ESTA PARÁBOLA PODIA SER SOBRE ALFENA...
Era uma vez...
Uma leira de terreno sem utilidade nenhuma e que por isso mesmo, tinha um valor quase simbólico, isto é, não valia nada que pudesse despertar a cobiça de quem quer que fosse.
(Isto era o que o dono da dita pensava).
Um belo dia, numa daquelas caminhadas para queimar calorias e ver as vistas e os eucaliptos - passou por ali um conhecido homem de óculos escuros e de negócios, oops, de 'negócios escuros e de óculos' e...
- "Olha que giro! Uma leira que não vale nada, vou perguntar ao dono se quer vender..."
O dono que não tinha nenhuma ideia sobre 'utilidades alternativas' para a leira sem utilidade nenhuma disse:
- "Eu bendo, quanto bale?"
Marralha daqui, marralha dali, fita métrica estendida e 'reestendida' em todas as direcções - "deixe verificar bem isto, que eu não quero que pense que estou enganá-lo..." - o nosso homem de negócios escuros e de óculos ou vice-versa chegou a um valor 'justo' e lá combinaram uma data para selar o negócio no sítio onde este tipo de negócios são selados: no cartório notarial.
Entretanto...
Este pequeno episódio repetiu-se N'vezes com N'proprietários de outras N'leiras:
- "Olha aqui mais uma leira, olha mais outra e outra, etc., etc." e os respectivos - "bendo, quanto bale?"
Enquanto isso...
Num outro belo dia semelhante aos outros belos dias já referidos, o nosso homem de 'negócios escuros e de óculos, ou vice-versa' cruzou-se numa das suas caminhadas para 'queimar calorias e ver as vistas e os eucaliptos', com uma conhecida 'fada-madrinha' munida da característica varinha de condão. Observadora como costumam ser quase todas as 'fadas-madrinhas' esta leu nos olhos por detrás dos 'óculos escuros do homem de negócios talvez escuros' o que lhe ia na alma que ele não tinha e propôs-lhe um pacto:
- "Proponho-te transformar em lingotes de ouro maciço estes terrenos que não valem nada se me acenderes uma velinha e recheares a minha caixa de esmolas" - pura usurpação de identidade da fada-madrinha, esta de querer fazer-se passar por santa com direito a velinhas e caixa de esmolas, mas enfim...
Mas como diz o Povo na sua fé, "o homem põe e Deus dispõe" e um belo dia, oops, um mau dia a 'fada-madrinha que se fingiu de santa' incompatibilizou-se com o 'divino' e foi apeada por este do pedestal que dava poder à varinha de condão.
Resumindo...
Ainda hoje o nosso 'homem de óculos escuros e de negócios, ou vice-versa' olha para aquelas courelas todas unidas, e oscila entre a depressão e a esperança de que o milagre prometido aconteça, mas nada! - pelo menos até agora...
A única coisa que lhe tem aquecido a alma que ele já não tem há muito e que está prestes a ocorrer, é que as novas 'tábuas da Lei' que em breve substituirão as velhinhas de 1995 - também há quem lhes chame 'PDM' - prometem fazer renascer o apagado condão da 'varinha de condão', pese embora o facto de já não ser empunhada pela 'fada madrinha que tinha a mania que era santa'.
Pormenor sem importância, porque o que verdadeiramente conta é o efeito do condão e não a origem do mesmo.
Esta podia ser uma 'parábola' sobre Alfena...