VIVA O 1º DE MAIO!
Neste dia, homenageiam-se as lutadoras e os lutadores que em 1886 ns ruas de Chicago iniciaram a conquista das 8 horas de trabalho.
Mas o verdadeiro significado desta homenagem só começou a ganhar pleno sentido nos anos seguintes, quando alastrou ao mundo inteiro e se transformou em dia/símbolo de emancipação, de luta por direitos como 'contrapartida' aos deveres - que até aí só esses contavam para os patrões que apenas lhes retribuíam o estritamente necessário à reposição da sua capacidade física para trabalhar e pouco mais.
Em Portugal, embora nunca tenha deixado de ser assinalado com mais ou menos correrias à frente da polícia de Salazar, só nos foi plenamente 'devolvido' naquele dia a todos os títulos memorável de 1974, ainda e naturalmente imbuído do espírito libertador do vigésimo quinto dia de Abril do mesmo ano.
Continuou anos fora a ser assinalado, num misto de alegria-luta-revolta até ao dia que hoje assinalamos, em que a alegria de tão contida quase virou apenas revolta total e completa - por termos um governo de 'ladrões' que já não se dão ao trabalho de nos pedirem um acréscimo temporário do nosso esforço para ajudarmos a retirar o País do atoleiro em que eles o meteram.
Já não se contentam com um pequeno - sempre grande para quem possui tão pouco - desconto no modesto salário/contrapartida pelo trabalho prestado.
Retiram-no todo de uma vez só, empurrando os espoliados para a fila do desemprego, sem direitos, sem lhes devolverem a parte acumulada através dos descontos que foram fazendo ao longo da sua carreira de trabalho, para constituírem aquilo que até não há muito tempo atrás se designava por 'fundo de desemprego', mas que no fundo não passa de um seguro como qualquer outro dos muitos que existem por aí, com clausulados (garantias) específicos - para a casa, para o carro, para a saúde...
Só que aqui, a 'Seguradora' é um governo de gente desonesta, que tem uma prorrogativa especial que faz toda a diferença e que as seguradoras não têm: poder mexer à vontade e quando lhes apetece, no 'clausulado' roubando abertamente direitos adquiridos, sem nenhum 'instituto de seguros' que proteja os segurados.
Em Portugal este ano e neste dia, será seguramente sinalizada por todos os que hão-de sair à rua, a trafulhice, o roubo, o 'assalto à mão desarmada', de forma insidiosa e não autorizada - mão enfiada no nosso bolso já magro de conteúdo - e neste caso, de forma 'equitativamente' criminosa, em relação aos que trabalham e aqueles muitos que já trabalharam e a quem foi roubada - não encontro termo mais adequado - parte ou a totalidade do seu 'seguro' de reforma - no corte dos subsídios de férias e Natal, que não verão na 'melhor' das hipóteses, restituídos antes de 2018!
Viva pois este 1º de Maio de luta e de revolta, apesar da tentativa que os grandes grupos de distribuição PINGO DOCE E CONTINENTE - por enquanto os que se conhecem - com a conivência do 'seu' governo e das entidades fiscalizadoras que dele dependem, de 'retirar' das ruas o número máximo de contestatários, agora já não através do recurso à força policial, mas através da imposição de trabalharem neste dia tão especial, ameaçando-os com a marcação de faltas injustificadas e mesmo com processos disciplinares.
Vergonha é o que os governantes deste País deviam sentir neste dia e por isso, é seguro que não veremos nenhum deles envolvido em actos públicos nem a mostrar-se por aí de forma indecorosa - quase pornográfica - aos portugueses revoltados.