PELA CALADA DA NOITE...
É feio, mesmo muito feio, apregoarem aos quatro ventos que são os pilares da Democracia e depois comportarem-se como as famílias da máfia, fazendo acordos à porta fechada e pactos de sangue, colocando estrategicamente de lado falsos antagonismos com que se apresentam em público para enganar os mais ingénuos. Depois, em privado e como se fossem pilares gémeos, dividem em segredo os privilégios que o Povo conformado e sofredor lhes outorga com um sorriso conformado, de punho direito ou esquerdo erguido ou dedos em 'V' frenético - 'V' de vencido...
Negociaram a partilha equitativa do saque durante meses, "informalmente", "verbalmente" para não deixarem provas da marosca e até as propostas foram dissimuladas e identificadas com números ou letras do alfabeto em vez de nomes ou siglas partidárias!
(À última hora, CDS e PAN tentaram uma gracinha votando contra, como se isso os ilibasse da tramóia que ajudaram a manter secreta durante meses).
Só existe portanto um caminho para pôr termo a esta vergonha: o veto do presidente dos afectos e das selfies patuscas, que deverá devolver o diploma aos malfeitores para que o corrijam - ou não...
Mas espera lá!
E se António Costa for (mesmo) um génio capaz de ter congeminado esta estratégia diabólica para provocar uma implosão controlada da geringonça que já começa a constrangê-lo visivelmente e que conduza a água ao seu moinho?
Realizava o velho sonho de uma maioria absoluta, sem amarras nem espartilhos, através de eleições antecipadas que, qual cajado da conhecida frase, mataria ainda outro coelho com a mesma pancada: resolveria os crónicos problemas financeiros com que o PS sempre se debate - há muitos "mecenas" à espera para injectarem muita energia na rede com direito a um retorno compensador ' - e ao mesmo tempo, porque esta lei iníqua tem efeitos retroactivos, anularia os milhões hipotecados em processos pendentes instaurados pelo fisco!
Como dizem nuestros hermanos, "Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay"...
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No céu cinzento, sob o astro mudo Batendo as asas p'la noite calada Vêm em bandos com pés veludo Chupar o sangue fresco da manada
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(Vampiros - Zeca Afonso)