HOMENS E 'INVERTEBRADOS'...
Admitir que erramos ou que estivemos menos bem em algo que fizemos, dissemos ou escrevemos, pode ser para muito 'boa gente' algo impensável, ou então, quando a justiça se mete ao barulho, apenas um imperativo legal.
A declaração que se segue, mais do que isso, ou para além disso, é também um imperativo de consciência.
Estarão seguramente recordados daquele 'alerta' que publiquei no Facebook no dia 1 de Outubro de 2013, a pedido de José Manuel Ribeiro que tendo acabado de ser eleito, estava ainda preocupado com a situação em que iria encontrar a Câmara logo a seguir ao acto de posse que ainda demoraria uns dias. E disse "estava ainda", porque como todos sabemos, deixou há muito de estar...
Sem conhecer os visados pelo meu 'alerta' - não conhecia mesmo - a partir de certa altura comecei a desconfiar que tinha apenas sido usado à 'boa maneira' de José Manuel Ribeiro, sobretudo quando perguntado sobre a consistência da informação e respectivas provas ele hesitava na resposta, gaguejava, mudava de assunto ou respondia 'na altura logo vemos isso'...
'A altura' chegou quando foi deduzida queixa particular contra mim, com 20 dias para pedir instrução do processo e nomear advogado. Como é lógico, tentei falar com o presidente, para vermos de que forma pegaríamos no caso e como tantas vezes - ou quase sempre - acontece com José Manuel Ribeiro "ele encarnou numa enguia" e não mais foi possível falar com ele ou com o seu adjunto sobre o assunto.
Parti portanto para o primeiro encontro com o visado no meu alerta - para uma primeira abordagem à hipótese de um acordo extra judicial - convencido que iria encontrar alguém do género 'se não fez podia ter feito'.
Nada disso!
Somando dois e dois, isto é, o primeiro contacto com o Dr. Rui Cunha e a 'postura de invertebrado' de José Manuel Ribeiro, com quem não consigo falar sobre este assunto desde que fui notificado pelo Tribunal - apesar do 'milhão' de tentativas que fiz ao longo dos últimos dias - a declaração que se segue não é apenas uma imposição legal do tal acordo, mas um imperativo de consciência - porque afinal, deveremos fazer por merecer o 'H grande' da inicial do nosso género...
______________________________________________________
No dia um de Outubro de 2013, publiquei neste sítio o texto seguinte:
“ALERTA MUITO IMPORTANTE!!!
Acabo de ser informado de que o marido de Helena Oliveira da Câmara, o Sr. Rui Cunha, da empresa SmartVision está neste momento a apagar informação crítica na Câmara! Apela-se a todos os funcionários para que defendam a Câmara! Por favor PARTILHEM!”
Nessa data, escrevi o texto convicto que tais factos correspondiam à verdade, até porque me foram transmitidos por pessoa que merecia, à data, credibilidade.
Todavia, recentemente, apurei que tais factos não correspondem à verdade; que o Sr. Dr. Rui Cunha não esteve no edifício da Câmara Municipal de Valongo nesse dia, nem em dias anteriores próximos dessa data, nem nunca apagou informação da Câmara, nem nunca foi funcionário da empresa Smartvision.
Assim, reconheço publicamente que o Sr. Dr. Rui Cunha não praticou os factos que eu lhe imputei nessa data, nem é do meu conhecimento que tenha praticado quaisquer outros factos susceptíveis de integrar a prática de crime, razão pela qual aqui me retracto e lhe apresento publicamente um pedido de desculpa.
Fi-lo, nessa data, repito, convicto que dizia a verdade, por me ter sido transmitido e solicitado pelo Sr. Dr. José Manuel Ribeiro nesse dia, à data presidente da Câmara eleito e ainda não investido, tendo-me enganado e usado para alcançar um fim político, no mínimo, censurável.
Celestino Neves