo de consensualização foi o melhor que poderia ter sido feito pelos valonguenses e nenhuma autarquia conseguiu fazer melhor em processos deste género".
(Entretanto, a BeWater - antes Veolia - que deveria estar há muitos anos a pagar uma renda ao Município, nunca o fez e agora, por força deste novo aditamento, ficará definitivamente desobrigada de o fazer(.
E os incumprimentos vários até aqui sinalizados continuarão por cumprir, as descargas directas de saneamento para o Leça e outras linhas de água - nomeadamente na zona de Cabeda, Boavista e Senhora da Paz, continuarão como até aqui - ver o recorte a seguir onde a BeWater reconhece apenas uma pequeníssima parte do problema, sendo que ainda há pouco tempo alegava desconhecer alguma situação deste género.
Também a seguir, a minha declaração de voto contra (vencido) relativamente ao dito aditamento ao contrato.
E assim vai Valongo do nosso descontentamento...
Informação da BeWater:
- Cópia da última diligência/resposta da concessionária BeWater/Águas de Valongo, relacionada com o saneamento básico na zona do apeadeiro de Cabeda em Alfena da qual conste claramente se existem ou não problemas graves de drenagem directa para o Rio Leça ou seu afluente local, dos efluentes domésticos de um vasto conjunto de moradores daquela zona;
Transcreve-se a informação prestada pela Be Water sobre a questão colocada:
“A informação disponibilizada é escassa para que se consiga obter dados fiáveis sobre a origem das alegadas drenagens de águas residuais para o apeadeiro de Cabeda.
O que fizemos foi identificar os arruamentos associados á bacia desta zona e identificamos cinco ruas, com a seguinte situação das ligações dos imóveis à rede pública de águas residuais:
- rua das Casas Novas
- arruamento dotado de rede pública;
- 1 imóvel não ligado e 6 imóveis ligados incorretamente.
- rua da Boavista
- arruamento dotado de rede pública;
- 1 imóvel não ligado (desabitado).
- rua Nossa Senhora da Paz
- arruamento dotado de rede pública;
- 6 imóveis não ligados (os proprietários destes imóveis pretende ligar futuramente para a rua s/ saída);
- 2 ligados incorretamente.
- rua sem saída (transversal da rua N. Sr.ª da Paz)
- arruamento sem rede pública;
- 8 a 9 imóveis.
Nos arruamento dotados de rede pública é nossa intensão realizar novas inspeções para avaliar se a informação das condições de ligação que dispomos estão corretas e em caso afirmativo notificar os proprietários a promoverem os trabalhos necessários à ligação à rede pública ou correção da existente.
Relativamente ao arruamento sem saída e que não é dotado de rede pública, é nossa opinião que esta situação poderá estar a contribuir para as alegadas escorrências na zona do apeadeiro.
No âmbito das visitas a realizar aos arruamentos acima indicados pudemos tentar averiguar de que forma está a ser assegurada a drenagem das águas residuais produzidas em cada imóvel deste arruamento.
Contamos realizar estas inspeções até ao final do maio.”
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A minha declaração de voto contra (vencido):
- Independentemente das condições decididas em sede de comissão paritária e aceites em reunião de Câmara, este aditamento deveria ter sido antecedido de uma informação detalhada em mapa pela concessionária sobre a efectiva cobertura do abastecimento de água e rede de saneamento e dos pontos negros onde estes serviços ainda não chegaram – algumas situações graves são conhecidas mas nunca foram confirmadas – e de um cronograma relativo à sua resolução;
- Antes de ver validado este aditamento ao contrato a concessionária deveria ter informado a concedente sobre o número de litígios que tem pendentes com munícipes, relacionados com o uso do direito de passagem (atravessamento de terrenos) e contratos associados não cumpridos;
- Este aditamento deveria ter sido antecedido de um parecer da Associação Nacional de Municípios, nomeadamente no que toca ao sistema de geração de taxas de legalidade duvidosa como sejam por exemplo a taxa de vistoria ou pagamento dos ramais de ligação. Salvo melhor opinião, a concessionária não é mais importante que o fornecedor de electricidade ou gás e as regras devem ser idênticas;
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PS:
1) Pouco a pouco, a laboração da plataforma logística da Jerónimo Martins vai entrando em velocidade de cruzeiro.
Como todos se recordarão, a ligação do saneamento esteve inicialmente prevista para ser feira a Sobrado. O investidor mudou entretanto de ideias, optando pela construção de uma mini ETAR no local, que já está em funcionamento e a drenar para o ribeiro de Junceda.
Quem conhece o querido ribeiro sabe que ele neste momento não pode com uma gata pelo rabo, isto é, quase não tem caudal.
Estão portanto a ver o filme...
2) Já alguém - dos que mandam nesta merda toda - se deu ao trabalho de ir ver o que está a acontecer em termos de segurança com o aumento do tráfego na M 606, nomeadamente no troço antes da instalação e depois, já próximo de Sobrado.
Há quem diga que dois camiões não conseguem cruzar-se, tendo um deles de parar...