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A TERRA COMO LIMITE...

UM ESPAÇO ONDE ESCREVEREI SOBRE TUDO, SOBRETUDO, SOBRE TUDO QUE SEJA CAPAZ DE CAPTAR A MINHA ATENÇÃO. UM ESPAÇO ONDE O LIMITE NÃO LIMITA - APENAS DELIMITA.

A TERRA COMO LIMITE...

UM ESPAÇO ONDE ESCREVEREI SOBRE TUDO, SOBRETUDO, SOBRE TUDO QUE SEJA CAPAZ DE CAPTAR A MINHA ATENÇÃO. UM ESPAÇO ONDE O LIMITE NÃO LIMITA - APENAS DELIMITA.

O PRESIDENTE SEQUESTRADO...


Quem pode afirmar que não está em causa o 'normal funcionamento das Instituições'?
Apenas - pelos vistos - o pior cego de todos, que como diz o Povo, 'é aquele que não quer ver'!

Por Ana Sá Lopes
publicado em 11 Jun 2013 - 05:00 AQUI.

O sequestro do Presidente põe em causa o regular funcionamento das instituições

O Presidente pode demitir o governo se ficar provado o "irregular funcionamento das instituições". Mas o discurso de ontem de Aníbal Cavaco Silva é uma prova cabal do "irregular funcionamento das instituições", de um chefe de Estado sequestrado por um governo e colocado em lugar incerto - embora o seu avatar circule por aí e debite orações sobre as maravilhas da agricultura.

Nas cerimónias do 10 de Junho, o verdadeiro discurso que falou do Portugal de hoje foi feito por Silva Peneda, o presidente do Conselho Económico e Social, escolhido pelo Presidente da República para presidir às comemorações do 10 de Junho. E só isto pode ser um "sinal" de que a cabeça de Cavaco Silva - capaz de escolher um homem como Silva Peneda para aquela função - largou o seu corpo e se juntou à coligação governamental depois de ter sido alvo de eventuais malfeitorias naquela famosa reunião de sábado em Belém a seguir ao Conselho de Ministros.

A calamidade da situação do país foi bem apresentada por Silva Peneda. Numa sociedade que tem os números de desemprego que tem a portuguesa "daqui ao medo é um pequeno passo". Mas o Presidente da República que tinha afirmado, perante Sócrates, que se tinham atingido "os limites dos sacrifícios" fechou os olhos ao mundo à sua volta - e preferiu recordar a literatura neo-realista dos tempos da miséria e da ditadura, como se servisse de grande consolo aos portugueses de 2013 pensar que o país era muito pior e mais miserável nos anos 60, na época em que pontificava em Belém o contra-almirante Américo de Deus Thomaz - que ficou na memória colectiva por, não tendo na realidade nenhum poder face a Salazar, ocupar o seu tempo a fazer discursos estúpidos.

Ao aceitar ser uma espécie de ministro sem pasta do actual governo, Cavaco Silva perdeu o que lhe restava de capacidade para ocupar o cargo de "Presidente de todos os portugueses", no momento mais difícil da vida do país depois da ditadura. Ao explicar que não quer ter nenhum papel político, ainda piorou a situação. Já não há nada a fazer: como disse o primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva relativamente ao Presidente em funções nos anos 90, ainda poderia restar ao governo ajudar o chefe de Estado a acabar o mandato com dignidade. Infelizmente, tal não é possível. O sequestro do Presidente da República é um acontecimento grave e põe em causa o regular funcionamento das instituições democráticas.

publicado às 14:47

ANÍBAL, O REVISOR OFICIAL DO DIÁRIO DA REPÚBLICA (OU SERÁ "DE REPÚBLICA")?

 

'Presidente da Câmara' versus 'Presidente de Câmara'...


Nunca me tinha dado conta do quanto pode significar (em euros) a singela preposição simples "de" ou a sua contracção com o artigo definido "a"

Que eram diferentes, saltava à vista de todos, mas que essa diferença pudesse ter a força suficiente para dar novo fôlego a dinossauros como Luís Filipe Menezes e outros, é coisa que não lembraria nem ao diabo.

Claro que vendo bem as coisas, não há dúvidas de que a diferença faz toda a diferença - desde logo, para os próprios interessados, obviamente!
Cavaco que como todos sabemos é reconhecidamente um verdadeiro especialista nesta vertente específica da ciência que estuda a questão dos artigos definidos, descobriu-o a tempo. 


A tempo de travar o aparecimento de mais providências cautelares no sentido de impedir que o País passe a ser sobrevoado pela nova subespécie de dinossauros voadores e descobrindo-o, comunicou-o de imediato à segunda figura do Regime - Conceição Esteves, presidente da Assembleia da República (ou deverei dizer 'de' Assembleia da República)?.


Ainda bem para o País que os 'dinos' foram salvos da extinção. 
Quem não irá ficar muito contente com esta relevante descoberta, serão aquelas dezenas - centenas talvez? - de boys que já se aprontavam para o tiro de partida rumo às gamelas municipais. Temos pena! Os dinossauros são uma espécie protegida - por Cavaco e não só - e como tal, vão continuar a ter lugar garantido enquanto as cadeiras de rodas os conseguirem transportar até à gamela.

publicado às 23:10

UM PAÍS NA M€RD@ - OU PRESTES A IR PELO CANO...

