PDM DE VALONGO - O MOMENTO 'NEOBLANC'...
A Neoblanc é uma marca de lixívia conhecida pelo facto de não deixar os créditos por mãos alheias: Se todas as concorrentes lavam, esta garante que 'lava mais branco'...
Tomando esta promessa como uma certeza, então é bom que a Câmara de Valongo se previna e seja ambiciosa na encomenda destinada à sessão da Assembleia Municipal que terá por missão aprovar a corrupção relacionada com os terrenos onde José Manuel Ribeiro pretende ver instalado o negócio da distribuição de enxidos e similares do merceeiro holandês de origem portuguesa 'Qualquer Coisa dos Santos'.
Chafurdar no chamado 'garimpo de Alfena', aquele lodaçal imenso onde as pepitas são tantas e brilham de forma tão tentadora, transformou-se numa espécie de desporto radical para homens de negócios locais que mesmo nas condições mais extremas não desistem de tentar recolher o quinhão que lhes prometeram em 2007 mas cuja transformação em 'coisa que se veja' tem vindo a ser sucessivamente adiada.
Aproxima-se no entanto - pensam eles - a hora da verdade, graças ao contributo de alguns 'pedreiros livres' contratados à última hora e que vieram imprimir um novo fôlego à arte de pôr a mão na massa.
Bem, 'mão na massa' é na circunstância uma mera força de expressão, porque do que se trata mesmo, é de mergulhar literalmente em matéria fecal ou conteúdo fisiológico sólido, para usar apenas duas das designações menos explícitas do conhecido 'produto'.
E é aqui que entra o tal 'momento Neoblanc'...
Da publicidade agressiva que garantia que 'lavava mais branco' à esperança de que conseguisse lavar também 'aquilo tudo', incluindo a parte de cada um nas notas notas mal-cheirosas que resultarão da transacção finalmente consumada - ufa! finalmente! - foi apenas um passo...
Como dizia a minha avozinha que Deus tem, "engana o menino e papa-lhe o pão" e cheira-me que este não passará de mais um 'conto do vigário' - sem ofensa para os Vigários verdadeiros - em que todos enganam todos, porque todos se predispuseram a serem enganados.
Cada um acredita naquilo que quer e ninguém tem o direito de acabar com a 'inocência' de ninguém. Bem, ninguém excepto nós que persistimos em ser mauzinhos e achamos que temos esse direito...
Tal como a criança atrevida do conhecido conto que gritou para quem a quis ouvir que o rei ia nu, nós atrevemo-nos a dizer que o 'momento Neoblanc' neste caso vai correr mal e quem persistir em acreditar na falácia depois de insistentemente avisado, só pode sair da experiência com as mãos sujas - comprometedoramente sujas e a cheirar a tudo menos a lixívia!