ÓNUS (INVERTIDO) DA PROVA - NÃO MATAMOS A VELHINHA MAS NÃO CONSEGUIMOS PROVÁ-LO...
O título parece estranho mas explica-se rapidamente...
A Associação Al Henna levou a efeito na passada sexta-feira uma tertúlia sobre as origens de Alfena e onde se falou do muito trabalho que a nossa Associação tem realizado e do muito mais que temos pela frente - para que o nosso Património histórico, cultural, patrimonial sejam preservados e transmitidos às novas gerações.
Para o efeito solicitamos à Câmara a cedência do anfiteatro do Centro Cultural.
Nada de estranho nem que não tenha já sido pedido e bem por outras organizações, independentemente das áreas ou interesses em que se movimentam...
A Câmara pediu-nos cópia dos Estatutos, último Relatório de Contas, declaração de inexistência de dívidas ao Fisco e... - muitos 'es' depois - também a 'prova de que não somos terroristas nem matamos nenhuma velhinha para lhe ficarmos com os brincos e o fio de ouro com medalhinha'...
Foi aqui que tudo se complicou para a Al Henna ao não conseguir cumprir esta última 'exigência': a única pessoa que poderia testemunhar a nosso favor era a dita 'velhinha' e essa morreu entretanto - de morte natural, evidentemente...
Valeu-nos a Direcção do Agrupamento de Escolas de Alfena que nos cedeu o anfiteatro da Secundária de Alfena (no Lombelho)...
Mas Alfena tem (muitos, muitos) mais problemas causados pela inércia, pela incompetência, pela negligencia culposa ou mesmo pelo espírito persecutório do (alegado) 'pai da cidade de Alfena' - o presidente da Câmara - para com a nossa Cidade!
Talvez a principal - mas não única - razão (?) para essa inexplicável sanha persecutória resida no facto de o executivo da Junta de freguesia da nossa Cidade ser o único que escapou à configuração monocolor dos restantes executivos em modo "atentos, veneradores e obrigados" onde as exigências não existem - desde logo, porque 'a Câmara amiga se antecipa a fazer o que adivinha que os camaradas do Partido lhe vão pedir'.
E nos 'entretantos', Alfena fica-se (apenas) com as promessas:
. Uma Oficina do Brinquedo que não passa de um projecto pomposo e em bolandas;
. Um Espaço multiusos na chamada Quinta do Bandeirinha que se ficou por duas ou três visitas de pompa e circunstância ao local em momentos eleitorais;
. Recuperação do antigo cinema do Centro Social e Paroquial de Alfena, um projecto lançado pomposamente em vésperas da última campanha eleitoral e jazendo numa qualquer gaveta nas catacumbas do 'arquivo morto' da Câmara;
. Construção do novo Centro de Saúde de Alfena à espera que se descubra 'a pedreira de onde haverá de sair a primeira pedra' da obra;
. Construção de passeios e medidas de mitigação do tráfego na N105 (rua 1.º de Maio) - em conjugação com as I.P.;
. Resolução da vergonhosa cobertura da rede de transportes públicos em Alfena - apesar de o presidente da Câmara integrar a actual estrutura de transportes do Porto;
. Recuperação do moinho do Cabo e respectivo canal, bem como melhoria dos actuais percursos pedonais, instalação de iluminação pública e algum equipamento urbano - conforme promessas eleitorais;
. Finalização da atribulada recuperação da Rua de S.Vicente em Cabeda e ponte do Reguengo;
. Cumprimento das promessas feitas de intervenção junto da BeWater para que - também nesta zona mas em muitas outras - a cobertura relativa à rede de saneamento básico seja executada e se deixem de mandar directamente para o rio Leça os efluentes urbanos;
. Etc., etc., etc.
Não matamos a velhinha mas é como se o tivéssemos feito dada a dimensão da 'pena informal' que a Câmara nos tem vindo a aplicar!
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PS:
Parece que - vi agora uma publicação de há poucos minutos na página da Junta - as obras do Centro de Saúde têm início a seguir à Páscoa - não é referido na notícia, mas quero acreditar que seja a Páscoa de 2018...