Um amigo enviou-me esta pérola que não resisto a 'encastrar' aqui - citando obviamente o autor, a quem cumprimento pelo humor acutilante e pela oportunidade do tema.

Escrevi ainda há recentemente sobre estas figurinhas de 'banda desenhada', mas quando os outros me suplantam - e acontece muitas vezes - não fica mal regressar ao tema.

Falar de 'r e t a r d a d o s'  e de 'boliqueimenses' ilustres(?) é sempre um prazer!


publicado às 18:47

E SE ELE TIVESSE IDO CAÇAR ELEFANTES EM ÁFRICA?

Veja os rendimentos de 15 políticos portugueses antes e depois de passarem pelo Governo

 

(Entre estes, estão muitos dos 'homens do Presidente'! Como no título do filme, 'tudo bons rapazes'...


  

Uma nação - na verdadeira acepção da palavra - precisa de ter uma identidade - e Portugal tem - um ponto de referência - e isso os portugueses infelizmente não têm!

No seu conjunto, estes dois elementos constituem o padrão em que os cidadãos de qualquer País se conseguem rever e a partir daí, auto calibrarem o seu perfil, afinarem o tom, acertarem o passo e depois conseguirem força e ânimo bastantes para os replicar nas novas gerações que se vão formando.


É - deveria ser sempre - um processo auto alimentado a partir de um núcleo irradiante, gerador de força centrífuga bastante capaz de chegar às franjas mais distantes da periferia com energia suficiente para ainda assim e apesar da distância, ser possível preservar o 'ADN' da Nação: identidade, coesão, partilha de valores comuns.


Com todos os defeitos e todas as vicissitudes resultantes de um poder emanado (apenas) da tradição e do 'direito natural', onde em certos momentos da história até Deus foi envolvido, as Monarquias desempenharam esse papel agregador e ao mesmo tempo irradiante.

Pelo Rei e pela Pátria, os homens aceitavam os maiores sacrifícios, eram capazes de lutar até à morte, deixavam pais, esposas e filhos partindo para pelejas longínquas sem certezas de algum dia poderem regressar.


Mas os Reis degeneraram, corromperam-se e foram corrompendo os cortezãos de que se rodeavam -ou vice-versa - foram construindo à sua volta uma espécie de muralha de traidores e de oportunistas e com isso começaram a cavar as próprias sepulturas, a erguer os cadafalsos aos quais haviam de subir, ou a construir as guilhotinas onde tantas cabeças rolaram - incluindo as próprias - dando lugar de uma forma ou de outra, a um novo tipo de poder e a uma nova forma de o exercer.


Os regimes republicanos, pese embora o facto de muitos deles nascerem de actos violentos e condenáveis - mas as Revoluções, porque se baseiam em rupturas contêm sempre em maior ou menor grau uma certa dose de violência - visaram corrigir essa tendência perversa para manter intocável o 'direito divino' de reinar, fosse qual fosse a praxis do soberano reinante.


Poder ao Povo, direito de indicar aqueles que o deveriam representar na tomada de decisões entre um e o acto seguinte da escolha - as eleições - a possibilidade de influenciar os seus representantes para corrigerem erros de percurso, ou mesmo interrompê-los em casos mais extremos.


Os regimes republicanos representaram portanto numa primeira fase, um avanço qualitativo na forma de representação do poder do Povo, mas como em tudo aquilo que é humano, não estavam (não estão) isentos de erros.

Em democracia ou em ditadura (ambos os regimes conviveram e podem conviver com os dois) as Repúblicas foram-se degenerando e vendo bem as coisas, a uma velocidade até maior que aquela que tinha conduzido ao apodrecimento das Monarquias.


Encurtando caminho centremo-nos por agora apenas nas atribulações da Nação portuguesa:


Como é possível alguém como Aníbal Cavaco Silva, funcionar como pólo agregador de vontades, como ponto de referência, como padrão para todo um País? 

Ele que mais do que nenhum outro, soube rodear-se desde a sua fase de governação, de corruptos, de oportunistas, de ladrões, não pode invocar a seu crédito, ingenuidade nas escolhas ou azar e má pontaria nas opções!

O BPN, de onde ele retirou atempadamente muitas das suas poupanças, também elas ali colocadas em momentos oportunos e criteriosamente escolhidos, existiu mesmo. 

É hoje consensual considerá-lo como um caso de polícia puro - foi até segundo os mais entendidos na matéria, o maior caso de burla e corrupção vivido em Portugal desde os tempos de D. Afonso Henriques -  e Oliveira Costa, Dias Loureiro, Duarte Lima e tantos outros, não foram 'acidentes' na vida de Cavaco!


Tal como resulta da sua própria definição, os acidentes são acontecimentos fortuitos e de curta duração. Um 'acidente' não dura meses ou até anos - como duraram os de Cavaco Silva - quando muito, podemos ter de conviver algum tempo com as suas consequências, o que é substancialmente diferente.

Só que no caso de Cavaco - actualmente 'desaparecido em combate', ou pelo menos, 'ausente em parte incerta' - ele é o próprio acidente!


