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A TERRA COMO LIMITE...

UM ESPAÇO ONDE ESCREVEREI SOBRE TUDO, SOBRETUDO, SOBRE TUDO QUE SEJA CAPAZ DE CAPTAR A MINHA ATENÇÃO. UM ESPAÇO ONDE O LIMITE NÃO LIMITA - APENAS DELIMITA.

A TERRA COMO LIMITE...

UM ESPAÇO ONDE ESCREVEREI SOBRE TUDO, SOBRETUDO, SOBRE TUDO QUE SEJA CAPAZ DE CAPTAR A MINHA ATENÇÃO. UM ESPAÇO ONDE O LIMITE NÃO LIMITA - APENAS DELIMITA.

HOJE É DIA 25 DE ABRIL - EXCEPTO EM VALONGO...

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Poderá haver Democracia (...)?

____________

 

Hoje teve lugar uma sessão solene da Assembleia Municipal de Valongo.

 

Para assinalar os 41 anos da 'Revolução dos cravos', diziam no anúncio os seus promotores e alguns até os ostentavam - os cravos - na respectiva lapela, como era o caso de José Manuel Ribeiro, presidente da Câmara de Valongo...

 

Lamentável lapso o dele, porque o 24 de Abril não se comemora e muito menos com cravo na lapela!

 

No 'discurso de circunstância' da representante do Grupo Municipal do PS, Catarina Lobo - bom dia Catarina! - havia uma interrogação repetida várias vezes e a propósito de situações contraditórias que se vivem no País:

"Poderá haver Democracia (...)?"

 

No incidente protocolar que tive de provocar a seguir às intervenções de todos os representantes das forças políticas - e antes do discurso do presidente da Câmara - eu perguntei em voz alta, "off the record" e antes de abandonar a sala:

 

"Pedindo desculpa a todos os presentes, quero fazer minha a interrogação de há pouco da representante do PS:

- Poderá haver Democracia quando um deputado independente desta Assembleia é impedido de falar?

- A resposta é que não. Por isso vou sair e aguardar pela Democracia ali ao lado".

 

E saí...

 

Eis a intervenção que não me deixaram ler:

_____________________

 

Assembleia Municipal de Valongo

 

Celestino Neves

(Deputado independente)

 

Senhor Presidente da Assembleia Municipal

Senhores membros do Executivo

Senhores convidados

Senhores munícipes

Senhores jornalistas

Caros colegas deputados

 

Completam-se hoje 41 anos sobre uma data que foi vivida ‘em directo’ pelos mais velhos de nós ou apenas apreendida pelos que apanharam um pouco mais adiante a História lamentavelmente já editada, adulterada, vandalizada, quase reduzida à pompa e circunstância da anual cerimónia - que é aquilo que hoje fazemos aqui.

 

Só faz sentido comemorar datas históricas, quando conseguimos respeitar e preservar a fidelidade histórica dos acontecimentos concretos a elas associados.

O dia 25 de Abril de 1974 ocorreu mesmo e teve motivações que ainda não estão cumpridas! Tenho dele a memória viva de quem iniciava nesse dia o seu segundo emprego a seguir à tropa, numa empresa onde também teve início a minha vida de militância sindical e recordo do ‘antes dele’ as manifestações estudantis do 1.º de Maio na baixa do Porto que ajudei a promover através da distribuição daqueles panfletos clandestinos que me deixavam escondidos à porta da Ferreira Lino & Irmão em Ermesinde – o meu primeiro emprego depois da guerra colonial .

 

Tenho pois de vos confessar como me sinto profundamente triste por constatar que quem organizou pela segunda vez esta comemoração atribuiu à data concreta apenas a pompa e circunstância de uma modesta sessão solene associada à também modesta contribuição para a economia local no que toca à venda dos cravos vermelhos que todos nós ostentamos na lapela.

É modesto e ao mesmo tempo muito redutor este contributo.

 

Mas não apenas de omissão se faz a falta de respeito pelo 25 de Abril por parte de quem governa esta autarquia.

 

Quem aqui nos trouxe, ou melhor, quem aceitou em nome de terceiros mais resguardados patrocinar este evento, não merece esta comemoração nem pegar na bandeira maior quando no dia-a-dia põe em causa os princípios que a data celebra!

 

Infelizmente, tenho exemplos concretos que justificam que me atreva a ensombrar um pouco este acto solene – antes não tivesse!

Talvez por isso nunca tenha acreditado que quem nesta casa atenta diariamente contra os princípios de Abril, fosse capaz de nos aparecer hoje à frente de fatiota e cravo vermelho ao peito – como se em Valongo do nosso descontentamento os princípios do 25 de Abril fizessem parte do seu livrinho de cabeceira!

 

Mas já que aqui estou, quero aproveitar o momento para um genuíno Viva ao 25 de Abril!

Ao autêntico, àquele que emerge dos sorrisos e das gargantas do Povo, lá fora no convívio, na festa, na vivência mais ou menos combativa da efeméride, mas sempre imbuída do significado concreto e autêntico que só a rua consegue proporcionar.

 

 

publicado às 12:26

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