POLVO À VALLIS LONGUS - SEGREDOS DA PREPARAÇÃO, A CONTA E OUTROS DETALHES...
Falando ainda sobre polvo - neste caso, sobre uma forma muito específica de o preparar: "polvo à Vallis Longus"...
É de bom tom - decorre aliás da Lei - que quem entre numa qualquer tasquinha, roulotte, casa de pasto ou restaurante e de pé, ao balcão ou sentado de forma mais ou menos refastelada consuma o saboroso molusco marinho da classe cefalópode, o deve pagar de acordo com as condições anunciadas na tabela de preços escrita na lousa pendurada na parede ou no cardápio mais ou menos elaborado, quiçá encapado em pele embelezada com letras douradas. É do senso comum e tão básico que questioná-lo cheira a procedimento manhoso ou caloteiro...
No caso do molusco "à Vallis Longus" o 'cliente', que aliás não era um cliente qualquer mas o futuro presidente da Câmara, ou seja, José Manuel Ribeiro, ou seja ainda, o 'amigo da onça' Zé Manel, resolveu enveredar por aquela habilidade manhosa que de tão básica nos provoca sempre uma estrondosa gargalhada - isto se a vítima for outra que não nós próprios:
"Vou ao WC e já volto" e ali ficou o 'amigo que não era da onça' a contas com o empregado plantado na sua frente qual estátua e o olhar ameaçador de quem diz sem falar "nem penses em sair de fininho como o outro" enquanto nos estende o linguado (de papel, evidentemente) onde se lê uma soma de 3 digitos - ah! pois! O pitéu bem amanhado do cefalópode com guarnição esmerada não costuma ser barato...
Mas o mais revoltante na atitude do 'amigo da onça', ao ponto de quase fazer este 'amigo que não é da onça' (eu próprio) perder as estibeiras, é o facto do caloteiro ainda se dar ao desplante de 'assobiar para o ar' enquanto vai dizendo a quem lhe pergunta sobre o episódio de que se começou a falar já há muito 'à boca pequena': "Polvo? Qual polvo, se eu até nem gosto! Se 'ele' mandou servir que pague!"
Ai não que não gosta! E até deu 'dicas' para a sua preparação como se pode ver pela imagem seguinte.
Por acaso, no exemplar em bruto que ele propunha para ser cozinhado, havia um 'tentáculo' que não me parecia em condições e que eu mandei sub-repticiamente 'amputar' - conforme assinalado na imagem...
(Sinceramente, parecia-me um 'implante' demasiado artificial e que não condizia com o bicharoco...).
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PS:
Se por acaso alguém sentir alguma vontade de aprofundar um pouco mais este 'assunto de culinária' pode por exemplo - é uma dica - investigar qual foi a base de dados utilizada para a distribuição massiva do 'petisco'...