O Presidente da República, neste País em profundo descalabro económico e financeiro e por via dele, em profunda crise social também, com o seu Povo a sofrer na pele os efeitos avassaladores dessa situação, consegue mesmo assim 'dar-se ao luxo' de torrar (no Orçamento da Presidência) o dobro daquilo que gasta a Monarquia espanhola - apesar dos desvarios do Rei a caçar elefantes em África.

Só pode mesmo esconder-se como o tem feito até agora!

Aparecer ao seu Povo no actual momento, é um risco que não deve correr, é um 'acto de coragem' que não deve sequer encenar - porque as pessoas em desespero, são por vezes difíceis de controlar e já há viaturas oficiais amolgadas em número suficiente, para agravarmos ainda mais os deficit à conta da sua reparação.

publicado às 23:11

SEXTA FEIRA - REUNIÃO DE 'RESERVISTAS'

Já quase não tenho pachorra para assistir aos múltiplos e longos debates sobre a crise e sobretudo, sobre as várias formas para sairmos dela.


Um dos pais da mesma (há quem lhe chame o 'pai do monstro') até já se esqueceu de que o foi e partindo do princípio de que todos os portugueses têm memória curta, finge que está interessado em ajudar a encontrar uma saída. Vai daí, convocou o Conselho de Es
tado.


Eu chamar-lhe-ia mais a convocação dos reservistas e por isso, de forma avisada e prudente, andaria bem o supremo magistrado, se garantisse para o local o máximo de meios de suporte básico de vida e já agora, também um reforço de 'canadianas' que percorrer aquele Palácio não é muito fácil.


Mas 'qual Estado qual carapuça'! O pilar fundamental de qualquer Estado a sério, é a Justiça, que deve ter meios, ser isenta e actuar quando o deve fazer - sejam quais forem aqueles que caiam nas suas malhas.

Portanto, não temos Justiça, ou tendo-a parcial e ineficaz - não temos Estado e como já o disse noutra ocasião, se não temos Estado, não precisamos do 'monarca emproado' que se assume como o seu supremo magistrado.

Assim sendo, para quê reunir à volta de uma mesa todas aquelas figuras, fora de prazo que já deram o que tinham a dar, isto é, quase nada de positivo e muitíssimo de negativo, como resulta do registo da história recente da nossa Democracia! Deixem-nos pois lá por casa, regalados no conforto adquirido pelo exercício mais ou menos longo das suas funções não relevantes para o País e não nos obriguem a suportar as despesas com a sua deslocação, com o alojamento de muitos que vêm de 'regiões longínquas', isto é, que não têm casa no centro de Lisboa e por isso vão ter de aterrar no cinco estrelas mais próximo do Palácio e mais tudo o resto que vem por acréscimo e tudo isto para no fim nos dizerem o que já sabemos e que será seguramente algo do género:

"caros portugueses, a possibilidade avançada por alguns de que sairia desta reunião algum contributo relevante era manifestamente exagerada. A única deliberação que se aproxima dessa definição, foi a de reconhecer que a crise continuará nos próximos capítulos".

Na Sexta Feira à hora dos telejornais, mais uma vez ficaremos a saber que 'a montanha não nos desiludiu, parindo como de costume o habitual rato'.
publicado às 00:01

O CONSELHO DE ESTADO...

Cavaco Silva convocou o Conselho de Estado para a próxima sexta feira.


Referida assim, parece uma notícia perfeitamente inócua. Já o tem feito mais vezes e sem motivos tão relevantes como são aqueles que aparentemente o levaram a esta tomada de decisão: talvez pense, que estando o País a resvalar a uma velocidade estonteante para um estado de desagregação tal, alguém entre os vários portadores de ideias que o costumam aconselhar, há-de ter lá bem no fundo do bolso do protocolar casaco azul, misturado com algum cotão, algum resquício de solução que possa catalisar os restantes comparsas conduzindo-os a um caminho de reflexão com consequências - ao contrário do que é costume ocorrer.


Mas temos dois problemas de base que representam um enorme óbice a que tal aconteça:

Primeiro, porque não temos um verdadeiro Chefe de Estado. Se o tivéssemos, este nunca poderia ser conivente com a insanidade que impera entre os governantes da Pátria e por outro lado, como o faria um verdadeiro líder animado de espírito patriótico, já teria calçado a famosa 'luva branca' para a figurada bofetada que se impõe desde há muito: abdicando das mordomias próprias, cortando no despesismo do seu Palácio, na imensidão do seu staff - a ver se os outros, motivados pelo efeito de indução (leia-se vergonha) se sentiriam tentados a fazer o mesmo.


Não temos por isso Chefe de Estado, na verdadeira acepção da palavra.

E como poderíamos tê-lo aliás - e esse é o segundo problema - se não temos Estado?


Temos efectivamente vários poderes - primeiro, segundo, terceiro e há até quem diga que também um quarto - que podendo tudo, não podem nada, porque quem manda verdadeiramente, é o supra poder - quinto, sexto? pouco interessa para o caso - aquele que manipula os invisíveis fios que movimentam os bonecos de fato azul que atravancam e poluem o hemiciclo onde era suposto que o Estado que somos todos nós, se sentisse verdadeiramente representado.


