'JUÍZES DE FORA' - PORQUE NESTE CASO O REI PENSAVA 'MUITO À FRENTE'...
Nem sempre nos sentimos confortáveis na casa da Justiça, nem sempre nos sentimos representados por quem a ministra 'em nome do Povo'.
E não é preciso estarmos directamente envolvidos num qualquer processo - como queixosos ou como arguidos - para que esse desconforto frequentemente nos invada.
Em Valongo existe uma 'Casa da Justiça', um local onde a deveríamos - à Justiça - respirar em cada inalação que fizéssemos a partir da passagem no detector de metais.
Acho até que deveria ser inventado um aditivo específico - tipo 'cheiro a Justiça' - para ser introduzido no circuito de ventilação e libertado pelo ar condicionado lembrando permanentemente às pessoas que ali vão por obrigação ou necessidade, que se encontram em ambiente protegido.
Hoje resolvi ir à 'casa da Justiça' de Valongo na expectativa de um encontro com a dita mas lamentavelmente não senti nenhum 'cheiro' específico no ar condicionado - acho que ele nem sequer estava ligado - e comecei a ficar preocupado, não por mim que hoje nem era o directamente interessado, mas porque tudo aquilo que pode afectar um amigo meu é a mim que afecta também.
No final de tudo e já à saída, inspirei profundamente o ar exterior não 'protegido' e soube-me melhor o contraste, pese embora a eventual presença de um ou outro contaminante não 'letal'.
E numa estranha associação de ideias, veio-me à memória a figura do 'Juíz de Fora' introduzida em 1327 pelo rei D. Afonso IV - ver pequeno recorte da Wikipédia a seguir (conteúdo completo AQUI)...
Eu que sou Republicano tenho de reconhecer que neste caso o Rei 'pensava muito à frente'!
Um dia destes falarei com mais detalhe sobre as vantagens e eventuais desvantagens da nossa Justiça ser 'cega'.
Acho que 'cega' até pode ser mas convém que pelo menos não seja 'surda' - já que 'muda' não é de certeza e às vezes até fala demais...