RECADO PARA O AMIGO RUI MOREIRA...
Como dizia a minha avozinha que deus tem, "se a mãe é uma vaca, a filha não pode ser outra coisa"...
Ela dizia-o no sentido literal e sem qualquer alusão malévola ao 'mau porte' de alguém.
Já Rui Moreira, cujas opiniões tantas e tantas vezes partilho, desta vez inverteu as coisas e saltou de forma lamentável e quase explícita do pouco conseguido sentido figurado da sua frase - AQUI - para o mais que evidente sentido literal, ao trazer à colação de forma quase explícita o caso que envolveu Camilo Mortágua - o pai das gémeas Mortágua.
É claro que (desta vez) Rui Moreira teve um lamentável mau gosto na abordagem. Independentemente de lhe reconhecer todo o direito a discordar do 'imposto especial' sobre o património de elevado valor.
Por duas razões a saber:
Primeira:
O contexto em que se verificou o assalto à agência do Banco de Portugal na Figueira da Foz em 10 Maio de 1967, era muito especial e Rui Moreira deveria saber fazer a destrinça - porque ela deve ser feita! - entre um revolucionário e um assaltante de bancos.
Não sei o que as gémeas Mariana e Joana pensam sobre o percurso revolucionário do Pai, mas um filho, caro Rui Moreira, é uma 'entidade' distinta do pai - ou da mãe.
Segunda:
De forma racional e destituída de inquinações (apesar de tudo) 'direitistas, elitistas, capitalistas' que você por vezes ainda deixa antever meu caro Rui Moreira, aceite raciocinar comigo neste exemplo com que vou tentar explicar-lhe que a 'sobretaxa sobre o património imobiliário de elevado valor' pode ser uma forma tão boa como tantas outras de promover maior justiça fiscal. Além disso, se ela (a sobretaxa) vier a ser implementada, não será por nenhuma das gémeas mas sim pelo governo!
"O pobre homem bem se esforçava por imprimir força suficiente ao empurrão com que tentava pôr em andamento o chaço velho que teimava em não pegar.
Solidários, um grupo de meia dúzia de amigos, entre os quais dois 'elegantes estivadores', que conversava à porta do café da aldeia atravessou a rua e juntou a soma das suas forças à força do cidadão aflito.
Vencido pelo esforço conjugado, o chaço desistiu de ser teimoso e lá pegou com dois soluços fumarentos, perante a alegria do dono e de todos eles também".
Pergunta:
Passa-lhe por acaso pela cabeça, caro Rui Moreira, que o esforço solidário da tal meia dúzia (entre eles os dois estivadores) se 'nivelasse' pela força dos dois lingrinhas que se destacavam no grupo?
Claro que não!
Ninguém conseguirá dizer quem é que empurrou com mais força mas eu quase que arrisco adivinhar que foram os dois 'elegantes estivadores'!
Diferenciação fiscal é isso, Rui Moreira: "de cada um segundo a sua capacidade"!