Não o fazem porém, voluntariamente manietados e reduzidos à vergonha e ao escárnio por parte do Povo, devoradores da comida que falta nas mesas deste, abocanhadores não de uma fatia, mas do bolo todo, aquele que deveria chegar para que ao menos todos pudéssemos ter um minúsculo naco que minorasse aquela incómoda sensação de vazio que sentimos quando deitamos os nossos filhos ou nós próprios e olhamos desconsolados para o enorme espaço que afinal um pequeno frigorífico pode comportar - demasiado grande, quase tão grande como o volume do enorme ventre dos que nos retiram a possibilidade de preencher um pouco melhor o seu interior.


Por isso, com o País neste estado, não há Estado que justifique um Conselho de Estado e não havendo Estado, para quê um chefe sem Estado e não sendo necessário porquê um conselho para o aconselhar a fazer o que deveria fazer um chefe de Estado na situação actual em que não temos nem um nem outro? Será que, tal como nos eleitos das autarquias também aqueles proeminentes homens de azul têm direito a 'senhas de presença'? É que se assim for, poupem na despesa e usem o dinheiro para reconstruir o Estado!


E ao Povo já pouco interessará que seja um Estado verde-rubro ou de outra cor qualquer, com escudo ou com coroa, desde que não seja um Estado corrupto - um poço sem fundo, onde por mais que esbanjemos os nossos impostos a tentar tapar o buraco, parece que cada vez o fundo está mais fundo e nós mais longe de nos libertarmos do martírio dos glutões que no fundo cada vez mais fundo os vão devorando.

 

 

 

publicado às 22:50

'HISTÓRIAS DO CAVAQUISTÃO'

TAKE - 1

Como diz o Povo, isto está tudo contaminado e o cheiro àquilo em que transformaram a nossa Pátria já nem com hectolitros de água de colónia se consegue disfarçar.


Ai daqueles que por distracção ou excessiva ingenuidade, se atrevam a pôr as mãos no fogo por alguém, por mais promovida que tenha sido a sua imagem de 'boa pessoa', por mais suprema que seja a sua magistratura, por mais intocável em que batalhões de assessores, chefes da casa civil e militar a tentem transformar, por mais que os mesmos se tenham esforçado em fazer 'DELETE' em centenas de imagens e textos do passado mais ou menos recente, é de todo recomendável que ninguém arrisque demasiado, nem 'assine por baixo' nada que venha desses lados...


Num mundo, onde todos os dias descobrimos que os 'pilares' em que julgávamos assentarem os nossos mais relevantes valores fossem de uma solidez a toda a prova, num mundo em que aqueles que, cada vez menos é verdade, mas mesmo assim ainda muitos, acreditam na 'santidade dos santos', descobrir que os pilares e os pés dos 'santos' são afinal feitos do mesmo frágil e vulgar barro amassado com o suor do nosso trabalho, num mundo assim, e por cada episódio que vamos conhecendo, vamos também 'morrendo' um pouco por dentro.


Sei que isto de supremo disto e daquilo excelência, magestade senhoria e outros chavões que tais, têm um valor cada vez mais relativo num mundo que se vai embotando cada vez mais em cada dia que passa, um mundo que de tão familiarizado que vai ficando com negócios escabrosos, quase já nem se apercebe da sua ocorrência.


Mas mesmo assim, dói bastante assistirmos impávidos e serenos ao apodrecimento do País e pior do que isso, transformarmo-nos em motivo de anedotas cá dentro e lá por fora fora!



 

 

TAKE - 2

CAVACO SILVA ENSINA-NOS COMO FAZER UMA ESCRITURA BEM FEITA !

 

 


Na Aldeia da Coelha, Cavaco Silva tem por vizinhos Oliveira Costa e Fernando Fantasia, homens-fortes da SLN. Um loteamento que nasceu à sombra de muitas empresas e off-shores. A escritura do lote do Presidente da República não se encontra no Registo Predial de Albufeira. O próprio não se recorda em que cartório a assinou. Um dos promotores da urbanização, velho amigo e colaborador de Cavaco, diz que a propriedade foi adquirida "através de um permuta com um construtor civil".

Depois de uma ação de campanha em Loulé, na passada quinta-feira, 6, Aníbal Cavaco Silva, 71 anos, aproveitou a proximidade para descansar, de noite, na sua casa da Gaivota Azul, em Albufeira. A azáfama da chegada captou a atenção de alguns vizinhos. É sempre assim quando ali "chega o Presidente".

Vista da rua, a casa de férias da família Cavaco Silva não revela muito. Foi construída (o projeto é do arquiteto Olavo Dias) para preservar a intimidade. Uma parede alta serve de contraforte, e esconde os três pisos com seis quartos (cinco são duplos) e seis casas de banho, a piscina e mais de 1 600 metros quadrados de área descoberta. A rua é, ela própria, interdita a quem não seja morador, nem "pessoal autorizado". Ao lado da propriedade há uma guarita da GNR, com um guarda em permanência.

Cavaco Silva e a família usam a casa desde o verão de 1999. Mas isto é quase tudo o que se sabe, ao certo, sobre a mudança da célebre vivenda Mariani, em plena confusão de Montechoro, para o lote 18 da Urbanização da Aldeia da Coelha, um seleto bairro de apenas 20 lotes. O registo entregue por Cavaco no Tribunal Constitucional refere a propriedade e identifica a sua matriz (18173). Mas a matriz não consta nem dos registos da Conservatória do Registo Predial de Albufeira, nem do cartório notarial (recentemente privatizado) daquela sede de concelho algarvio.

Torna-se, assim, impossível consultar a escritura pública da aquisição daquele lote. Contactado pela VISÃO, o staff do Presidente da República começou por aconselhar-nos uma consulta aos registos prediais de Albufeira. Já o fizeramos.

Depois de alguma insistência veio a resposta: Cavaco "não se recorda", responde fonte oficial à VISÃO, da data ou local onde a escritura foi celebrada. Terá sido antes de 1999, uma vez que Cavaco adquiriu apenas o lote de terreno, tendo construído a casa posteriormente.

O único interveniente deste processo que se recorda da transação é o amigo de infância, e ex-adjunto de Cavaco, quando este era primeiro-ministro, Teófilo Carapeto Dias: "A casa foi adquirida através de uma permuta de terrenos com um construtor civil." Mas Carapeto Dias não sabe quem é o referido vendedor. E Cavaco Silva, de novo perante uma pergunta da VISÃO, optou por não confirmar, nem desmentir, esta informação.

A razão para a boa memória de Carapeto Dias é fácil de explicar. Ele era um dos proprietários, ainda que de forma indireta, dos terrenos da Coelha. Essa história será contada adiante.

O COMEÇO: 'OFFSHORES' DE GIBRALTAR

Por agora, convém afastarmo-nos da casa Gaivota Azul e percorrer as três ruas da urbanização.

Ali, a dois passos, fica o lote 15, a casa de Fernando Fantasia, administrador de empresas do universo da Sociedade Lusa de Negócios, como a Pluriholidays e a Opi 92. O lote 14 é do próprio Teófilo Carapeto Dias. O 12, em frente, pertence à Refi, uma empresa de António Cardoso Alves, advogado, sócio de Carapeto. O lote 8, já na rua perpendicular, está registado em nome de Maria Yolanda Oliveira Costa, a ex-mulher do criador do BPN.

Convém, agora, explicar esta coincidência de tantos conhecidos em duas ruas de um aldeamento em Albufeira.

Em 1993, enquanto ainda trabalhava como assessor administrativo no gabinete de Cavaco, em São Bento, Carapeto Dias adquiriu, com outros sócios, duas sociedades offshore que controlavam a Galvana Investimentos Imobiliários e Turísticos, Lda, empresa que promovia a Urbanização da Coelha. Os offshores chamavam-se Griffin Enterprises Limited e Longin Limited e tinham sede no paraíso fiscal de Gibraltar, Reino Unido.

O loteamento já estava em curso, promovido por dois cidadãos dinamarqueses, que trabalhavam para uma empresa de Copenhaga que viria a abrir falência, a Handelsselskabet Danmark. Eram eles Ejler Schmidt (entretanto falecido) e Jens Peter Jepsen (paradeiro desconhecido). Mas o investimento dos dinamarqueses estava num beco sem saída, com dívidas várias e uma ameaça de penhora das Finanças. Aí surgiu uma sociedade, o Grupo Fonseca, de portugueses, que resolveu o imbróglio.

Como? Ficando com os terrenos (alguns já em fase adiantada de construção) em troca da salvaguarda de consequências criminais para Schmidt e Jepsen.

O Grupo Fonseca não era uma sociedade registada, com escritura, sendo antes aquilo a que um advogado chama de "sociedade irregular". Entre os seus membros estava Carapeto Dias. Cardoso Alves, mandatado pelo grupo, foi à Dinamarca negociar com os credores da empresa falida, o banco Baltica, russo.

Voltou com a posse das offshores que controlavam a Galvana.

Em Portugal, os dinamarqueses (que tinham subtraído dois lotes para si) assinaram uma procuração irrevogável, dando plenos poderes a António Olímpio Albuquerque, do Grupo Fonseca, para agir em seu nome.

Albuquerque, mandatado, negociou a venda dos lotes 14 e 12 a Teófilo Carapeto Dias e à Refi, de Cardoso Alves, por 20 mil contos (100 mil euros), em 1993. Foram estes os primeiros compradores, ainda que, simultaneamente, donos das offshores que controlavam todos os lotes.

Os dois dinamarqueses não gostaram.

Processaram o seu procurador por burla e abuso de confiança. Os processos 151/95 e 135/95 do 1.° e 2.° Juízo, respetivamente, do Tribunal de Loulé, detalham esta história.

De recurso em recurso, os dinamarqueses perderam todas as ações até ao Supremo Tribunal de Justiça. Não havia dúvidas, para a justiça portuguesa, de que estes tinham assinado uma procuração que tornara legal a venda dos dois lotes.

O MEIO: EM NOME DAS FILHAS

Nasceu torta, a urbanização da Coelha.

Mas foi-se endireitando, com alguns ilustres moradores. Teófilo Carapeto Dias admite que fez convites a potenciais interessados. A sua agenda de contactos é bastante rica. Teófilo é o mais antigo amigo pessoal de Cavaco Silva.

Foi parceiro de brincadeiras infantis em Boliqueime (terra natal de ambos), de namoros adolescentes na praia dos Olhos de Água, e da seriedade adulta do Palácio de São Bento, onde era mais do que um vulgar assessor. Mandava mais que os ministros, dizem relatos da época.

Era ele quem conhecia, melhor do que ninguém, os humores do chefe do Executivo. "Há dias", escrevia a VISÃO, em 8 de julho de 1993, "um ministro mais brincalhão aproximou-se de Carapeto Dias e perguntou-lhe: 'O que acha se eu contar ao primeiro-ministro aquela anedota sobre o castigo que o São Pedro deu a Madonna, condenando-a a aturar Cavaco Silva no céu?' Resposta do assessor: 'Já lha contei eu.'" Foi esta relação "tu cá tu lá" com Cavaco que esteve na origem do convite que lhe fez para adquirir um dos lotes da Coelha.

"Na altura", lembra Carapeto, "ele não era primeiro-ministro, nem candidato a nada". De facto, o atual Presidente deixara São Bento, em outubro de 1995, e perdera as presidenciais, para Jorge Sampaio, em janeiro de 1996.

Foi, assim, numa fase de afastamento da vida pública que Cavaco adquiriu, alegadamente através de uma permuta de propriedades, o lote 18. Aí mandou construir a Casa da Gaivota Azul, assim chamada porque uma amiga oferecera a Maria Cavaco Silva, que o colocou à entrada da casa, um azulejo de Júlio Pomar onde figura uma gaivota com asas azuis.

Cavaco estava tão afastado da política que fez, na nova casa, uma inusitada (para o seu feitio) festa de réveillon, em 2000.

Dois anos depois, em dezembro de 2002, o lote 8 era comprado por José Oliveira Costa. Segundo a investigação judicial ao BPN, o banqueiro terá pago a casa com verbas do próprio banco (via Banco Insular de Cabo Verde, um "veículo financeiro" por onde circulavam operações fictícias). Ou seja, sem gastar nada de seu. Mais: terá declarado a compra, na escritura, por 150 mil euros, mas terá pago à anterior proprietária (entretanto falecida), 362 500 euros, poupando cerca de 15 mil euros de sisa.

Mais tarde, já durante o escândalo público que envolveu o banco, em 25 de março de 2008, Oliveira Costa passou para a sua mulher, Maria Yolanda, a titularidade do lote, no processo de "partilha subsequente à separação de pessoas e bens".

A casa está abandonada, e fechada desde então. Os vizinhos garantem que só voltaram a ver, muitas vezes, Oliveira Costa "na televisão". Esta não foi a única transmissão de propriedade na Coelha. Teófilo Carapeto Dias, que comprou o lote em 1992, passou, em dezembro do ano passado, a propriedade para a sua filha, celebrando simultaneamente com ela um contrato de "usufruto vitalício".

O mesmo fez Fernando Fantasia. Com uma diferença. A filha comprou à empresa OPI 92 (que era detida pelo pai e pela SLN), em dezembro de 2007, o lote 15. No mesmo dia, o pai contratualizou o "usufruto vitalício" com a filha. Por 20 mil euros, segundo a escritura. Fantasia, recorde-se, era o acionista das empresas Opi 92 e Pluripart, ambas em sociedade com a SLN, que adquiriram os terrenos da herdade de Rio Frio, Alcochete. Uma aquisição concluída poucos dias antes do anúncio da localização, nas imediações, do futuro aeroporto de Lisboa. O gestor foi chamado a uma Comissão de Inquérito Parlamentar sobre o caso e classificou como "insinuações" a acusação de que teria tido acesso a informação privilegiada sobre a nova localização do aeroporto (antes previsto para a Ota). Entre os defensores de Alcochete estavam vários empresários e dirigentes do PSD.

O FIM: DE 100 A 750 MIL EUROS

Sem contar com a compra de Cavaco Silva, cujo valor se desconhece, por não se saber o paradeiro da escritura, os lotes da Aldeia da Coelha variaram muito de preço.

Para áreas semelhantes, há desde casas compradas por 100 mil euros (Teófilo Carapeto Dias e Cardoso Alves, em 1992) até à casa de Eduardo Catroga (que não faz parte do loteamento inicial, mas confina com a de Cavaco) por 750 mil euros.

Catroga, ex-ministro das Finanças de Cavaco, e o negociador do PSD para o último Orçamento do Estado, comprou a sua casa em 2003, ao alemão Adolf Potshke.

Meses antes, Oliveira Costa comprara a sua por menos de metade: 362 500 euros.

A discrepância é ainda mais evidente na avaliação patrimonial que as Finanças fazem das propriedades. A de Catroga vale 52.322 euros. A de Oliveira Costa vale 158.690. A de Cavaco Silva está avaliada em 199.469 euros. A de Fernando Fantasia (que não tem piscina) em 307 440 euros.

Teófilo Carapeto Dias ainda guarda as plantas do seu empreendimento.

Na conversa com a VISÃO, ao telefone, apresta-se a verificar as áreas, ao detalhe.

Interrompemo-lo, quando lia Fernando Pessoa, sentado na casa da Aldeia da Coelha, onde reside. Dispõe-se a falar, ainda que tenha um juízo sobre as perguntas que lhe fazemos. "O objetivo destas coisas é emporcalhar o Cavaco", diz, agastado com tantas notícias sobre o BPN.

A campanha eleitoral está a ser marcada pelo assunto. Na última vez que por ali passou, na noite de quinta-feira passada, depois de uma ação em Loulé, talvez Cavaco tenha reparado na porta enferrujada do número 8, a casa que


Ler mais: http://visao.sapo.pt/a-aldeia-do-cavaquistao-artigo-na-integra=f585847#ixzz22hbZbEEx


publicado às 18:47

DIMENSÃO HUMANA - INVERSAMENTE PROPORCIONAL À REPRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL...

Pobre País que tem de conviver com a desdita de se ver representado por alguém de quem se esperaria uma dimensão humana e política próxima ou tendencialmente aproximativa da dos seus maiores - que isto de ser supremo de qualquer coisa, significa muito pouco e às vezes até se resume quase só à continência das tropas em parada, respeitadoras no gesto, mas indignadas por dentro, face à obrigação de prestar vassalagem a figuras que não se dão ao respeito, mas apenas o sabem impor.

O País real sufoca minado, roído por dentro, despojado, roubado, vendido ao desbarato em leilões iguais àqueles onde se vende a casa confiscada pelo banco o automóvel cuja prestação deixou de ser paga ao stand, a courela abocanhada pelo fisco porque o IMI deixou deixou de chegar com a regularidade pendular dos 365 dias do ano.

O País real, aquele que ainda consegue, depois de muito mendigar, obter a espécie de taluda que hoje representa a obtenção de um emprego com horário das 8 às 18, 5 dias por semana e mais uns bocados extra não remunerados ("se quer quer, se não quer há mais quem queira") em troca do salário mínimo mais pequeno da Europa - este País que apesar destes números, ainda tem muita gente abaixo deste limiar de pobreza, descobriu ontem que tem de se quotizar para reforçar a "mísera" reforma de cerca de 10 mil euros que a nossa versão de sua majestade aufere por cada período de 30 dias em que contempla do alto do seu trono a fingir, o trabalho dos seus modestos súbditos.

Ontem ao ouvi-lo lamentar-se perante os jornalistas da dificuldade com que se debate para pagar ao merceeiro, ao senhorio, à EDP, à mulher a dias - que com a vida social que o casal tem, não lhes deve sobrar tempo para o aspirador e o pano do pó - ficou-me a dúvida apesar de tudo razoável, sobre se terá sido a tirada que lhe saiu canhestra ou se foi mesmo e só, gratuita e provocatória insensibilidade humana.

Está bem que fisicamente, já não vai para novo, a cabeça já não é o que era, mas há por aí muitos ilustres centenários, incapazes de proferir tamanha canhestrice com o ar mais sério do mundo.

Já não bastou andar a proteger durante anos os muitos ladrões que por aí se pavoneiam - já sei que "até à sentença ser ditada e transitar em julgado, são todos inocentes!" - para agora ainda se dar ao desplante de não se coibir minimamente mencionar as tais poupanças que agora o ajudarão a equilibrar o orçamento, embora tenham (algumas) sido provenientes de actos ilícitos praticados pelos tais "presumidos ladrões", resultado de informação privilegiada - "compre agora tudo que puder" e passado algum tempo, mercê de um providencial e oportuno segredar de uma voz a meio de um sono reparador "venda tudo rapidamente!"

Cavaco Silva é pequeno demais para a dimensão do País e é-o já desde a sua fase de governação, onde o monstro começou a ser alimentado, foi-o durante todo o percurso que se seguiu, enquanto o monstro foi crescendo em volume e perigosidade, até atingir a preocupante dimensão de predador que agora nos devora o corpo e a alma.

Cavaco Silva pode não conseguir viver dignamente com 10 mil euros mensais, mas tem sempre bom remédio: emigrar como o fazem tantos súbditos bem mais merecedores de ficar por cá nem que fosse para ganhar apenas um terço desse valor!

publicado às 11:37

"ÍDOLOS COM PÉS DE BARRO" E "ESTÓRIAS" DE "UM DEUS MENOR"...

 

Mão amiga fez-me chegar este registo histórico de "um dos nossos maiores"...

Tenho para mim, que por uma questão de coerência, da mesma forma que às vezes nos apressamos a enaltecer qualidades - embora em boa verdade neste caso concreto eu nunca o tenha feito por as desconhecer de todo - deveremos de igual modo, saber destacar os erros.

É que se não o fizermos, o Povo português tem muita tendência para costruir "ídolos" e não tendo eu nada contra isso - cada um tem o direito a ser devoto do "santo que mais lhe agrade" - se alguém mais atento se aperceber que o "santo tem pés de barro", deve torná-lo público.

É um dever de cidadania e ao mesmo tempo, um serviço relevante que se presta à comunidade.

Achei por isso, que com a devida vénia à autora, deveria replicar este excelente "levantamento histórico" - da nossa História recente, que nem pelo facto de envolver "supremos magistrados", "deuses menores" e  figuras de "duro porte", nos deve inibir de expressarmos o nosso espírito crítico.

 

 

CAVACO DAVA MUITAS FALTAS...

É SEMPRE BOM SABER A VERDADEPORQUE SÓ APARECE AGORA?!...

A Dívida de Gratidão

Naqueles longínquos anos 80 o Prof. Aníbal Cavaco Silva era docente na Universidade Nova de Lisboa.
Mas o prestígio académico e político que entretanto granjeara (recorde-se que havia já sido ministro das Finanças do 1º Governo da A.D.) cedo levaram a que fosse igualmente convidado para dar aulas na Universidade Católica.
Ora, embora esta acumulação de funções muito certamente nunca lhe tivesse suscitado dúvidas ou sequer provocado quaisquer enganos, o que é facto é que, pelos vistos, ela se revelou excessiva para o Prof. Cavaco Silva.
Como é natural, as faltas às aulas, obviamente às aulas da Universidade Nova, começaram a suceder-se a um ritmo cada vez mais intolerável para os órgãos directivos da Universidade.
A tal ponto que não restou outra alternativa ao Reitor da Universidade Nova, na ocasião o Prof. Alfredo de Sousa, que instaurar ao Prof. Aníbal Cavaco Silva um processo disciplinar conducente ao seu despedimento por acumulação de faltas injustificadas.
Instruído o processo disciplinar na Universidade Nova, foi o mesmo devidamente encaminhado para o Ministério da Educação a quem, como é bom de ver, competia uma decisão definitiva sobre o assunto.
Na ocasião era ministro da Educação o Prof. João de Deus Pinheiro.
Ora, o que é facto é que o processo disciplinar instaurado ao Prof. Aníbal Cavaco Silva, e que conduziria provavelmente ao seu despedimento do cargo de docente da Universidade Nova, foi andando aos tropeções, de serviço em serviço e de corredor em corredor, pelos confins do Ministério da Educação.
Até que, ninguém sabe bem como nem porquê,... desapareceu sem deixar rasto...
E até ao dia de hoje nunca mais apareceu.
Dos intervenientes desta história, com um final comprovadamente tão feliz, sabe-se que entretanto o Prof. Cavaco Silva foi nomeado Primeiro-ministro.
E sabe-se também que o Prof. João de Deus Pinheiro veio mais tarde a ser nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros de um dos Governos do Prof. Cavaco Silva, sem que tivesse constituído impedimento a tal nomeação o seu anterior desempenho, tido geralmente como medíocre, à frente do Ministério da Educação.
Do mesmo modo, o seu desempenho como ministro dos Negócios Estrangeiros, pejado de erros e sucessivas gaffes , a tal ponto de ser ultrapassado em competência e protagonismo por um dos seus jovens secretários de Estado, de nome José Manuel Durão Barroso, não constituiu impedimento para que o Primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva viesse mais tarde a guindar João de Deus Pinheiro para o cargo de Comissário Europeu.
De qualquer modo, e como é bom de ver, também não foi o desempenho do Prof.João de Deus Pinheiro como Comissário Europeu, sempre pejado de incidentes e críticas, e de quem se dizia que andava por Bruxelas a jogar golfe e pouco mais, que impediu mais tarde o Primeiro-ministro Cavaco Silva de o reconduzir no cargo.
A amizade é, de facto, uma coisa muito bonita...

Maria Encarnação Gorgulho Santo

 

publicado às 11:58

TODOS TEMOS OS NOSSOS "ESQUELETOS NO ARMÁRIO"...

Todos nós temos algo no nosso passado que nem sempre nos deixa muito à-vontade  - às vezes, até nos envergonha um pouco - e quando o confessamos, ou mesmo sem o fazermos, esse "algo" se torna do domínio público, ficamos sempre à espera que o mundo desabe sobre as nossas cabeças...

E pode até nem ser nada de especial gravidade mas a sociedade às vezes sabe ser muito cruel, mesmo em relação às pequenas maldades!

Eu por exemplo, um dia caí na asneira de confessar - nos meus tempos de escola secundária e portanto, já rapazola crescidote - que me empoleirava (nos "furos" em que não tinha aulas) em cima de uma das tílias que circundavam o recreio das miúdas - sim naquele tempo, existia separação de géneros, não era como agora: "tudo ao molho" - para espreitar as ditas...

Recordo-me de que foi já no último ano que cometi a insanidade de vangloriar - juntamente com dois maganos que alinhavam comigo na peripécia. A partir daí, fomos literalmente postos à margem pelas pequenas (por todas, que como é óbvio, o assunto alastrou) e as tílias passaram a partir daí, a ser minuciosamente vigiadas.

Cavaco também andou na escola, provavelmente nunca fez nada deste género, provavelmente também não existiriam tílias na sua escola a circundar o recreio das miúdas, provavelmente...  - e podíamos ficar para aqui a avançar muitos "provavelmente" - mas a verdade é que ao contrário dele, eu mesmo no tempo em que ainda não sabia explicar muito bem porquê, já detestava a PIDE que depois passou a DGS e nunca me ocorreria "passar por lá" para preencher uma ficha...

E já agora se mal pergunto, preencher uma ficha para quê? Para ter uma cópia encaixilhada lá em casa para mostrar aos amigos e depois ter de a queimar à pressa quando ocorreu o 25 de Abril?

Para a usar como uma espécie de "credencial" com vistas à obtenção de  facilidades inacessíveis ao cidadão comum?

E tal como anteriormente, podíamos ficar para aqui a aventar "porquês" e nenhum deles corresponder ao verdadeiro motivo...

Po isso não me atrevo a centrar-me em qualquer das hipóteses referidas - nem em quaisquer outras - mas lá que sinto uma curiosidade imensa e  absolutamente incontornável de obter uma explicação...

publicado às 21:44

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